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Enfim, capivaras

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Member Reviews

É aquele livro jovem, divertido sobre descobertas, e eu estava bem animada pra ler ele, principalmente por termos um grupo de amigos, mas infelizmente eu não curti muito o livro.

Eu não consegui me envolver com nenhum personagem, não sei se é porque o livro é curtinho, mas eu não senti muito aprofundamento da vida dos personagens, parece que faltaram páginas, definitivamente você chega na última página e espera ter mais coisa, porque o final fica sem nenhuma resolução.

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Sem muitas mensagens filosóficas ou revelações surpreendentes, Enfim, Capivaras encanta pela simplicidade e pela identificação. É um livro para ler em poucas horas, e que dá aquele quentinho no coração quando se termina. Recomendo muito também pra quem precisa de uma leitura mais leve pra sair da ressaca literária, com certeza vocês vão amar.

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A leitura de Enfim, Capivaras veio por conta do projeto de leitura coletiva realizado pela Editora Seguinte, mas eu já bem queria ler antes porque este é um daqueles livros divididos entre amor e ódio. Muitos amaram, muitos odiaram e, bem, eu precisava ler com meus próprios olhos e saber qual grupo eu entraria. E… eu amei demais! Quero uma capivara agora (mentira, já tenho muitos cachorros aqui).
Um grupo de adolescentes, Vanessa, Binho, Léo, Nick e Zé Luís, saem em busca da capivara perdida. Alguns se conhecem a tempos, alguns nem tanto e neste dia vão passar por muitas coisas. Afinal Binho realmente tinha uma capivara?

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Amei a capa e as ilustrações. Capivaras já são fofas e a arte ajudou valorizar tudo isso. Porém infelizmente esse livro não me coube, talvez eu não seja o público alvo.
Acredito que adolescentes vão curtir essa vibe que o livro tem, mas para mim não funcionou. Apesar disso, gostei das listas entre os capítulos, mas a troca de ponto de vista acabou mais atrapalhando para eu me apagar as personagens do que o contrário.
Espero que mais adolescentes brasileiros possam se enxergar de verdade em histórias como essa e que mais livros desses venham para formar novos leitores.

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Durante uma aula de seu mestrado na Irlanda, Luisa Geisler estava fazendo uma apresentação sobre a experiência brasileira e citou uma capivara. Ao ver a cara confusa dos ouvintes, percebeu que capivara não era um conceito conhecido mundialmente, como ela achava. O que, aliás, é um completo absurdo e o mundo não sabe o que está perdendo ao não conhecer capivaras.

“Enfim, capivaras” se passa no interior de Minas Gerais, na Chapada do Pytuna, uma cidade fictícia com dois restaurantes, uma praça central e composta por fazendas de soja e gado. O choque para uma das protagonistas, Vanessa, que vem de Porto Alegre, é considerável.

Resenha completa: http://www.opoderosoresumao.com/resenha-enfim-capivaras/

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Luísa cria uma história criativa, leve e divertida, daquelas que quem mora no interior vai se identificar com o cenário, já quem é acostumado com os grandes centros vai sentir o gostinho que como é viver em uma cidade pequena onde todo mundo conhece todo mundo.
O livro apresenta poucas páginas, mas apesar disso achei a narrativa um pouco arrastada depois que chegamos perto da metade do livro e isso segue até o final. Quanto aos personagens cada um possuí um drama próprio que o outro desconhece, mas é só, não praticamente nenhum desenvolvimento nisso. É fácil reconhecer os personagens, porém não consegui me conectar com nenhum, achei que faltou um pouco mais de profundidade e senti falta de a autora explorar mais os temas abordados, assim como a consequência da aventura. Terminamos o livro assim como começamos sem saber basicamente nada e com várias perguntas sem respostas.
De modo geral a ideia do livro é boa, mas dá a sensação que está incompleta. Porém, é uma boa escolha para se passar o tempo.

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foi uma leitura cativante e nostálgica por mostrar as diferentes dinâmicas tão comuns em grupos de amizade. gostei também de como não teve um final definitivo, deixando a cargo do leitor imaginar como o quinteto se livrou daquela situação.

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Eu nunca havia lido nada da Luisa Geisler, mas quando soube que ela estava se aventurando em sue primeiro livro de literatura jovem, o livro Enfim capivaras, decidi que esse seria meu primeiro contato com a autora.

Enfim, capivaras surge da vontade de autora de escrever um livro em que capivaras estivesse na história e porque não no título não é mesmo. Ele irá retratar a história de um grupo de amigos de escola que se vê perdido em algum lugar do norte de Minas Gerais, por causa de uma história mentirosa envolvendo capivaras.

O livro é uma grande aventura bem nos moldes dos filmes dos anos 1980/1990 como Os Goonies e Conte Comigo, amigos que embarcam em uma aventura sem querer e se veem envolvidos em uma grande confusão. A história é contada através dos pontos de vista de cada personagem em uma contagem conforme as horas vão passando, exceto a de Binho, porque convenhamos ele não é muito lá confiável.

Cada personagem tem características bem marcantes e que dá o tom da aventura. É como se cada um tivesse um papel a desempenhar para tornar aquele grupo tão coeso e estranho e jovem e louco e diferente. Sei lá. Me identifiquei de cara com a Vanessa, não pela sua história, mas pela sua personalidade. Acho que quando somos adolescentes temos amigos assim e quando nos perguntamos porque não vem nenhuma resposta.

O final é bem interessante, porque não há uma finalização clara. Algumas coisas ficam sem conclusão, mas acho que esse foi o barato do livro, porque a ideia não é ter começo, meio e fim. E sim, relatar aquela aventura que deixa um monte de pontas soltas e o leitor fica meio que "o que aconteceu depois˜. No momento que eu terminei fiquei sentindo um aviso, mas conforme fui processando a história, vi que desse jeito era melhor.

Super recomendo a leitura de Enfim capivaras para todo mundo que curte uma aventura jovem recheada de muita confusão, diversão, reflexão e uma pitada de capivara fofinha.

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É com certeza uma das melhores leituras que fiz no ano. A trama minimalista e a forma com que os personagens agem de forma vívida e cheia de singularidades chama bastante a atenção. A ambientação também é bastante ímpar, de forma que muito vale indicá-lo para adolescentes e jovens adultos que estejam a fim de conhecer mais os talentos do nosso mercado nacional.

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A cidade no interior de Minas Gerais para onde Vanessa se mudou é o tipo de lugar onde anunciam os horários do cinema e os obituários com o mesmo carro de som. Nada de muito interessante acontece por lá, a não ser para Binho, que, segundo ele mesmo, tem várias namoradas e conhece um monte de cantores sertanejos famosos.
A verdade é que Binho é um mentiroso contumaz e agora passou dos limites: inventou que tem uma capivara de estimação. Cansados das histórias cada vez mais mirabolantes do garoto, Vanessa se junta aos amigos ― Léo, Nick e Zé Luís ― para desmascará-lo. E eles estão decididos a ir até as últimas consequências.
Narrado durante as doze horas de uma noite regada a álcool, salgadinhos, segredos e romances mal resolvidos, Enfim, capivaras explora, através de diferentes pontos de vista, os relacionamentos entre um grupo de adolescentes em busca de uma capivara ― ou muito mais do que isso.

De Espaços Abandonados foi a minha primeira experiência com um trabalho da Luisa e foi uma leitura transcendental, uma montanha russa de emoções. É um livro diferente de tudo que eu leio e questiona muito os seus sentimentos e imersão na narrativa. Fiquei empolgada para conhecer o seu novo trabalho descrito com uma pegada jovem adulto, mesmo que minha pessoa tenha anulado isso e iniciado a leitura achando que era um romance contemporâneo.

A história tem como cenário (ouso dizer, personagem) uma cidade pequena do interior de Minas Gerais que tem seu próprio tempo e dinâmica. Vanessa é nova moradora e sofre aquela imersão natural no seu novo lar, acha tudo estranho e diferente, mas tem um olhar gentil e curioso, e isso também imprime com seus novos amigos: Binho, Léo, Nick e Zé Luis.

Binho é o contador de histórias do grupo, conhecido também como mentiroso da galerinha e ele jura de pés junto para os amigos que ganhou uma capivara de estimação. Vanessa se une ao trio para desmarcará-lo e o que seria uma tarde de acusações se torna uma viagem pela cidade conhecendo a vida cotidiana, os seus moradores e a natureza dos jovens em busca de uma suposta capivara.

O curioso de ler esse livro após a experiência de leitura com De Espaços Abandonados é perceber que a autora se morfa bem a qualquer público sem perder a qualidade da sua escrita e originalidade. A complexidade dos personagens é atraente e muito bem trabalhada pela autora; os pontos de vistas ajudam a lapidar as personalidades e apresentar suas emoções. A escrita de Luisa continua atraente e trabalha essa narrativa de um modo sedutor que te leva a querer saber o que acontecerá nessa aventura.

MAS, há uma coisinha aqui e ali que me incomodou. Começando pelo uso de um termo inapropriado que, mesmo sendo uma visão de um personagem e rolando uma intervenção para expor que aquela palavra é errônea, não caiu nada bem. Não havia necessidade dessa exposição.

O meu outro problema é com o enredo e o seu desenvolvimento. Depois dos 50% de leitura, eu senti que a história não estava indo para lugar algum. A busca pela capivara é o mote central e é bem desenvolvido, até que, a trama não tem mais para onde seguir e me peguei questionando: não havia outras bifurcações? Algumas tramas são apresentadas pela ótica dos personagens, inclusive uma narrativa interessante da Nick, e eu esperei que essas histórias de algum modo aparecessem ao fim da trama, mostrando que essa aventura transformou esses personagens, de algum modo, que os leva a mudar hábitos ou lutar por aquilo que almeja, mas isso não rola e a sensação de que esse dia foi só um dia qualquer na vida desses personagens perdurou. Não é decepcionante, mas minha expectativa pedia por um final significativo para esses personagens.

Enfim, Capivaras é um Clube dos Cinco mineiro bem gostosinho de ler que entrega parte do que promete, mas deve um pouquinho mais de envolvimento emocional com os personagens e seus leitores.

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Esse livro é uma preciosidade! É muito bom ler uma história que reflete a nossa cultura e os nossos costumes; a gente se sente em casa enquanto lê. Nick é a melhor pessoa e eu passei a gostar ainda mais de capivaras depois da leitura, rs. Recomendadíssimo pra quem quer uma história com cara de Brasil e com um humor bem leve.

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Luisa Geisler nada menos que arrasou em sua estreia no mundo dos YAs. Rememorando recursos estilísticos de seus primeiros romances, como o uso repetitivo de determinadas frases (como um mantra) para caracterizar um personagem, ela consegue dar um dinamimo tal ao livro que o leitor não tem outra escolha a não ser devorar a leitura.

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Quem nunca teve uma capivara de estimação? Ha! Queria, né?
E também, quem nunca teve um amiguinho com um pé no surrealismo de tanta mentira que conta?

Faz pouco tempo que Vanessa se mudou para uma cidadezinha no interior de Minas Gerais, mas já é o suficiente para "se sentir em casa" no grupo de amigos de Nick. Nas primeiras páginas, da narrativa que se inicia sobre esse dia super louco, os quatro amigos decidem desmascarar todas as mentiras do quinto integrante do grupo, Dênis, também conhecido como Binho (a explicação para o apelido é hilária). O garoto mente sobre qualquer coisa. Ele sempre aproveita pequenos fatos, das conversas entre eles, pra dar seu toque surreal.

Toda situação desenvolvida no livro acontece em menos de 24 horas. Os amigos decidem confrontar Binho, mas algo dentro deles deseja que tudo tenha um fundo de verdade. A última pérola foi solta durante o intervalo colegial. Binho contou a eles que tinha uma capivara de estimação. Cansados, decidiram visitá-lo de surpresa e expor todas as mentiras. Eis que menino Binho é muito esperto, sempre saindo pela tangente, e diz a eles que a capivara foi roubada.

Curiosos, e com um "culpado" em mente, partem em busca da suposta capivara perdida. Mas antes, fazem uma pausa no supermercado da pequena cidade, e se abastecem com todas as delícias e bebidas que conseguem. E foi uma escolha muito inteligente, pois conforme as horas passam, os problemas começam a surgir - o carro quebra e se perdem no matagal no meio da noite -, fora as discussões entre os amigos do grupo. Todo mundo tem sua mentirinha inocente, não é mesmo?

"Então decidimos visitar o Dênis. Com todos nós ali parados, encarando o mentiroso no ato, ele olharia descapivarado para jardins vazios e pediria desculpas. Assumiria que de fato roubou os óculos do Léo; que não tinha visto todos os animes que a Nick conhecia, além de uns que eram "desconhecidos até pra ela"; que nunca tinha visitado Porto Alegre e a família e a rua da Vanessa. Também assumiria, finalmente, que o Zé Luís nunca tinha perdido a virgindade com uma prostituta de trinta reais."

Antes de mais nada, quero deixar claro que esse livro não é infantil. Enfim, Capivaras é um jovem adulto e sua linguagem é como tal. Dizer pra vocês que achei a construção bem diferente, de um jeito bem positivo. A autora Luisa Geisler nos apresenta parte do cenário, e parte de informações sobre seus personagens, através de listas no início de cada capítulo. De fato acrescenta em seu desenvolvimento mais a interação entre os amigos, que praticamente, são os únicos que "lemos" em cena. Funciona, soando suficiente, bem feito e satisfatório. A ideia é apresentar uma trama ágil, descontraída, que só quer te entreter sem dificuldades.

A escrita de Luisa é deliciosa de acompanhar. É seu primeiro jovem adulto. Suas outras publicações pegam mais no lado dramático adulto. Uma prosa carismática e bem humorada. A trama se passa no interior de Minas, Luisa se dedica a trazer certa proximidade com a linguagem regional e as peculiaridades que rondam cidades pequenas. Eu não tenho problema com narrativa regional, a não ser quando se torna um exagero; escrita dominada por gírias/ditos locais. Mas aqui minha opinião nem conta, pois amo o jeitinho que mineiro fala. Ha!

Mencionei que cada capítulo inicia com listas. Elas focam em um personagem específico, assim o capítulo é narrado por tal. E só ajuda a história caminhar, pois eles guardam muitos segredos e sentimentos uns dos outros. Uma hora acaba por sair a explosão, claro. Vanessa acabou se mudar, está lidando com as saudades do lar e enfrenta certos problemas em casa; Leo está atraído por ela, e ela por ele, só que Leo tem namorada; Nick sabe que a namorada de Leo apronta e só está com ele por status; Zé Luis e Leo são amigos desde pequenos, e Leo é o "filho do patrão", então Zé não sabe como contar que está se relacionando com a irmã dele...

"Mas talvez toda história seja um recorte que veio de outra história. Toda história é parte de uma história maior. A gente sempre chega no meio de uma história e sempre sai antes que acabe."

Porém, meus capítulos favoritos foram os da Nick. Ela é aloka dos animes, está lidando com algumas transformações em seu eu interior, e não sabe como compartilhar isso com os amigos. Todos a definem pelas roupas ~estilo Avril início de carreira ~ que ela veste e o gênio esquentado, mas seus sentimentos mostram que ela é muito mais que isso. E é dela que parte boas críticas, inclusive sobre consumo alimentar e meio ambiente.

O final é aberto, então tem um ótimo pé para uma possível continuação. Por outro lado, minhas ressalvas caem na divisão dos capítulos, dos focos entre os amigos, e o fato de Binho-Dênis ficar de fora. Sério, eu super fiquei esperando um capítulo narrado por ele. Só o conhecemos pela opinião dos amigos, as ações descritas e diálogos. Imaginava encontrá-lo refletindo sobre os motivos que o levam a fantasiar tanto.

Enfim, Capivaras é daquelas leituras perfeitas para quem está numa ressaca literária, ou está procurando uma leitura mais relaxante, após algo pesado. O final aberto pode frustar alguns leitores, mas é uma experiência literária bem bacana, que transmite críticas importantes nas entrelinhas e, claro, nos deixa curioso pelos caminhos da aventura destes amigos. Dels me dibre me perder no meio de uma floresta pela noite. E gente, difícil não sentir fome lendo esse livro, viu? Muitas menções às guloseimas que eles compraram, e eu, só queria comer tudo.

"Quando eu tinha uns doze anos, se um garoto me dava oi no corredor, eu já estava planejando nosso casamento. Já sabia as madrinhas de cor e queria casar de All Star. Tudo meio tosco, não? Mas, hoje, se alguém me fala "Nossa, você é perfeita, eu morreria por você. De verdade, morreria por você!", fico meio: aham, tá bom, boa noite. Nada me dá arrepio mais."

Edição lida em e-book, recebido através da plataforma NetGalley, e já tinha um gostinho da final. Conferi parte da diagramação, o livro está uma graça, cheio de capivaras. Ha! Temos as fontes diferentes para início das listas, que sinaliza quem estará narrando o capítulo. Apreciei bastante da revisão, me senti vigiando uma conversa agradável entre mineiros, o jeitinho de falar e tudo mais. A capa me deixou encantada. Muito fofa! Adorei o toque com a gravatinha. Só lendo para vocês descobrirem o motivo.

Nas páginas finais, ainda encontramos uma entrevista bem bacana com a autora.

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Numa cidadezinha bem distante no interior de Minas Gerais, onde todo mundo conhece todo mundo e o comércio anuncia suas promoções em carros de som, onde o cinema só abre quatro dias na semana e tem apenas dois restaurantes funcionando; onde os donos de terras e gado são os donos do pedaço e tudo parece estagnado... É nesse cenário que acompanhamos a aventura de cinco amigos entediados que vão em busca de uma capivara perdida. Mas será que a capivara existe mesmo? Dênis diz que sim, que sua Capi (que seus amigos nunca viram) sumiu e que precisam encontrá-la. Ninguém acredita muito na história de Dênis, que tem mania de inventar histórias, mas vão lá de carro pela cidade em busca do bicho, que pode ou não ser imaginário. Eles vão pagar para ver. E essa aventura, que parece tão simples no início, se transforma em uma saga para lá de complicada.

O livro é dividido sob 4 pontos de vista: Vanessa (garota nova na cidade), Nick, Léo e Zé Luís. Cada personagem tem suas personalidades bem diferentes e definidas, e através do olhar de cada um acompanhamos as desventuras desses jovens de 16 anos atrás de uma capivara. E muita coisa acontece no caminho.

Essa foi uma leitura bem fluida; peguei o livro em uma hora e terminei na seguinte. Mas apesar de envolvente eu sinto escrever aqui que a minha experiência com a leitura não foi das melhores. Tudo começou com um trecho em que o autismo é usado como um adjetivo na obra, uma ofensa. E a autora não se preocupou em elaborar, descrever aquilo como errado, preconceituoso. Foi um desserviço e não passou despercebido para mim e para outra amiga leitora, principalmente se tratando de um livro voltado ao público jovem adulto. Não foi legal.

Gostei muito da ambientação, das descrições de cidade pequena que me lembraram da minha mesma. Senti que estava ali com os personagens. Os diálogos eu achei um pouco rasos, confusos; me senti perdida algumas vezes. Enfim, Capivaras não funcionou 100% para mim, mas têm elementos legais que podem conquistar outros leitores.

2,5

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Enfim, Capivaras é o primeiro livro de Luisa Geisler voltado para o público jovem adulto e este foi mais um livro que peguei para dar e uma espiadinha e me apeguei logo nas primeiras páginas. O que me levou a ficar curiosa sobre a obra foi o título, fiquei imaginando como seria uma história com capivaras.

Dois fatores foram essenciais para o meu apego com a história. O primeiro foi o clima, já que a história se passa numa pequena cidade do interior e eu não resisto uma ambientação nesse estilo. Tudo é tão acolhedor, aconchegante e diferente do que estou acostumada. O maravilhoso reside na simplicidade. Eu moro em São Paulo, vivo correndo, fico presa no trânsito e cercada de excesso de movimentos e informações. Eu amo essa loucura, mas de vez em quando desejo mesmo é um lugar calmo e tranquilo, onde eu abra a janela e ouça o canto dos pássaros, veja campos a perder de vista, sinta o sol e o ar sem poluição no rosto e possa simplesmente admirar o amanhecer e o entardecer tomando um sorvete na praça…

Enfim, Capivaras tem esse clima e um grupo de amigos carismático que bola um plano para desmascarar o mentiroso da cidade. O grupo de jovens foi o segundo fator que me fez me apegar, não resisto a histórias protagonizadas por adolescentes.

A leitura flui fácil e dá para se perder analisando cada um destes jovens. Eu gostei da leitura, me senti transportada para outro lugar e consegui me conectar e sentir as emoções que a autora tentou nos passar. É uma leitura gostosa e acolhedora. Eu recomendo.

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Um grupo de amigos, cansado das constantes mentiras e invenções mirabolantes de um deles, o Dênis (mais conhecido como Binho) elabora um plano para pegá-lo em flagrante em sua última novidade: a de que tem uma capivara de estimação.

“a gente quer morar nessa realidade, em que podemos inventar uma história melhor, em que pessoas adotam capivaras do nada.”

Mas quando Binho, em vez de confessar finalmente suas mentiras, parece simplesmente inventar mais uma, isso leva os amigos em uma verdadeira jornada em busca de uma capivara fugida. Nem que seja apenas para provar que Binho é um mentiroso, Léo, Nick, Vanessa e Zé Luís não vão desistir tão fácil de sua missão.

Em seu primeiro livro classificado como jovem adulto (pois não é o primeiro com personagens dessa faixa etária), Geisler demonstra total domínio de linguagem e cria uma história totalmente crível, mesmo em seus momentos mais absurdos. Ela une humor ao processo de descobrir quem você realmente é, típico da adolescência, e obtém com isso um resultado maravilhoso.

“Estamos tão perto de achar (ou não) a tal capivara que não duvido de mais nada.”

A ambientação é perfeita, e mesmo para quem nunca viveu a realidade de uma cidade pequena, é impossível não se sentir em casa nesse interior mineiro que a autora recria. Desde a forma como os personagens se relacionam ao tipo de vida que se leva, passando por quão abandonado e isolado podem ser terrenos rurais em um lugar como esse, cada pequeno detalhe inserido pela autora colabora para criar um clima interiorano completo.

A forma como a autora nos conta essa história, revezando a perspectiva entre os quatro reais protagonistas (mantendo Dênis / Binho sempre à margem), intercalando a narrativa com listas que contam muito sobre quem esses jovens são, colabora muito para a fluidez e sensação de prazer descompromissado que o livro transmite. É um livro que lemos sem nem sentir, nos divertindo e nos identificando com os personagens, seja ao lembrar de nossa adolescência, seja ao ver nela uma brasilidade forte e muito autêntica.

“Teria sido uma noite legal se fosse de propósito”.

Senti que ainda havia espaço para que os personagens fossem mais desenvolvidos, mais complexos, especialmente Binho, que no final é o que menos aparece e segue sendo o mesmo maluco / mentiroso, dependendo do seu ponto de vista. O livro termina, e acabamos querendo mais desses personagens.

Mas a verdade é que passar doze horas, ou duzentas páginas, assistindo esses jovens se mostrarem, se relacionarem e serem ridículos juntos tem uma certa magia que demonstra que o livro cumpriu bem o seu papel. É uma leitura deliciosa, com personagens muito reais e que serve ainda mais para mostrar a força do Jovem Adulto brasileiro.

Além de capivaras fofas, essa belíssima edição ainda apresenta um bônus que é raro em edições brasileiras, mas, na minha opinião, deveria ser mais comum: um bela entrevista com a autora. Além de dar oportunidade ao leitor de se aproximar do texto, ela ainda dá várias dicas para escritores iniciantes, e de que forma pode ser melhor crescer como escritor do que ouvindo de quem está publicando hoje no Brasil?

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Esse livro é uma delícia! Divertido de ler, com bons personagens que são bem trabalhados em uma janela de tempo bem curta. A primeira incursão da Luisa pelo YA deu muito certo. É diferente e agradável.

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Eu recebi este livro da Seguinte através do site da NetGalley, e deixa eu dizer, eu fiquei MUITO empolgado por estar lendo a ARC dele pois, venhamos e convenhamos, tanto o título quanto a capa são simplesmente sensacionais - e também foram os grandes responsáveis por me fazer querer ler esta história da Luisa Geisler. Apesar deste não ser o seu livro de estreia, eu nunca tinha lido nada da autora, então toda a minha leitura no caso foi uma grande experiência de conhecer a autora - e, no final foi bem interessante, pois fugiu completamente do que esperava.

Dito isto, vamos às claras: Sim, eu fiquei completamente dividido com Enfim, Capivaras. Quero dizer, existem MUITAS coisas neste livro que funcionaram perfeitamente para mim, como leitor, mas outras também não me cativaram tanto assim -e foi isto que me fez terminar ele e pesar tudo, pois realmente eu cheguei ao final confuso deste jeito.

Quero dizer, é muito fácil falar de todos os pontos positivos da história... Tipo, o fato dela se passar no interior de Minas Gerais, fugindo por completo do que estamos acostumados na literatura contemporânea voltada para o público jovem. Ou que as coisas aconteçam no decorrer de uma noite. E ser repleto de listas -o que, para um fã de Meg Cabot como eu, é basicamente o paraíso. De termos os pontos de vista de (quase) todos os personagens centrais da trama, e que eles são um grupo bem variado, e que temos uma personagem não binária - e que ainda não sabe que é não binária, pois na época este não era um termo muito conhecido. E que tudo se passa na segunda metade dos anos 2000, o que trouxe algumas limitações bem características para os protagonistas - e também uma alta dose de nostalgia para mim, que era adolescente na época.

Entretanto, se tudo isto me conquistou, algumas decisões de roteiro não me agradaram tanto. E foi isto que me incomodou mais. Quero dizer, alguns termos usados pelos personagens me incomodaram também, mas isto eu entendi que servia como o próprio retrato daquela época. Mas, a escolha de deixar em aberto algumas situações foi o que me fez não aproveitar tanto a conclusão do texto. Eu conheci tanto deste grupo de amigos, o passado de cada um, suas personalidades, a motivação por detrás da aventura que se metem, que eu queria que TODOS ali fossem contemplados com uma conclusão no final da noite. E não é o que acontece. E fiquei meio chateado, pois algumas histórias mereciam sim uma conclusão - apesar da explicação da autora dentro do próprio livro. Principalmente a do Dênis.

Enfim, Capivaras, sem sombra de dúvidas, é um livro muito bem escrito e interessante de se ler. Eu gostei de ser inserido nesta realidade de cidade pequena, e gostei de voltar no tempo e lembrar de quando um celular com flip era o auge do moderno. Mas, se assim como eu, você gosta de que todas as pontas soltas sejam amarradas no final - ou ao menos bem encaminhadas para serem amarradas - fica aqui o meu aviso, para ler já preparado.

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(This review will be in portuguese due to this being a Brazilian book.)

Primeiramente, eu quero pedir desculpas a autora. Minha intenção não é, de maneira alguma, debochar do livro. Porém vou dar a minha opinião sincera e tentar fazer uma crítica reflita com honestidade o que eu achei dos elementos do livro, e os motivos por trás das minhas opiniões.

O BOM:
Vou começar com os dois pontos que eu mais gostei da construção da narrativa:
1) O texto tem algumas passagens que são genuinamente engraçadas, e eu ri em voz alta mais de uma vez enquanto lia. Meu namorado também riu quando eu li para ele, e ultimamente é difícil achar um livro que realmente faça rir.
2) A organização dos capítulos. Os capítulos são contados de trás para frente (12, 11, 10...) e com listas. Achei muito interessante e inovador, e gostaria de ver esse formato em outras obras.
3) [BONUS] As cenas da capivara são muito boas, gostei muito do capítulo do roubo da Capi. Mas ela não aparece até uns 70% do livro, então até lá eu tive que me forçar muito a continuar lendo...

O RESTO:
Antes de mais nada, acho que a versão que eu baixei no NetGalley está com problemas na formatação. Frases são cortadas sem motivo aparente em novos parágrafos, e algumas páginas estão em branco. Mas como acho que isso só aconteceu na versão que eu baixei, eu não vou considerar como um ponto negativo do livro em si. Só quero deixar avisado pra quem for baixar também.
1) A construção das personagens foi demasiado rasa, e acabou que eu simplesmente não consegui gostar de nenhuma delas, e nem me importar com o que elas estavam passando. Por mais que elas parecessem ter mais camadas, cada uma com uma historinha de vida, todas pareceram muito fracas e mal executadas...
A "Nessinha", por exemplo, eu levei uns 3 capítulos narrados por ela pra conseguir entender que era para ela ter algum tipo de relação com palavras/literatura; isso simplesmente ficou mal explicado, e portanto os poucos momentos em que ela falava algo sobre alguma palavra (como a reflexão sobre "apertâozinho" no primeiro capítulo) pareciam muito aleatórios e sem necessidade.
E o Dênis (ou "Binho" como foi apresentado por literalmente motivo nenhum) eu estava esperando que viesse a ter algum tipo de história de redenção, que explicasse o motivo pelo qual ele mente tanto; porém ao chegar na metade do livro eu comecei a torcer muito pra que não tivesse, porque uma explicação àquela altura ia soar muito artificial e fajuta. (Não houve redemption arc, e eu não soube decidir se isso foi bom, ou ruim.)
2) A ambientação é bem fraca... Chega a ser difícil entender/imaginar aonde as personagens estão boa parte do tempo. Eu acho que eu até tinha mais algumas coisas pra escrever a respeito dos cenários, mas eu realmente esqueci o que eram, de tão simples que foi a construção do universo na qual as personagens são inseridas.
3) Cada capítulo é narrado em primeira pessoa por uma personagem diferente, o que é muito difícil de executar de maneira correta; e eu sinto que Enfim, Capivaras falhou nessa execução. É trabalhoso dar a cada personagem uma característica e uma personalidade que as tornem mais críveis e as distinguam umas das outras, e ao longo do livro nós temos duas situações: ou as personagens são tão semelhantes narrativamente que eu continuava esquecendo quem estava narrando o capítulo (como aconteceu entre Leo e Zé Luis), ou a personagem é tão incrivelmente diferente dos outros que chega a irritar quando ela narra.
(O que, aliás, nos leva ao próximo ponto.)
4) A Nick. Só isso.
Meu. Deus.
Eu me sinto mal, porque ao ler ficou bem claro que essa é a personagem favorita da autora. É a personagem que recebe a maior atenção e informações aleatórias sobre sua vida (chegando a mencionar abusos verbais da família, e até uma tentativa falha de suicídio) na tentativa de deixá-la mais profunda, e sinceramente é exatamente nisso que ela peca tanto. Nick se torna uma presença irritantemente pretenciosa, que te faz revirar os olhos a cada alguns parágrafos de sua narração. Quanto mais ela fala de como os interesses dela são incompreensíveis, e o quão diferentona ela é, e como ela é incrivelmente profunda, e como ela "não é igual aos outros adolescentes", mais vontade eu tinha de parar de ler. Verdadeiramente digna do r/im14andthisisdeep. E eu entendo que a história se passa em 2009, o auge do myspace e de toda a cultura emo *rawr* xD rAndOM, mas ainda assim a narrativa ficou extremamente pretenciosa. Especialmente em um ponto que ela faz uma piada de quebrar a 4a parede, e ainda explica depois "Viu, faço perguntas retóricas na minha própria mente" [Parabéns, sua gênia. Deve ser difícil andar por aí com esse cérebro imenso que você tem.] "Minha mente é a melhor, meu Deus." [Claro que é.] "Queria que tocasse tipo, 'Sugar, We're Going Down', do Fall Out Boy. Essa música é um clássico." [Claro que queria.]
Vou parar de reclamar da Nick, porque eu marquei literalmente 19 falas dela que me fizeram revirar os olhos e grunhir. Se me der pique depois eu escrevo os piores aqui.
Moving on.
5) Quase esqueci de mencionar, mas as falas... Socorro. Dá a impressão de ser uma daquelas situações na qual a autora não sabe como adolescentes se comunicam na vida real, gerando verdadeiras pérolas como: "Cacete, Dênis da porra!"; "Só diga uma ver pequerrucha que seja."; "Seu maluco! Eu vou te matar. Vou tacar fogo na sua cara. (...) Vou cavar um buraco e enfiar a sua cara nele. E aí vou tacar fogo na sua cara morta."; "Por que o tamanduá atravessou a rua? - Nós trocamos aplausos e vivas"; "Mas esses dois tão muito fodidos um pelo outro."; "Você ta louca sua bezerra rebelde? -diz ela. - É, mas quem ta sentada é tu." [?] Entre outros.
(E devo mencionar que creio que nenhum desses momentos podem ser atribuídos ao fato de a história se passar no longínquo ano de 2009, na terra remota de Minas Gerais, porque nem nessa época os adolescentes falariam coisas como "pequerrucha".)

Evitei escrever essa review por uns 3 dias, mas agora ela está aqui... e talvez esteja faltando coisa. Mas eu realmente não aguento mais escrever sobre esse livro.
Enfim, Capivaras foi uma experiência repleta de decepções, muitas reviradas de olhos, e ainda assim vários momentos genuinamente engraçados. Porém, "Os eventos... não estão se desdobrando... nos conformes." [Provavelmente a minha frase favorita do livro, ri alto e pretendo aderir.👍]

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Cinco frases que deveriam te convencer de ler "Enfim, capivaras"

5. "Eu nunca moraria num lugar sem McDonald's. Não por não poder ir ao McDonald's, mas pelo que isso significa, sabe? Se não chegou McDonald's, o que mais não chegou?"

4. "Em todo aquele oceano de supostas capivaras psicodélicas, ela era uma constante."

3. "Mas talvez toda história seja um recorte que veio de outra história. Toda história é parte de uma história maior. A gente sempre chega no meio de uma história e sempre sai antes que acabe."

2. "Agora, oficialmente, estamos invadindo propriedade privada. Agora, oficialmente, estamos cometendo um crime. É uma boa noite."

1. "Vejo tudo como um desastre prestes a acontecer. Uma explosão de filme de ação. [...] Luzes se acedendo na casa. Tudo em tempo dilatado. Eu com a certeza de que vou morrer. Eu empurrando um carrinho de mão com uma capivara engravatada."

Li uma prova antecipada de "Enfim, capivaras", lançamento de junho da editora Seguinte. É um livro engraçado e inteligente sobre adolescentes que decidem desmascarar um amigo mentiroso compulsivo. Adorei a leitura e recomendo.

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