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Redemoinho em dia quente

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-: ¦: Primeiro contato com a escrita da Jarid foi quando participei de um curso no USP escola e mostraram trechos de um livro dela.

-: ¦: Depois disso li seus maravilhosos cordéis das 15 heroínas negras brasileiras, tenho ele aqui em casa.

-: ¦: Esse livro é dividido com histórias de diferentes mulheres: religiosa; lavadeira; amante; ladra; motogirl; quenga; poetisa; negra; tímida; poderosa; vítima; criança; adolescente; idosa…

-: ¦: Ele está dividido em duas partes.

-: ¦: Parte I: Sala das candeias - com 18 contos

-: ¦: Parte II: Espada no coração - com 12 contos

-: ¦: E como são contos, sempre tem aquele que gostamos mais e outros que gostamos menos, bacana a cada conto ficar na expectativa de saber o que sentiremos

-: ¦: Leitura rápida, mas que traz personagens tão diferentes que somos leva a perceber que somos únicos com nossas personalidades e vivências

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A escrita de Jarid é muito sensível e transita entre a prosa, a poesia e a sonoridade oral do cordel.

Seus contos são diversos, podendo levar o leitor ao riso, ao choro e ao medo. São muitas os sentimentos trazidos pelas palavras da autora. Além disso, as histórias são centradas em narrativas femininas, mostrando uma gama de personalidades, vivências e ações.

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Redemoinho em dia quente é composto por vários contos e dividido em duas partes, onde Jarid narra a história de mulheres da região do Cariri, no Ceará. Este é um livro curto e por suas histórias serem curtas a leitura fluí de maneira rápida, porém, ainda alguns contos não são nada fáceis de ler, e bom parte deles apresentam alguns gatilhos que nos pegam de surpresa. A autora muitas fazemos nos leva para situações de desconforto e nos faz refletir sobre realidades muitas vezes que negligenciamos por serem tão diferentes da nossa.
Esse é o segundo livro de Jarid que leio, e posso afirmar que ela tem uma escrita ímpar, que nos conduz através de suas palavras para outras realidades e nos faz refletir pelos mais diversos temas de maneira muito natural. Porém, apesar da sua maestria com as palavras este não foi um livro que amei. É um bom livro, nos apresentas contos que são muito bem trabalhados e nos surpreendem e emocionam do início ao fim, mas grande parte acaba sendo ofuscando e não despertando tanto a atenção. Entre os que se destacaram ao meu ver temos: “Voz”, “Telhado quebrado com gente morando dentro”, “ Cachorro de quintal”, “ Cinco mil litros”, “Até as nove” e “Sacola”.

Em resumo Redemoinho em dia quente é um bom livro, mas não é um livro para todos.

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'Redemoinho em dia quente' foi o primeiro contato com a escrita da Jarid, apesar de já acompanhar a autora há um tempinho nas redes sociais. Na minha cabeça esse livro era um romance - ledo engano -, então foi realmente uma surpresa quando me deparei com vários contos. Uma surpresa boa, porque eu adorei! A Jarid é muito maravilhosa, e a escrita dela me conquistou, pretendo ler outros livros e continuar me encantando com as histórias que ela cria.

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Livro incrível! Jarid Arraes criou personagens com contextos de vida tão diferentes dos meus, mas que, ao mesmo tempo, nos traz uma identificação muito forte entre a vida das mulheres de seus contos. Ter lido esse livro foi uma grata surpresa!

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Já havia lido anteriormente a obra Heroinas Negras Brasileiras em 15 cordeis da Jarid, e conhecer agora a obra dela na prosa, uma obra impactante e visceral como ela geralmente faz, foi ótimo.
A Jarid tem uma maneira de encadear as palavras que já havia gostado muito nos cordéis, e ver isso aplicado na prosa, essa poesia que ela consegue imbuir, pra trazer isso tudo na prosa, em contos curtos e ágeis, só prova o jeito como ela escreve e o toque dela nas histórias que quer contar. Tão incrível quanto os cordéis. Tão surpreendente quanto eles.

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Confesso que eu não sabia muito bem o que esperar de “Redemoinho em dia quente”, assim como é com a maioria dos livros que são contos que eu pego para ler, então eu não esperava ter ficado tão presa nas histórias tão pequenas.

O livro todo tem como cenário principal o nordeste e são protagonizados por mulheres de todos os tipos: jovens, idosas, adultas, crianças. Mulheres fortes que estão passando por bons momentos, mulheres fortes que estão sofrendo, mulheres enfrentando de tudo pela vida e deixando alguma mensagem importante em todas aquelas histórias de suas vidas.

E quando eu digo que vemos de tudo em todos os contos, eu não estou exagerando. Nós temos contos que falam sobre relacionamentos abusivos, também temos um breve conto que fala sobre a loucura, conto até mesmo sobre a forma com que cachorros são tratados algumas vezes e todos eles me tocaram em algum ponto, mas eu gostaria de focar aqui nos que eu mais gostei.

Em “Cachorro de quintal”, o conto fala justamente sobre o que eu disse acima: sobre cachorros e como muitas vezes eles apenas são tratados como objetos para proteção das casas ao invés de um ser vivo que merece carinho e respeito como todos os outros. Esse particularmente me tocou bastante.

E tem “Got a flamin’ heart, can’t get my fill”, que fala sobre saúde mental e sobre tratamentos e auto destruição. Acho que foi também um dos contos que mais me pegou, que me fez ficar bem pensativa sobre algumas coisas e como muitas vezes nós não conseguimos realmente ver como nós gostamos de nos prender a coisas que não nos fazem bem exatamente.

Tem o “Telhado quebrado com gente morando dentro”, que tem certos gatilhos de assédio sexual, assim como “Gesso”, que tem gatilhos de relacionamento abusivo. Eu gostei bastante desses dois também, mas acho que devia deixar avisado sobre os gatilhos antes que leiam sem saber.

Mas, assim como tiveram contos bons, tem alguns contos que eu fiquei sem saber exatamente o que pensar. Foram contos que começaram bem, mas pareceram terminar meio… abruptamente. Eu simplesmente não vi o fim chegando, parecia que a história teria alguma continuidade, mas ela simplesmente acabava ali, me deixando sem saber o que fazer.

E, alguns que mesmo tendo um final fechadinho, como “As cores das fitas”, me deixaram com aquele gostinho de quero mais: eu definitivamente poderia ler mais e mais e mais sobre essa história, poderia ler um livro todinho de mais de 300 páginas sobre ela porque me apaixonei pela narrativa e pela condução de tudo.

Eu acho que, num resumo “Redemoinho em dia quente”, é um livro tão bom e tão fácil de ler que você nem vê o tempo passando, com vários contos e todos eles são bem curtinhos. Então se você precisa de um livro pra ler que vá te desafogar de toda uma ressaca de leitura, pegue esse livro. E mesmo se você não tiver com uma ressaca literária: pegue esse livro. Vamos dar mais foco e mais visibilidade para a literatura nacional, porque esse livro merece ser bem glorificado.

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"Não era mais a garota que tinha muita força. Era uma casa com telhado quebrado, mas com gente ainda morando dentro."

Essa antologia reúne contos com a cara do Brasil, tanto pela ambientação quanto pela escrita. Creio que os leitores do Ceará se identificarão ainda mais com os personagens e as histórias apresentadas nessa coleção. Eu gostei muito da experiência de ler um livro que se passa no nordeste brasileiro, entre tantos livros norteamericanos que leio. Mesmo não sendo da região, consegui sentir na pele muitas situações dos contos. Os da parte 2 me chamaram a atenção principalmente porque alguns tem elementos de realismo mágico, que eu amo.
Os meus preferidos foram: Boca do povo, Mais iluminada que as outras, Got a flamin' heart can't get my fill, Voz, Gesso, Nheim nheim, Os fatos dos gatos.

"Triste, tão triste, que eu tenha viajado para outros países e me deslumbrado com as cores ávidas de outras paredes, quando vinte e quatro anos vivi entre alvenarias francas."

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Estava louco para conhecer a escrita da Jarid Arraes e não me arrependi! Uma sugestão para a editora: adicionar os eBooks em .epub, não .pdf. Isso com certeza facilitará a leitura.

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Redemoinho em dia quente é o meu tipo de livro. Eu já cansei de falar aqui e também no canal o quanto amo livros que falam sobre histórias de pessoas. E se tem um tipo de livro que mais me agrada e mais se encaixa nesse quesito para mim são os livros de contos. E exatamente esse o livro que a Jarid Arraes lançou esse ano.
Eu estou numa pegada de ler mulheres esse ano. Não só ler mulheres, mas ler mulheres brasileiras. Mulheres que escrevem sobre nossa história, mas não no sentido histórico. Eu falei que a ideia era conhecer autoras que escrevem sobre nossa terra, nossa gente, nossos problemas. E gente como tem encontrado coisas maravilhosas e boas de ler.
Arraes nesse livro quer mostrar exatamente isso: histórias de mulheres. Mulheres que representam nossa gente, nossas histórias. E principalmente ela quer representar as mulheres do Cariri, a região de origem da autora e onde ela conhece bem. Eu não havia lido ainda nada da autora, apesar de ter livros dela na biblioteca em que trabalho.
Apesar da minha leitura ter sido um pouco arrastada, principalmente se tratando de um livro de contos. Fui degustando cada um deles aos poucos. É até engraçado porque comentei com uma pessoa no Instagram que estava lendo a autora e o quanto a sua escrita era envolvente e me prendia a atenção de uma forma que eu não sabia muito bem explicar.
Os contos são bem curtinhos e mostram o dia a dia das mulheres nordestinas principalmente as moradoras da região do Cariri. Alguns contos beiram o surreal e até parece um pouco meio fantasioso, mas acho que é isso que dá o tom, o envolvimento do leitor com a escrita da leitora.
Religião é tema rotineiro na vida do Cariri. Santos milagreiros, rezas, orações, igreja e Padre Cícero são elementos da fé do povo nordestino e estão presentes em muitos contos.
Gostei de alguns contos mais do que outros. Sacola já mostra logo de cara o tom que será visto ao longo de toda leitura. Moto de mulher é divertido e traz tantas analogias para a vida que nem sei explicar; Cachorro de Quintal me fez repensar em todos os cachorros de quintal que já tive na vida; quem nunca conheceu uma mulher como a retratada em Viração de tempo?; Ou ainda a história que a gente não acha que acontece, mas é tão comum como o conto Olhos de cacimba que fecha o livro esplendorosamente.
Redemoinho em dia quente é um daqueles livros que deixam um gostinho de quero mais. Quero mais livros de contos, mas por enquanto não tem novos lançamentos, vou atrás de outras coisas da autora, já que estou vivendo um sentimento de orfandade de seus textos.

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Nota: 3,5

Há contos muito bons, que se destacam no livro. Porém, a maior parte parece narrada pela mesma protagonista, embora não sejam. Ou em alguns casos sentia que estava lendo algo que já li dentro do próprio livro.

A ambientação é muito bem feita, a autora consegue transportar o leitor para o cenário da história.

Não entendi muito bem porque o livro é dividido em duas partes, porque sinto que se houvesse uma mudança na organização dos contos, não faria muita diferença onde um ou outro estivesse - enquanto uma divisão demarcaria exatamente isso, ela existe com um propósito.

Gostei do livro e recomendaria, mas esses são alguns detalhes que me chamaram atenção.

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"Hoje percebo que se apegar ao seu eu destruído é mais comum do que os outros pensam. A maioria das pessoas, quando consegue desenvolver alguma empatia pelos loucos, imagina que mentes doentes desejam a cura absoluta, a felicidade, os sorrisos aos domingos e a vida comum de quem constrói uma sociedade produtiva. Pois o verdadeiro desafio em aceitar amar os loucos está em enxergá-los amantes da vontade de ver tudo pegar fogo.
E eu sempre fui incendiária" .

Que livro, meus amigos! "Redemoinho em Dia Quente", antologia de contos da escritora Jarid Arraes, cearense de Juazeiro do Norte que em 30 narrativas nos apresenta personagens diferentes em situações difíceis e muitas vezes desesperadoras, convida o leitor a sentir e refletir junto às personagens sobre a sociedade doente, apática e preconceituosa em que vivemos, o machismo, a violência, o desespero mesmo, a ignorância, tudo debaixo de um sol quente de lascar, de uma quentura, um mormaço de confundir a cabeça, de embaçar a vista, os contornos da vida.

Conhecemos aqui mulheres fortes; podia ser eu, você, nossas vizinhas. Representadas e eternizadas, nos melhores contos regionalistas que eu li até agora. Eu pelo menos me senti representada em uma grande parte dos contos, e acompanhar essas histórias me fez querer sair na rua aqui no meu interior reparando em tudo. Em como a luta ainda é grande, como a desinformação é perigosa, como a mulher precisa ser trezentas vezes mais forte pra viver nesse mundo violento.

Alguns dos contos que mais mexeram comigo: "Telhado quebrado com gente morando dentro" "Voz", "Amor com cabeça de oito", "Despedida de Juazeiro do Norte", "Nheim Nheim", "Os fatos dos gatos", "Cinco mil litros" e "Moto de Mulher". Não dá pra falar de todos eles aqui, mas por favor: leiam esse livro lindo. Já quero ler tudo dessa autora que, olhem só!, estará na Flip esse ano. Bora ler que dá tempo!

@mydearvangogh

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