Cover Image: Uma coisa absolutamente fantástica

Uma coisa absolutamente fantástica

Pub Date:   |   Archive Date:

Member Reviews

nota: 4.5 de 5

O que você faria se numa noite, enquanto volta para casa fazendo o mesmo caminho de sempre, desse de cara com uma escultura gigante parecendo um robô no meio da rua?

April May primeiro reparou que todas as pessoas que passavam por ali mal davam atenção para aquilo então ela ligou para o seu melhor amigo para que pudessem gravar aquela "obra de arte" peculiar que apareceu do nada no meio da cidade de Nova York, mas que era ignorada pela maior parte dos habitantes.

O que ela ainda não sabia era que aquilo não era uma intervenção meramente artística e nem tinha aparecido apenas em Nova York, mas em diversas outras capitais do mundo inteiro.

Da noite para o dia, o "Carl" — como tinha carinhosamente apelidado o robô gigante — mudou a vida de April e Andy. O vídeo dos dois estava estourado no YouTube e os canais de notícia o usavam incessantemente. Os pedidos de entrevista e explicações era cada vez mais urgentes, as compensações financeiras ainda maiores e é claro várias outras coisas misteriosas começam a conhecer.

Logo April May quer estar no centro de tudo. Por ser tecnicamente a primeira reconhecer a presença de Carl, ela quer ser a primeira a desvendar os mistérios que ele trouxe consigo. Ela passa de uma simples jovem para um símbolo: a garota que está intermediando a comunicação entre os alienígenas
e a humanidade. No entanto, April vai perceber que o propósito dos Carls é muito maior do que ela e vai precisar da ajuda do mundo inteiro para descobrir de fato o que eles querem.

Numa trama bem humorada que retrata não só a fama, mas também o poder de possuir informações, o apelo de estar sempre no auge e os extremos que duas ideias podem criar entre si, Hank Green consegue nos prender nos pensamentos de uma jovem que tinha tudo para ser uma heroína, mas que sempre acaba nos mostrando que é apenas humana e não há nada de errado nisso.

Levei muitos anos para ler esse livro porque, verdade seja dita, os livros do John Green, irmão do autor, não têm quase nenhum apelo para mim. Pelo livro ter saído perto do auge do John, eu imaginei que seria mais uma história sem sal. E me enganei completamente.

A escrita de Hank é completamente cativante e divertida. Ele conseguiu fazer uma "invasão" alienígena sendo narrada por uma jovem bissexual de vinte e poucos anos com problemas de expressar seus sentimentos e ainda na era do auge do Twitter, ser uma experiência única e original.

Devo dizer que foi uma surpresa muito bem vinda nesse começo de ano. Mesmo dias depois de terminar ainda continuo com April e toda sua turma na cabeça (e claro depois daquele final, eu já corri para começar o segundo livro e descobrir o que de fato aconteceu).

Recomendo muito, uma leitura muito bacana e envolvente que te deixa preso e fazendo várias teorias mesmo depois que acaba.

Agradeço ao Netgalley e à Editora Seguinte por me oferecerem uma cópia digital deste livro em troca de uma resenha honesta.

Was this review helpful?

Estava bem empolgada para ler, mas quando comecei não achei tão interessante assim e percebi que não faria meu estilo, pelo menos por enquanto. Acho que é para um público mais jovem mesmo, ou uma leitura que eu deva fazer de forma mais despretenciosa.

Was this review helpful?

A história inicia com a jovem April May esbarrando com uma escultura gigante no meio de Nova York. Encantada com o robô de três metros de altura que ela via em sua frente, chamou o amigo Andy para gravar o vídeo para o Youtube. O que ela não imaginava é que no dia, 64 esculturas semelhantes tinham sido colocadas ao redor do mundo, e que ela havia gravado um furo que mudaria a sua vida. April estava no meio de um grande mistério, e junto com isso ela teria que lidar com todas as intercorrências da vida de uma celebridade da WEB. Estaria ela preparada para o que vinha a seguir?

SOBRE A INTERNET E A POLARIZAÇÃO DAS IDEIAS

Assim como John Green, Hank consegue tirar da simplicidade de uma história, questões muito importantes a serem discutidas. A principal diferença é que o clima no-sense, percorre por todo o livro. Inicialmente o livro traz o mistério dos Carls para o centro da discussão e como as pessoas estão lidando com ele em meio ao universo virtual. A curiosidade humana, o fetichismo pelo diferente, a audiência online sobre todas essas questões, com todo mundo comentando, o que seria os Carls, do que eles seriam capazes e como eles apareceram sem que ninguém soubesse.

É interessante, que nós conseguimos ver todas essas nuances em nossos dias atuais. Como os assuntos logo são tratados no Twiter, compartilhados no Facebook e Instagram, e conforme eles vão ficando mais complexos começam as teorias sobre ele em fóruns como o Redit. E mais, conforme o assunto ganha visibilidade na internet. Os meios de Comunicação de Massa trazem ele para a televisão tendo vários agentes mediadores nesses casos. Foi o que aconteceu com April, que com o tempo se tornou a principal entrevistada sobre o assunto, ganhando muito dinheiro com os Carls.

E aí com essa pulverização de ideias, aos poucos elas começam a se consolidar em dois grandes grupos. O primeiro delas veem os Carls como agentes passivos que querem que os seres humanos trabalhem juntos, a tese defendida por April, E o segundo ver os Carls como uma verdadeira ameaça a humanidade. Afinal de contas, nada conseguiam mudar eles de lugar, e aos poucos eles começaram a produzir coisas estranhas, inclusive imergindo as pessoas em sonhos específicos.

Nesse momento, a história centra-se principalmente na polarização de duas ideias, que provocaram verdadeiros embates. É difícil não associar essa mudança de curso da história, com os acontecimentos nos Estados Unidos, e mais recente no Brasil. Onde um ideal estava adormecido, mas com discursos inflamados, eles conseguiram se estabelecer e serem conhecidos. E mais, como o próprio lado mais passivo da história deixou isso acontecer por ter entrado no "jogo do ódio". O ideal mais odioso se pulverizou praticando atos extremamente violentos e que deram mais visibilidade. E isso se torna muito evidente nos dias de hoje. É a hora de rever as estratégias para finalmente trazer a humanidade por um bem comum.

Isso é difícil, especialmente para os líderes que estão no centro desses embates. Nesse caso, April teve que finalmente vencer a sua luta interna pelo poder que "supostamente" ela tinha por ter mais informações sobre os Carls do que outras pessoas e teve que compartilhar a sua luta junto com outras pessoas para que assim eles conseguissem fazer atos juntos. Amigos foram fundamentais nesse processo, pena que April entendeu a importância disso depois que o caos estava instalado.

SOBRE SER JULGADO TODO O TEMPO NO TRIBUNAL DA INTERNET

Sim, todo o tempo estamos na internet e somos julgados. Assim como no mundo real, a diferença é o nível em que isso acontece é muito maior. Existem mais pessoas fazendo esse trabalho de simplesmente questionar tudo aquilo que você faz, por aquilo que você é. April sentiu isso quando as pessoas descobriram a sua bissexualidade. Alias, foi inclusive recomendação do seu agente que ela se dissesse Lésbica, ou Hétero, pois ser Bi, incute um julgamento muito forte sobre "não se decidir", ou algo no espectro da promiscuidade. Julgamentos que não representam nenhum pouco o trabalho que April estava tendo nesse processo.

SOBRE USAR A INTERNET COM INTELIGÊNCIA COLETIVA

Uma das questões mais importantes desse livro com certeza é entender a internet como um espaço de discussão e de inteligência coletiva. Hank Green lida e discute sobre isso o tempo inteiro em seus videos, e não seria em seu primeiro livro um assunto deixado de fora. Carl estava na vida real das pessoas, mas resolver esse mistério exigia inteligência coletiva, a ajuda das mais diversas pessoas para finalmente chegar ao bem comum, e sempre colocando para o lado aquilo que poderia atrapalhar, sendo consciente e não deixando que isso crescesse.

No final Uma Coisa Absolutamente Fantástica é um livro sobre nós. Sobre como lidamos com o mundo real, o mundo virtual, com a inteligência coletiva, com o ódio, com as responsabilidades sobre nossos atos e como podemos ser pessoas melhores, quando nos focamos naquilo que realmente importa. Os Carls me ensinaram muito sobre isso, e espero que eles estejam na sua lista de leitura, poque provavelmente esse será o melhor livro YA que você verá esse ano.

Was this review helpful?

Gente, tem título mais chamativo que esse?? Como não querer ler Uma coisa absolutamente fantástica? Só o título me chamou a atenção e editora Seguinte ainda fez um belo marketing em cima desse livro que teve seu lançamento simultâneo em vários países e por isso ele furou a fila de leitura.
É a primeira obra do escritor Hank Green, mas com esse sobrenome conhecido entre os leitores, a expectativa estava alta, porque Hank além de ser irmão do John Green, também é conhecido pelo Vlogbrothers, canal no youtube que tem com o irmão entre outros projetos.

Sabe quando você lê um paragrafo do livro e quer mostrar pros amigos, pra que despertem o interesse para que eles queiram ler logo também? Foi exatamente isso o que o primeiro paragrafo de Uma coisa absolutamente fantástica despertou. Adorei a forma que o Hank começou a história deixando bem claro o que esperar dessa leitura. Aventura, mistério, quase morte, morte e um pouco mais. Me lembrou a narrativa do Rick Riordan, escritor que eu adoro e fiquei bem empolgada com o que estava por vir.

April May vê sua vida mudar quando está voltando do trabalho de madrugada e se depara com uma escultura gigante em formato de robô e junto com seu amigo Andy, grava um vídeo que ele posta no youtube. Quando April acorda, descobre que esculturas idênticas a que viu estão espalhadas pelo mundo todo. O vídeo que ela chama o robô de Carl viralizou e por ter sido a primeira a falar sobre esse assunto, todos passam a se referir as esculturas como Carl.

Gosto quando o personagem fala com o leitor, sinto como se estivesse fazendo parte da história e pelo tema abordado isso foi ótimo e a April May, conta o que aconteceu com ela mas como se eu soubesse o que tinha acontecido em âmbito global, como se eu também tivesse vivido tudo isso, o que foi bem legal. Me senti como se fosse mais um personagem da história.

A narrativa é boa, a leitura flui e o mistério que envolve o surgimento dos Carls prende a atenção, porque no decorrer da leitura vão surgindo outras coisas. Sério, o mistério que envolve o aparecimento dos Carls vai ficando maior, novas coisas vão surgindo deixando a população mais envolvida com toda a situação. Uns adorando o mistério e achando fantástico as coisas que ele proporciona que aconteçam e outras temendo tudo que está por trás disso e o que vai acontecer na sequencia.

Também acompanhamos como a April May ficou perdida em meio ao caos que sua vida se transformou. Acho que o autor conseguiu passar bem como uma pessoa que do nada torna-se tão importante aos olhos do mundo lida e a maneira que isso afeta seus relacionamentos, no caso da April, principalmente o seu relacionamento com a namorada.

A história aborda pontos interessantes sobre a importância das pessoas se unirem para um bem comum, sobre teorias de conspiração, intolerância, o poder da internet e como a fama instantânea muda a cabeça das pessoas e de como os valores ficam de lado em busca de mais visualizações e curtidas. Uma boa crítica ao que vemos acontecer diariamente.

Não foi uma leitura absolutamente fantástica, mas eu gostei do livro. Foi intrigante durante grande parte da história, o que me incomodou foi o final que ficou em aberto. As vezes eu gosto de finais em aberto, mas nesse caso eu queria respostas. Por outro lado vejo como uma boa jogada do autor também, porque como eu disse anteriormente, a April narra como se o leitor tivesse visto e vivido as coisas que aconteceram e durante boa parte da história April também está perdida.

Recomendo porque com uma escrita simples e um acontecimento grandioso, Hank conseguiu me proporcionar boas horas de leitura com uma história misteriosa mas que também traz muita coisa real. Coisas que vemos no nosso dia a dia, que se tornaram tão comum que muitas vezes não damos a devida atenção. Um livro divertido que também traz uma boa reflexão.

Was this review helpful?

Em setembro do ano passado, a Editora Seguinte lançou o aguardado livro Uma Coisa Absolutamente Fantástica, de Hank Green. Para comemorar o lançamento, a Seguinte convidou alguns parceiros para uma visita à sede da Companhia das Letras, com direito a café da manhã, apresentação do livro e tour por diversas áreas do grupo editorial. De quebra ainda ganhamos um exemplar do livro!!! Rs…

Apesar de eu ter ficado super curiosa para saber mais sobre essa história, a leitura e resenha do livro ficou a cargo da Pah Xavier, colunista e super parceira do Leitora Compulsiva! Hoje vamos descobrir o que ela achou do livro!!!

Sobre o que é “Uma Coisa Absolutamente Fantástica”?
Uma Coisa Absolutamente Fantástica é o livro de estreia de Hank Green, que, para quem não sabe, é irmão do famoso autor John Green – de A Culpa é das Estrelas -, e que chegou ao Brasil causando certo frenesi entre os leitores assíduos do irmão e entre os demais autores curiosos em conferir essa proposta diferente que o livro apresenta.

No livro acompanhamos a trajetória de April, uma jovem comum como muitas outras ao redor do mundo que ao voltar para casa às 2h45 após uma jornada doida de trabalho em uma startup se depara com algo inusitado um robô gigante:

“(…) o Trasnformer de três metros de altura usando uma armadura de samurai, seu peitoral enorme erguido a um metro ou um metro e meio da minha cabeça. Estava ali, cheio de energia e poder. Parecia capaz de virar a qualquer momento e direcionar seu olhar vazio e majestoso para mim”. p. 10

Após esse encontro inusitado ela liga para seu amigo Andy e juntos eles registram essa aparição inexplicável em pleno cruzamento da 23 com a Lexington. O que eles não esperavam era que a gravação viralizasse e ganhasse tremenda repercussão, isso porque Carl (como ela apelida o robô) não é o único, vários robôs gigantes apareceram simultaneamente ao redor do mundo e April foi a primeira a registrar a presença de um deles. Com isso a vida da protagonista vira de cabeça para baixo e passamos a acompanhar as consequências desse encontro com Carl.

O que esperar desse livro?
Antes de mais nada, nunca li nada do autor John Green, por isso não esperem comparações com nenhum de seus livros ou entre a escrita dos irmãos.

Não esperem uma trama focada na aparição de Carl e os motivos para sua existência, bem como para a aparição dos demais robôs, pois “Uma coisa absolutamente fantástica” é muito mais do que aparenta num primeiro momento.

O livro é de certa forma um tapa na cara com luvas de pelica como minha mãe diria, eu que esperava algo totalmente diferente e mais focado na existência do Carl em si me deparei com outra coisa, outro foco, nele temos contato com os lados positivos e negativos proporcionados pelo uso da tecnologia e pela ascensão à fama que pode levantar o melhor e o pior de cada um, acompanhamos a trajetória de April em sua busca por informações, e em seu trajeto sob os holofotes que se voltam para ela por causa do vídeo gravado no inicio do livro e suas atitudes e transformações após se torna uma “celebridade” instantânea, é interessante acompanhar como ela se comporta e se desenvolve no decorrer da trama em virtude de tudo que acontece com ela.

Nesse livro é possível, caso o leitor esteja disposto, levantar um questionamento, ou melhor, levantar algumas reflexões sobre o uso das redes sociais feito pelo próprio leitor, será que o uso que é feito é adequado? Será que é necessário postar algo só para agradar o outro? Será que essa “realidade” postada é realmente saudável? Até que ponto deve-se ir para conseguir números cada vez maiores de likes e seguidores? Como lidar com algo que não parece ter explicação? Enfim, caberá a cada leitor que acompanhar a trajetória de April fazer uma autoanalise sobre cada um desses aspectos.

De modo geral, o livro funciona bem quando o vemos sob o aspecto de analisar o uso das redes sociais e o surgimento de celebridades instantâneas, mas se você espera um mistério e algo mais voltado ao Carl, bem, pode deixar um pouco a desejar nesse aspecto.

Sobre o autor e seus trabalhos…
Hank Green começou a fazer vídeos no YouTube em 2007 com seu irmão, John Green. Desde então, a dupla conquistou uma grande comunidade de fãs ao falar sobre ciência e cultura pop. Atualmente, é CEO da Complexly, uma produtora especializada em conteúdo educacional para o YouTube, como os canais Crash Course e SciShow. Seus vídeos já tiveram mais de 2 bilhões de visualizações. Também é cofundador de uma série de projetos, entre eles a VidCon, a maior conferência de criadores de vídeos para a internet do mundo. Hank mora em Montana com sua esposa, seu filho e seu gato.
“Uma coisa absolutamente fantástica” é o livro de estreia de Hank Green, que como dito anteriormente é irmão do famoso autor John Green, mas ele também é conhecido lá fora por ter um canal no youtube, que vocês podem conferir a aqui e podem julgar por vocês mesmos se é bom ou não.

Was this review helpful?

April May estava indo até sua casa, no meio da noite, após sair do seu trabalho. Ela se depara com uma espécie de estátua gigantesca, de mais de três metros, que parece ser um robô, e então liga para Andy, seu amigo. Os dois resolvem fazer um vídeo sobre aquilo e postar na internet... O que April não sabia é que mais centenas de estátuas como essa foram encontradas também em outras partes do mundo, e de que como foi a primeira a falar sobre o assunto em um vídeo, acabaria se tornando muito famosa.

Com a fama, a novaiorquina acabou montando uma nova imagem para si, os pedidos de entrevistas sobre os robôs são constantes e os seus seguidores começam a aumentar de uma forma inimaginável. Aquela pessoa do YouTube, aquela que acabou virando a porta voz dos robôs, não era a mesma April de fora da internet, e com certeza você vai sentir rancinho dela em algum momento por causa disso.

É assim que Hank Green vai começando a tecer suas críticas para a sociedade atual, onde é possível ascender online muito fácil, por literalmente qualquer motivo, mas a queda pode ser dolorosa. O autor ainda trata sobre os LGBTs (já que April é bissexual), a histeria coletiva pela humanidade que agora se divide em pró e contra os robôs e o cyberbullying, que encontra com força a protagonista, que se vê no meio desse furacão. Também são notáveis as referências de música e do mundo pop em geral no livro, acho que Green acertou bastante nisso, fazendo com que a gente sinta uma aproximação maior com o mundo que criou.

Uma Coisa Absolutamente Fantástica é o livro de estréia do Hank Green, e acho que por isso mesmo todos ficaram com as expectativas lá no alto, mas engana-se quem achava que Hank seguiria na linha de John! Não, esse livro não é um romance que vai dar lições de moral sobre as redes sociais, ou pelo menos não é só isso. É um livro que também nos brinda com a ficção científica e conspirações, mas que não, não é perfeito.

Acredito que é um bom livro de estréia, mas algumas coisas ficaram meio soltas aqui e ali, como o desenvolvimento dos outros personagens que aparecem no decorrer da leitura. É claro que depois do cliffhanger do final, a gente espera pelo menos mais uma continuação e um maior desenvolvimento no futuro. E aí, vai dar uma chance para mais um Green? Eu recomendo.

Was this review helpful?

"(...) Foram algumas poucas pessoas que fizeram isso. Entre oito milhões. Estou me esforçando muito para lembrar quão poucos são verdadeiramente maus."

Um dos livros mais hypados do momento, escrito por Hank Green, irmão do talentoso e famoso John Green, Uma coisa absolutamente fantástica nos apresenta à história de April May, uma jovem designer que trabalha em uma start-up, que paga apenas o suficiente para ela bancar um apartamento com Maya, com quem mantém um relacionamento sem querer assumir oficialmente nada.

A vida de April muda completamente quando na volta para casa durante a madrugada, se depara com uma escultura gigante e imponente. Impressionada com aquilo e sem fazer ideia de como foi parar ali, April liga para seu amigo Andy e sugere que gravem um vídeo, no qual ela apresenta o robô como Carl e fala um pouco sobre como é tocá-lo.

Após postarem o vídeo no YouTube, cada um segue para sua casa e para o merecido descanso. O que ninguém esperava, entretanto, é que o vídeo iria viralizar e que há esculturas idênticas no mundo inteiro. Em meio a questões políticas, dramas familiares e muita mídia, vamos conhecendo o que acontece com April, Maya, Andy e Carl nesse livro e, mais, nos questionando de onde essas esculturas sugiram.

Comecei a ler esse livro cheia de expectativas. A proposta dele é bem louca, conseguimos deduzir isso só de ler a sinopse e isso não me incomodou muito, pois gostei da forma como a história foi conduzida e como o autor inseriu críticas sociais importantes e reflexivas.

A maioria dos leitores não devem simpatizar com a April, porque ela é bem chatinha. Ela tem lá suas qualidades, mas a forma como ela vê a vida é um tanto quanto diferente da forma como eu estou acostumada a ver. Ela não gosta de se conectar com as pessoas, quer ficar sozinha, ao mesmo tempo que não quer ser deixada de lado, não se importa em magoar as pessoas – ou parece que não – entre outras coisas que foram difíceis de engolir no começo do livro. A personagem evolui? Sim e aqui o autor ganhou um ponto comigo.

A Maya – pseudo namorada da April – é bastante participativa na história e interessante também. Gostei da forma como ela foi desenvolvida e a inteligência que ela possuí, preciso tirar o chapéu para ela. Já Andy, bem, eu gostei dele, mas acho que ele poderia ter sido mais bem explorado, afinal, faz tão parte da história quanto a April, mas ok, ele é legal, principalmente, no final.

O desenrolar da história, como disse, é bem louco. Muitas coisas acontecem ao mesmo tempo e tudo parece ser surreal demais, seriam os Carls alienígenas? Seriam eles uma jogada de marketing? É uma dúvida que paira entre os personagens e os leitores. Claro que conseguimos formar inúmeras teorias e, com certeza, alguma delas estará certa, pode ter certeza 😉

O ponto forte do livro, para mim, foi a forma como o autor criticou a forma como reagimos nas redes sociais, como postamos tudo nelas e deixamos de viver o agora. Sabe aquela coisa de você parar uma comemoração para tirar uma foto e depois olhar essa foto e não se recordar da festa, tendo apenas a foto como lembrete? É isso.

Outra crítica forte que o autor faz é como estamos prontos para julgar e não ajudar o próximo. Vocês já pararam para perceber como temos algo cruel para falar de alguém? Como gostamos de comentar, destrinchar e discutir as postagens que as pessoas fazem, mas que nunca paramos para ajudar a pessoa? Nós não somos unidos. O novo lema da humanidade é “cada um por si”, quando deveria ser “um por todos e todos por um”. Quando vi que o autor tinha escolhido trabalhar essas questões, chorei e chorei porque não quero mais viver numa sociedade assim, quero fazer a diferença e esse livro me deu esperança de fazer a diferença, de mudar.

No entanto, apesar de eu ter gostado desse livro em diversos sentidos, tenho que dizer que ele deixou bastante a desejar no final, senti que tudo aconteceu muito rápido e que restaram mais perguntas do que respostas. O Hank poderia ter respondido algumas coisas nesse final e não apresentado mais questões. Como o livro vai ter continuação, acho que funcionou para nos deixarmos curiosos com o que vem depois.

Em síntese, Uma coisa absolutamente fantástica é um livro diferente, com uma proposta interessante e que promete agradar muitos leitores como me agradou. Recomendo que vocês façam essa leitura.

Was this review helpful?

“Uma coisa absolutamente fantástica” é um lançamento de 2018 da Editora Seguinte e o livro de estreia de Hank Green, irmão de John Green. Mas antes que você ache que Hank segue os passos de John, já te digo que a excentricidade e o senso de humor são as únicas coisas que os irmãos têm em comum no que diz respeito à escrita. UCAF é um livro diferente e é até difícil explicar seu enredo.

Nesse livro conhecemos April, uma jovem bissexual de 23 anos que, literalmente da noite para o dia, se vê em meio a uma vida totalmente nova, após gravar um vídeo de uma escultura gigante que apareceu de repente nas ruas de Nova Iorque. Pelo ponto de vista dela, acompanhamos uma jornada de fama repentina na internet e como as pessoas reagem a isso.

Ao longo da história, Hank Green tece diversas críticas ao comportamento humano nos dias atuais, abordando a facilidade com que tornamos qualquer pessoa famosa, até pelo motivo mais banal. A força das redes sociais e a disseminação do ódio online também são alguns dos assuntos trabalhados, bem como a LGBTfobia e a histeria coletiva. Há também outras nuances relacionadas à ficção científica que deixarei para você, leitor, descobrir sozinho...

UCAF foi uma leitura extremamente prazerosa e simples, sem firulas desnecessárias. April não é uma protagonista fácil (na verdade, ela chegou ao limite da minha paciência), mas acho que todo o egocentrismo e orgulho dela foi proposital e bem pensado por Green, que precisava de uma protagonista com essas características para transmitir sua mensagem.

No geral, recomendo muitíssimo a leitura; só esteja preparado para se descabelar no final, já que esse livro é o primeiro de uma duologia e tem um baita cliffhanger que me deixou muito ansiosa pela sequência.

Adorei a estreia de Hank Green na literatura e acredito que você pode gostar também!

Esse eARC foi cedido pela Editora Seguinte por meio do NetGalley.

Was this review helpful?

Vou começar explicando que fiquei louca para ler este livro assim que vi esta capa e li a sinopse. Eu amo um mistério e essa questão ficou martelando na minha cabeça sobre o que eles realmente eram. Dai fui pesquisar mais sobre o livro e descobri que o escritor é irmão de John Green e que é um famoso Youtuber. Foi então que fiquei mais intrigada ainda em saber como tudo iria se desenrolar.



Será um pouco difícil falar sobre ele pois a sinopse na Amazon praticamente já é uma resenha e mostra exatamente o que esperar do livro.



Os robôs, na verdade, não são o foco do livro, a ideia central é justamente essa questão do controle virtual sobre a vida das pessoas e como é tão fácil se deixar levar por esses verdadeiros robôs controlados pelo homem. O escritor usou os robôs no livro como uma alegoria para mostrar até onde a humanidade é capaz de ir para conquistar e manter a fama e o poder.



Ele mostra tambem a atual polarização de pensamentos e comportamentos, o que me lembrou como estamos disfarçadamente vivendo outra guerra fria sem nem perceber e como desta vez estamos encarando esta liberdade sem freios que a internet permite.



Confesso que não esperava que a resolução do problema fosse ser conduzida daquela forma, mas com certeza fiquei na expectativa do momento "toque-toque" e achei muito criativo e extremamente coerente com a mensagem de todo o livro.



Gostei demais da caracterização dos personagens e como eles apresentaram muito bem seu papel na trama. Me apaixonei por Andy perdidamente e amei com ele amadureceu durante toda a história.



4/5 estrelas.

Was this review helpful?

A princípio não prestei atenção a esse lançamento quando só ouvia "irmão do John Green" e não conhecia nada sobre o autor, mas fiquei curiosa depois de ler a sinopse. A escrita me lembra um pouco do irmão dele e eu li o livro rapidinho. A história é ficção científica com um mistério envolvendo robôs, músicas populares, como lidar com a fama da noite para o dia, as informações passadas nas mídias sociais e comentários políticos super atuais.

A personagem principal é intragável em algumas partes, mas todo o livro ela mesmo repete o quanto que ela foi burra, eu diria também ingênua. Mas depois que eu superei a personalidade dela e vi quanta informação interessante é passada. Os amigos dela também ajudaram já que adorei eles e os pais adoráveis e compreensivos.

Algumas coisas talvez sejam bem clichês, mas é o tipo de clichê feliz que eu estava precisando. Quem não quer ter um pouco de fé na humanidade por um momento. Daí tem o final que faz você querer gritar e vou ter que esperar pelo segundo livro.

Was this review helpful?

Um coisa absolutamente fantástica é uma ficção científica, então não espere que o irmão dele, John Green, mesmo que você veja traços dele no livro. O livro é bom, tem uma história muito boa e tem uma "lição", que muitos vão ignorar, que é o ser famoso a qualquer custo, haters, essa intolerância desmedida , o medo do diferente e a diferença entre opostos extremos.
Mesmo com uma história batida para quem gosta de ficção e umas forçadinhas na história, o livro consegue te prender, e te divertir, além de te fazer pensar. E o final tem um gancho para o próximo - espertinho esse Hank Green.

Super indicado para quem gosta de ficcção , tiradas inteligentes e citações maravilhosas.

Esse eARC foi cedido pela Editora Seguinte através do NetGalley.

Was this review helpful?

"Uma coisa absolutamente fantástica" é um livro incrível! Você pode até não pensar, a princípio, que um livro sobre uma youtuber bissexual que encontra um robô alienígena gigante possa ser super-reflexivo, mas é.

De forma divertida e surreal — como referências a Carly Rae Jepsen, páginas na Wikipedia e outras loucuras —, Hank Green criou um livro que nos faz refletir muito sobre sociedade, política, sucesso e outros debates. Uma das coisas mais interessantes, para mim, foi como é fácil fazer uma ligação entre a situação dos Carls e o posicionamento contra e a favor ao atual cenário político do Brasil, com discursos de ódio inflamados que chegam às vias de fato.

Uma das primeiras coisas que me chamou atenção nessa história foi a April ter vinte e poucos anos e estar perdida na vida pós-faculdade. Às vezes a gente se sente meio sozinha no mundo, porque sinto que falta um "buraco" nos livros que narrem essa fase da vida de forma mais real. E Hank me deu isso - personagens da minha idade, que vivem conflitos próximos aos meus e dos meus amigos.

Eu amei esse livro, o final é louco e inacreditável. Sei que o autor já está trabalhando numa continuação e acho que é a primeira vez em anos que estou ansiosa por isso.

Was this review helpful?