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Conectadas

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Conectadas é tão amorzinho! A Clara tem uma escrita incrível e esse YA foi de aquecer o coração. A premissa é muito boa e merece muito reconhecimento mesmo! Apenas incrível!

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Esse livro me tirou de uma ressaca literária fodida de um mês e me trouxe de volta à vida. A leitura é tão gostosa que você nem percebe o tempo passando, os personagens são incríveis é extremamente fácil se ver neles e sentir uma ligação com eles sabe ? parecem que eles são seus amigos e você tá vendo tudo acontecendo ali diante dos seus olhos. esse livro não tem erros apenas acertos, pensei que ia me sentir incomodada com o catfishing mas acabou não sendo um grande problema também. Apenas leiam vale super a pena eu juro, o final é simplesmente perfeito !!!

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O livro é muito bom, trata se assuntos muito relevantes e a leitura bem fluída.
Pra quem gosta de romance que deixa o coração quentinho vai amar.

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Eu adoro um bom YA, com um romance fofo e personagens divertidos e Conectadas tem isso. Além de uma ambientação do mundo de jogos online que eu tenho acompanhado nos últimos anos por namorar um viciado.

Raíssa, infelizmente, descobriu logo cedo que o mundo dos jogos online é um ambiente tóxico para meninas e para tentar se proteger dos haters e do assédio ela passou a jogar como um personagem masculino, passando a ser reconhecida pelas suas habilidades no jogo. Durante uma partida ela conhece Ayla, com quem passa a jogar diariamente. O problema é que Raíssa, ao perceber que estavam se tornando amigas, não disse que era uma menina se passando por menino para fugir de certas situações, ela mentiu mais. Passou a fingir que é Léo, seu melhor amigo, para conversar com Ayla por chamada de voz e vídeo (sim, Léo acabou ajudando Raíssa nessa mentira) e com o tempo Raíssa se apaixonou por Ayla e Ayla se apaixonou por.. Léo.

Eu adoro essas histórias com confusão de relacionamento, pois às vezes geram boas risadas e suspiros quando as coisas começam a dar certo. E isso acontece aqui, ainda bem. Todas as caracteristicas são bem trabalhadas pela autora, pois eu consegui rir de todas as vezes que Raíssa precisou usar seu amigo para fingir na frente da câmera e quando elas se conheceram e passaram a se dar bem — mesmo Ayla não sabendo que Raíssa é Léo — as coisas entre elas foram tão fofas e naturais. Mas ao mesmo tempo que é gostoso acompanhar isso é angustiante vendo a mentira durando mais e mais tempo. O livro é narrado pelas duas personagens em capítulos alternados, então ao saber as coisas que Ayla passa em casa e na importância que ela dá para essa amizade com "Léo" não tem como não se angustiar com a mentira tomando proporções cada vez maiores.

Uma grande evento do jogo acontece em basicamente metade do livro e essa maneira de criar um conflito para as personagens se conhecerem pessoalmente foi muito bom. Eu nunca fui em um evento muito grande de jogos eletrônicos, mas por ter ido em um pequeno de card game que meu namorado jogava (hoje em dia ele joga outro) eu adorei todas as descrições do local e público ali descritas. Não sei se Clara Alves é gamer, e imagino que seja, mas toda a ideia tanto do jogo quanto do evento foi muito bem aproveitada na história. Afinal, o livro é um romance, mas também é sobre a critica de uma comunidade que ao mesmo tempo que te acolhe também é tóxica (até estranho falar assim, mas é um ambiente complexo de for analisar socialmente). Bom, nesse evento Ayla conhece Raíssa como sendo irmã de Léo e por notas diferenças entre o Léo da internet e o Léo da real life ela acaba ficando amiga de Raíssa, mas ao perceber que está interessada nela as coisas vão mudando um pouco. Então tem todo aquele drama da descoberta da verdade mas que depois se torna uma descoberta sobre si mesma e quando eu falo isso eu nem me refiro a sexualidade delas, que apesar de ser uma característica do livro não é algo que eu vou ficar mencionando aqui pois acho que a gente não precisa mais ficar falando nas resenhas que o livro é lgbtqi+, afinal romance é romance.

Além das protagonistas o livro tem personagens que eu gosto bastante. O próprio Léo, que apesar de ser citado o livro inteiro ainda acho que ele merece uma história sua, pois raramente vemos pessoas assexuais na literatura YA. E eu ainda fiquei torcendo bastante para que ele e Gabi tivesse um romance, pois para mim é muito óbvio que ela gosta dele. Talvez é interessante a ideia de trabalhar com um personagem assexual lidando romanticamente com uma personagem que não é assexual e como esse conflito se resolve no relacionamento. A amizade de Léo e Raíssa é muito bonita e sincera, mas eu passei alguns nervosos ao ver que ele estava se sentindo mal com todas as mentiras da amiga e principalmente por fazer parte dela. Achei bem triste ela perder de curtir o evento com seu melhor amigo porque estava presa nisso, sabe? E mesmo ela percebendo seu egoísmo em vários momentos da história ela demorou muito tempo para tomar um atitude (a na verdade ela acabou nem fazendo nada). Mas ao mesmo tempo isso mostra o que amigos fazem pelo outro, mesmo de uma forma torta.

Então se você gosta de um YA diferente e inteligente, com uma boa representatividade, Conectadas é um livro que eu tenho certeza que você irá gostar. Clara Alves além de criar uma história que qualquer leitora apaixonada romance vai adorar, ela também consegue fazer isso com uma narrativa bastante fluida. Já dei uma olhada em outros títulos dela e vou colocar na listinha de leituras.

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Essa história vai muito além de um romance clichê entre duas meninas gamers; ela fala de descobertas, inseguranças, autoconhecimento, amor próprio, amizades e questões familiares. Imagino que quem faz parte da comunidade LGBTQIA+ se identifique com muitos dos caminhos e obstáculos que os personagens percorrem e enfrentam nesse livro, e o melhor é que ele mostra que, no fim, tudo vale a pena. Amei toda a representatividade presente nessa obra e espero que isso seja cada vez mais comum na literatura e na vida.

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A Clara traz personagens verossímeis em uma situação complexa: o relacionamento virtual, o primeiro encontro e... Bom, uma mentira cabulosa. No geral, a história flui muito bem e li numa vez só; como leitora, me pegava sempre querendo saber onde tudo isso ia dar e como as coisas iam se resolver. Achei uma boa história para garotas que gostam de garotas entenderem que isso é super ok, ao mesmo tempo que fiquei um pouco incomodada com um relacionamento baseado numa mentira.

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Esse livro é tão importante de tantas formas, que eu nem sei o que dizer!
Como eu queria que esse livro já existisse quando eu tinha meus 15 anos, sem sombra de duvida meu processo de aceitação teria sido um pouco menos dificil.
Adorei a leitura e já quero conhecer mais livros da clara!

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Por conta do ambiente gamer ser muito tóxico, Raíssa resolveu usar um avatar masculino para ter um pouco de paz enquanto jogava o seu jogo favorito (Feéricos), só que quando ela conhece Ayla no jogo ela nem esperava que se tornaria uma amizade tão grande e não a conta que é uma menina atrás do avatar, só que conforme a amizade vai se desenvolvendo e elas começam a conversar ela se vê obrigada a criar toda uma persona e acaba alugando o seu melhor amigo Leo para manter a farsa.

O anúncio da Nevasca Expo é a oportunidade perfeita para se elas se conhecerem, e ambas estão bem ansiosas para irem, pois a relação parece estar em um patamar de namoro e precisam fazer o tira-teima, só que a Raíssa tinha um segredo né.....

No começo tinha tanta mentira que eu passei que ia passar raiva com isso, mas vai diminuindo e tem até um fundo de verdade no meio do caminho, como a relação da Raíssa com o Leo.

Os prints das conversas agregam no relacionamento das duas, mas em vários momentos me interessava mais a mensagem que tinham acabado de mandar do que algo que ocorreu meses atrás com elas, daí acabou que foi um extra na história nem tão útil assim.

Conectadas tem todo o lance de reclamar da vida interiorana que todo adolescente que se preze que não more na capital do estado já reclamou, mas Campinas e Sorocaba já são cidades grandes com alguns eventos para públicos diversos inclusive, além do pessoal já poder ter um pouco mais de liberdade de serem o que são se for comparar com cidadezinhas de 20 mil habitantes.

Se tem um negócio que eu gosto é de OTP que sempre ri junto e aqui tem muito disso. Conectadas é uma leitura bem rapidinha e fofa e o tanto de paciência que você tiver para comprar a ideia da mentira da Raíssa pode significar o quanto vai gostar do livro, pois o livro vai na fé que está ok e segura o clímax.

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Raíssa é uma adolescente lésbica e geek, completamente apaixonada pelo universo dos games. Porém, a jovem se obrigou a criar um personagem masculino no seu jogo favorito, Feéricos, para não ser mais vítima do machismo de outros gamers, que a evitavam por ser mulher. Entretanto, ao ajudar Ayla, uma nova jogadora, uma amizade se inicia – que acaba se tornando uma paixão correspondida, ainda que aparentemente impossível: as duas são menores de idade, moram em cidades diferentes e dificilmente se encontrariam, certo? Acontece que a empresa responsável pelo jogo anuncia um evento gigante ao qual Raíssa e Ayla estão determinadas a comparecer. Enquanto Ayla imagina que vai conhecer “Leo”, seu crush da internet, Raíssa começa a surtar com a iminência de ser desmascarada pela menina que ama.

Se você é mulher e já jogou online, provavelmente vai se identificar com os motivos de Raíssa para esconder sua identidade: a comunidade nerd pode ser (e muitas vezes é) demasiado tóxica e machista. Contudo, a personagem perde o timing de dizer a verdade a Ayla, usando a identidade do melhor amigo, Leo, para tentar manter a farsa. Além do medo de ser descoberta e rejeitada, Raíssa também sofre com a sua sexualidade, que mantém em segredo. Ouvir comentários homofóbicos de seus parentes não a ajuda em nada, servindo apenas como um reforço ao seu pânico de se assumir. O que Raíssa não imagina é que, do outro lado da tela, Ayla sofre com uma dor parecida: a garota tenta se convencer que a atração que já sentiu por outras meninas foi apenas uma fase, e parece encontrar alívio no fato de estar apaixonada por “Leo”. Com o passar das páginas o leitor compreende – assim como Ayla – que estamos lidando com a bissexualidade, uma letrinha muitas vezes invisibilizada quando falamos na temática LGBTQI+.

Confesso que, ao longo da leitura, por diversas vezes eu fiquei com um pouquinho de vergonha alheia pelo exagero nas reações de Raíssa, Leo e até mesmo Ayla. Aquela coisa de dar pulinhos de empolgação ou fazer alguma dancinha em público, sabem? Aí eu lembrei que quando eu tinha a idade dos personagens e frequentava eventos de anime eu fazia a mesmíssima coisa! 😂 Foi um belo puxão de orelha em mim mesma – afinal, eu sei BEM o que é surtar de empolgação por alguma coisa da qual você é realmente fã. Relembrar essa fase da minha vida por meio da leitura acabou sendo divertido e empolgante.

Claro, existem algumas frases prontas e clichês que acabaram tirando a naturalidade de certos diálogos, mas de maneira geral Conectadas faz um ótimo trabalho em mostrar o sentimento de fangirl e os relacionamentos online proporcionados por um forte vínculo em comum. O jogo é onde Raíssa e Ayla se sentem à vontade para serem honestas consigo mesmas, onde podem ser quem são sem julgamentos externos. Além disso, temos significativa representatividade na obra: Ayla é oriental, Raíssa tem mãe negra e pai indígena e, é claro, há a questão da sexualidade. O livro consegue transmitir as aflições e dúvidas que as duas meninas sentem, especialmente frente à perspectiva de se assumirem. E, apesar de uma abordagem realista, Clara Alves consegue fugir de um tom desnecessariamente dramático ou pesado em uma obra que se propõe a ser leve.

Resumindo, Conectadas me proporcionou uma viagem no tempo. Lembrei como era ter fakes dos meus personagens favoritos no Orkut, de quando eu adorava o universo gamer e também da época em que não perdia eventos de anime. Eu sempre fui bem fangirl das coisas que eu gosto e consegui me identificar com o que Raíssa e Ayla sentiam em relação a Feéricos. Além de dialogar diretamente com quem já vivenciou esse tipo de hobby, o livro é também um romance fofo entre duas personagens capazes de cativar mesmo não sendo (ou até por isso) perfeitas. E, não somente no Mês do Orgulho, mas sempre, fica aquele lembrete de que todo tipo de amor é válido e importante – afinal, seja no RPG online ou na vida real, é libertador quando podemos ser honestos sobre quem somos e amamos. ❤

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Há algum tempo eu queria ler esse livro, eu ainda não havia tido nenhum contato com nenhuma outra obra da autora, então não perdi a oportunidade de ler Conectadas quando ela me foi ofertada, eu não sabia bem o que esperar do livro além de um romance lésbico, o que foi bom, pois, odeio criar grandes expectativas.

Eu gostei bastante da escrita da Clara, a leitura é fluida, divertida e ela consegue desenvolver bem a relação entre as protagonistas, o livro foi um pouco lento para mim, mas, isso não atrapalha todo o bom trabalho que a autora realizou em seu trabalho, principalmente porque encontrei nesse livro temas que eu ainda não tinha lido em nenhum dos meus livros.

Raíssa é sem dúvidas uma personagem muito engraçada e divertida, ler as partes narradas por ela no é sempre bom, ela está passando pela dificuldade de aceitar sua sexualidade e bom, muito gente passa por isso é basicamente impossível não se identificar com a Situação. Ayla é nossa outra protagonista, ela vem tendo problemas em casa, mas, nem por isso ela se deixa tornar uma pessoa amarga e chata, mas, Ayla também tem seus problemas em casa e suas dificuldades pessoais, e é exatamente isso o que acaba por unir os destinos das protagonistas.

Fiquei encantando com a premissa da história girar em torno de um jogo online e eu achei isso incrível porque nunca tinha visto em nenhum outro livro e eu pude até entender um pouco do apelo de jogos online, o livro ainda trata sobre cosplay que eu sei que é uma cultura enorme, mas nunca tive a oportunidade de presenciar, mas amo alguns que vejo na internet então foi legal ver no livro.

Eu gostei muito desse livro, ele é muito gostosinho, como disse achei ele um pouco lento em alguns desenvolvimentos, mas, ele também traz pontos fortes como a relação familiar influencia nossas vidas, a importância da amizade, a importância de dar valor e conhecer sua raiz familiar. Por fim, o livro não é perfeito, mas sem dúvidas entrega uma história muito envolvente e divertida.

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Aqui conhecemos duas garotas: Raíssa e Ayla, ambas são viciadas num jogo online chamado Féericos e se conheceram num chat sobre o jogo. Raíssa, que depois de passar por situações muito chatas envolvendo o fato de ser mulher e ser rejeitada em jogos pelos homens ou sofrer assédio, resolveu utilizar um avatar de homem para não precisar passar mais por isso. Ayla, que anda tendo o mesmo problema, acaba conhecendo e pedindo ajuda de Raíssa, quem acredita ser um homem fofo e totalmente diferente dos que já conheceu no jogo. Elas continuam se falando todos os dias e sentimentos surgem nas duas, só que Ayla acredita que Raíssa é Leo, seu melhor amigo por quem finge se passar para levar adiante essa mentira que se tornou totalmente incontrolável.

De cara, a gente já fica nervosa com essa situação! Raíssa não achava que elas algum dia se encontrariam e agora tem medo de contar a verdade, até porque a única pessoa que sabe que ela gosta de meninas é o Léo. Só que, de repente, surge a oportunidade de irem a um evento da empresa do jogo que elas amam e Raíssa se desespera com a possibilidade de conhecer Ayla e sustentar sua mentira, enquanto Ayla se encontra cheia de expectativas e nunca pode imaginar o que vai acontecer.

A gente passa o livro em desespero com esse momento iminente de encontro, sem saber se torce para Raíssa contar a verdade ou se revelar de outra forma. É uma situação difícil sim, para ambas, mas a gente vai devorando o livro e se divertindo com as diversas situações e só torcendo por esse casal! Eu amei, porque nunca li um livro assim com duas mulheres se descobrindo, cheias de dúvidas e com esse tipo de segredo! Super atual e as descrições sobre o evento ainda me dão uma sensação de nostalgia da bienal, por ser algo desse tamanho! Sério, estou super feliz com essa leitura e indico a todos!

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Escrito por Clara Alves, brasileira formada em jornalismo e vencedora do prêmio Wattys 2016, o livro Conectadas foi publicado pela Editora Seguinte em 2019 e, do gênero Young Adult, conta uma linda história de amor virtual que nasceu em um jogo virtual. "Ser uma garota gamer não é fácil. Principalmente quando um romance está em jogo", já diz a sinopse da obra na Amazon.

A trama acompanha Raíssa e Ayla, que se conheceram no jogo Feéricos e desenvolvem uma conexão muito profunda, ainda que a distância. O problema é que Raíssa usa um avatar masculino e nunca conseguiu dizer para Ayla que ela é uma garota, e agora que elas estão prestes a se conhecer pessoalmente em um evento de games a mentira vira uma grande bola de neve.

Algumas perguntas regam toda a tensão da narrativa: Como e quando será que Raíssa irá contar a verdade? Como Ayla irá reagir ao descobrir que a pessoa por quem estava apaixonada não é um menino chamado Leo, mas sim uma garota de nome Raíssa? E o pior, como ela irá reagir ao descobrir que esse tempo todo estava sendo enganada?

Clara Alves fez um trabalho impecável ao brincar com as emoções do público ao longo das 320 páginas: as vezes a ansiedade para descobrir logo o desfecho do casal é tanta que dá vontade de comer algumas partes da obra, mas não faça isso! Cada parágrafo é de extrema importância para construir o impacto que os capítulos finais terão no emocional do leitor. Cada palavra é essencial para a experiência única que é devorar Conectadas.

Como alguém que mora no interior de São Paulo, ter personagens de Sorocaba (minha cidade!) e de Campinas no livro ajudou a me sentir mais próxima da realidade do livro, o que também foi possível graças ao evento de games em São Paulo que em muito me lembrou minhas aventuras pela CCXP e, tal como elas, a vontade de conhecer o bairro da Liberdade, desejo muito comum entre os geeks/otakus do interior do estado.

Senti uma conexão muito íntima com a Ayla e, por já ter sido vítima da mesma mentira, confesso ter torcido contra a Raíssa em alguns momentos. Embora seja compreensível se esconder em um avatar masculino para fugir do machismo do mundo gamer, uma das entrelinhas de Conectadas, continuar mentindo após desenvolver uma relação especial com alguém não foi lá uma das melhores atitudes dela, porém fundamental.

Contraditório, mas a real é que essa mentira toda é a base da história, completamente necessária para desenvolver a trama e, sinceramente, estamos falando de um YA, atitudes irresponsáveis reinam no mundo jovem! Não tem como fazer um Young Adult com personagens perfeitinhos. O bom do gênero é mostrar como podemos aprender com os nossos erros, e isso rende um ótimo arco de redenção para a Raíssa. SEM SPOILERS!

Super atual, a trama também traz alguns "prints" de conversas entre as personagens, totalmente estilizado para de fato lembrar um aplicativo de bate-papo. Ver as plataformas celular x livro (ainda que em e-book) conversando entre si, e não sendo tratados como inimigos mortais, é de fato algo louvável. Pra que rivalizar o que pode ser conectado?

Conectadas é, portanto, um ótimo exemplo de um YA de qualidade: com todas as imperfeições que tornam a obra perfeita, foi uma das leituras mais agradáveis, fluídas, sinceras, atuais e empolgantes que tive em tempos e merece cinco estrelas. Se fosse possível, daria até mais.

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Se tem uma coisa que Raíssa ama, é jogar Féericos, um dos jogos mais populares do momento. Mas não é nada fácil ser um mulher gamer e por isso a garota joga com um avatar masculino e sempre ajuda outras garotas.

Com isso, Raíssa acaba se aproximando de uma outra jogadora, por quem acaba se apaixonando. O problema é que Ayla acha que conversa todo dia com um garoto que se chama Leo. Com medo de perder Ayla e de se assumir, Raissa acaba continuando com a mentira. Mas tudo pode virar uma grande confusão quando é anunciada a primeira feira de Férricos em São Paulo, a oportunidade perfeita para Ayla conhecer Leo.

Conectadas é um livro que me pegou de surpresa, eu cresci jogando vários jogos online (alô Ragnarok) e me identifiquei muito em vários momentos pela paixão das personagens por esse ambiente, inclusive fiquei com muita vontade de jogar Féericos. Apesar de ser um tema até que popular, é difícil de ser encontrado em livros desse estilo e gostei bastante do modo como é retratado aqui.

Eu adorei os personagens e acabei me apegando não somente a Ayla e a Ray, como ao Leo, a Gabi, a Drica e a Vick, inclusive preciso de um livro do Leo pra ontem, Também gostei muito da construção dos pais e parentes deles, todos são importantes para a história e não estão ali só por estar.

A escrita da Clara é super fluida e confesso que fiquei tão imersa na história que até perdi em muito a hora de dormir querendo saber o que ia acontecer. Foi como se eu estivesse lá com os personagens a todo o instante, apoiando e torcendo para que tudo desse certo no final.

Conectadas me surpreendeu sendo um livro super atual que trata de maneira gostosa e simples assuntos importantes. É uma história que indico para que todos leiam.

"Não importa se as pessoas vão se decepcionar. Se você não for verdadeira consigo mesma, a vida perde o sentido."

Quero agradecer a Companhia das Letras/Seguinte pela disponibilização do livro em eBook.

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Essa é a primeira obra da autora publicado por meio físico, pela Seguinte. A capa foi o que me chamou atenção pra esse livro. É um design que tem sido muito usado ultimamente, com traços mais simples, mas não deixa de ser eficaz na mensagem. Traduz muito bem a história, de como as duas personagens principais se relacionam e como existe um recorte na realidade, que nem tudo que está na internet é verdade.
Sobre o livro, nós seguimos o ponto de vista das duas personagens principais, a Raíssa e a Ayla. As duas moram no estado de São Paulo, em cidades que ficam a cerca de uma hora de distância uma da outra. Raíssa tem um pai gamer e uma mãe professora, e já no início do livro a autora nos apresenta a realidade de ser uma mulher gamer, como os homens as ignoram nas partidas em grupo ou, pior, só falam com elas com segundas intenções. E por estar sendo tão difícil se conectar com os outros jogadores do novo MMORPG “Feéricos”, ela decide fazer um perfil masculino.
Anos depois, Ayla começa a jogar Feéricos principalmente como uma válvula de escape para a situação tensa em casa entre os pais e a escola nova. Assim como Raíssa, ela se encontra na mesma posição desconfortável no jogo e é exatamente por isso que as duas se aproximam, pois ao longo dos anos Raíssa tenta (atrás do pseudônimo do Leo), ajudar jogadores novos.
O que vem a seguir é natural: as duas se apaixonam, Raíssa sabe que precisa contar a verdade a Ayla, mas não tem coragem e acaba se metendo em mais mentiras e confusões. Enquanto isso, Ayla se questiona se deve acreditar nesse garoto, nessa relação que foi construída só pela internet.
Um dos pontos mais fortes de Conectadas para mim é que as duas têm uma rede de apoio, a Raíssa tem dois melhores amigos, o Leo (sim, é ele o rosto do pseudônimo dela) e a Gabi. E a Ayla tem duas novas amigas no colégio novo, a Drica e a Vick, além da tia Sayuri. E os personagens secundários, principalmente o Leo, também têm vida, problemas e dramas próprios.
Eu aponto como ponto baixo o fato do livro estar centrado no universo geek, com direito a concurso de cosplay e uma feira à lá CCXP, mas faltar detalhamento dessas situações. Faltam as semanas de pesquisa e compra de material pro cosplay; dedos doendo de costurar os detalhes e se furar no processo; ou a multidão de uma convenção dessa magnitude. Não é possível que em três dias de feira eles não conversaram com sequer uma pessoa nova.
Esse definitivamente não é o primeiro livro sobre catfish que eu li, mas é um dos que tem mais personagens bem construídos. Além disso que aborda a descoberta da orientação sexual das personagens de forma orgânica. Além das dúvidas, medos, e vivências adolescentes, como o preconceito velado dos pais e o preconceito nada velado dos colegas de ensino médio.
Finalmente, quero dizer que os textings entre os capítulos são ótimos, muito bem colocados. Sou extremamente tendenciosa, pois amo textings, mas esses além de dar uma visão melhor de como é a relação das duas no dia-a-dia e antes do tempo presente do livro, ainda me fez sorrir diversas vezes.
Conectadas é um livro fofo e leve, sobre amor próprio e descoberta, e ainda que aborde assuntos sérios, no fim é uma história reconfortante. É direcionado para um público jovem, afinal as personagens têm 16, 17 anos, mas acho que toda pessoa que já se apaixonou por outra na internet ou teve um namoro a distância pode se identificar.

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A editora SEGUINTE traz um catalogo recheado de livros YA das mais variadas temáticas e gêneros e assim buscando abarcar o maior número possível de leitores, então, dessa vez, ela apostou e acertou num romance nacional juvenil LGBTQ+. Assim, somos apresentados à autora Clara Alves, formada em jornalismo, que sempre sonhou em escrever e, depois de alguns livros pulicados online, Conectadas se tornou seu primeiro livro publicado e impresso. Conectadas mergulha no mundo dos gamers, discutindo sobre o machismo, e também sobre a construção e desconstrução de estigmas sociais sobre a sexualidade, relacionamentos familiares tóxicos e auto aceitação.

Conectadas consegue com sucesso desenvolver uma história LGBTQ+ com uma espontaneidade gostosa, que faz o leitor emergi na história. Muito além de um simples romance, a história consegue desenvolver diversas temáticas importantes comedidamente com humor, romance, amizade e games. Assim a história transcorre de uma maneira bem leve e fluida e, entre os recortes dos capítulos, são apresentados recursos de conversas entre aplicativos, que dão uma quebra na monotonia da leitura e levam ao leitor há horas sem fim de leitura. A narrativa é desenvolvida do ponto de vista das duas personagens principais: Ayla e Raissa (acabei no inicio nem reparando nisso, o que me rendeu um momento confuso e posteriormente descontraído)
Logo conhecemos Raissa, uma adolescente, gamer, excluída socialmente e dentro do armário. Sua vida são os games online até que sua maior fonte de atenção se torna uma menina que ela conhece online, mas que a conhece como um menino chamado Leo. Assim, por medo de se assumir, sua vida acaba virando de cabeça para baixo num dado momento da história. Ayla é uma adolescente, rebelde, gamer e que não sabe bem quem ela é e do que ela gosta. O cerne de sua preocupação é seu ambiente familiar, que nem se pode chamar de família, e dai surge o fruto para tanta rebeldia. Ela se encontra apaixonada por um garoto que conheceu online, embora também sinta algo por garotas, mas o que ela não esperava era uma revelação inesperada no seu encontro real com seu amado. Leo e Gabi são conhecidos como amigos da Raissa (e pensa numa amizade que dá uma inveja branca), mas apesar de secundários são personagens muito complexos também e totalmente shippaveis. Temos também, Vick e Drica aparentam serem apenas amigas superficiais de Ayla, mas, no final, se mostram muito mais incríveis e maravilhosas do que se pode imaginar. E por fim, mas não menos importante, Sayuri, a tia de Ayla, uma personagem super emblemática e girl power, a melhor tia com certeza.
Eu como leitor, senti-me extremamente satisfeito com todo o desenvolvimento e conclusões da história. O que a autora propôs ela conseguiu com louvor estruturar. Assim, a Clara Alves discutiu sobre o machismo no mundo online dos games, entendemos e partilhamos de brigas internas sobre auto aceitação e auto estima, fala-se sobre relacionamentos tóxicos tanto familiares como românticos e sobre como devemos ter cuidado com quem conhecemos online ( é serio, poderia ser um maníaco). Dessa forma, obtemos uma leitura gostosa e muito representativa e que deveria ser uma leitura obrigatória para toda a sociedade.

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Conectadas é o primeiro romance da Clara Alves publicado por uma editora. Merece uma comemoração, né? O livro nos conta a história de Raíssa e Ayla, duas jogadoras apaixonadas por Feéricos, que desenvolvem uma bela amizade, porem, uma coisa que Ayla não sabe, é que, na verdade Raíssa é uma mulher.

Não é a primeira vez que leio algo da Clara, infelizmente minhas experiências anteriores também não foram tão boas. O principal motivo para esse livro também ter sido uma decepção — convenhamos vi todo o hype e eu queria MUITO entender — é o plot, e se o plot não te agrada não tem como gostar do resto.

A premissa é ótima, Raíssa sofre muito assedio e preconceito por ser mulher e gamer, o que é super verdade, e tem que ser muito falado! A solução eficaz é recriar a sua conta, como um homem. É aí que começa o problema, Raíssa conhece Ayla — como Leo — e elas desenvolvem uma bela amizade virtual, o tempo vai passando e ali surge um romance.

Em todo momento, Raíssa fica insegura, e isso é completamente compreensível, mas afunda tanto nesse problema que arrasta seu amigo, Leo, para essa confusão toda. Devo dizer que isso me incomodou muito, além de toda farsa o pior foi ver o Leo inserido nisso tudo.

O problema poderia ter sido resolvido rapidamente, sem dramas, mas, como o plot do livro gira somente nisso é claro que foi resolvido faltando poucas paginas para terminar.

Apesar de todas as críticas acredito ser um livro muito necessário, é lindo ver autores nacionais publicando seus livros, e ainda mais com representatividade. Talvez tenha sido especial para muitas pessoas que se enxergaram ali e isso é muito importante!

Queria que o Leo tivesse sido mais explorado e desenvolvido, foi de cara meu personagem favorito.

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Gostei bastante do livro, é super leve e divertido. Em alguns momentos, porém, senti que as personagens pareciam um pouco mais novas do que realmente são e achei a resolução do conflito corrida - acho que era preciso trabalhar melhor como elas lidam com as consequências da mentira. Mas, no geral, foi uma leitura muito gostosa, é interessante como há vários elementos que envolvem internet etc. e foram inseridos na narrativa.

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Conectadas foi um dos meus livros favoritos de 2019. Com uma escrita leve e fluída, história interessante e personagens cativantes, a escrita da Clarinha me surpreendeu de maneira muito positiva. Além de se debruçar sobre a temática de literatura jovem, também somos agraciados com muita representatividade LGBTQ+.
Conectadas conta a história (cheia de confusões) da amizade entre Raíssa e Ayla, duas garotas que se conheceram online através de um jogo. Porém, dentro do jogo, e para Ayla, Raíssa assume a identidade de um garoto (seu melhor amigo Leo), e, a medida que o tempo passa e sua amizade com Ayla se fortalece, ela não sabe como contar a verdade, ainda mais agora que Ayla parece estar apaixonada por ela... E ela por Ayla...

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Em Conectadas encontraremos a história de Ayla e Raíssa. As duas garotas jogam um jogo chamado Feéricos, um RPG online que tem como intuito fazer os jogadores colaborarem entre si se quiserem passar por determinadas missões.
Raíssa acabou tendo problemas em jogar online, pois os garotos notavam que seu nick era feminino, e por isso a ignoravam completamente. Então ela decide criar um avatar masculino para poder jogar, mas acaba conhecendo Ayla e sua vida muda completamente.
As duas começaram a jogar cada vez mais juntas, porém Raíssa sempre mentindo sobre a sua real identidade.
O que começou com uma amizade, acabou virando um flerte e agora Ayla quer conhecer Raíssa, ou melhor, quer conhecer Leo em um evento que vai ter sobre o jogo. Como Raíssa vai continuar mantendo essa farsa?

A trama vai mostrando a evolução de cada uma, seus medos e todas as dúvidas que envolvem sexualidade. O livro aborda diversos temas interessantes e que valem a pena serem citados.
Raíssa tem diversos momentos para dizer a verdade, mas prefere sustentar essa mentira o máximo possível. Confesso que fiquei incomodada com isso, pois ela poderia ter dito logo no começo.
Achei ela um pouco egoísta e mesmo tendo explicado todos os motivos de ter sustentado a mentira, a situação em si não "me desceu".

O livro tem uma escrita fluida e quando menos espera a leitura termina.
Achei a história um pouco sem graça e sem muita novidade, "mais do mesmo" por assim dizer. A trama é bem óbvia em alguns momentos então não chega a ser uma leitura extremamente empolgante.
O livro tem doses certas de humor e apesar de não ter me conectado nenhum pouco com os personagens, foi uma boa leitura.
Confesso que esperava bem mais e jurava que iria ficar suspirando pelo livro.

Não li a edição física, então não posso opinar sobre ela, mas o ebook não possui defeitos ou algo que incomode. O livro foi disponibilizado para leitura pela plataforma netgalley.
Algo que gostei muito nesse livro foi a capa, está adorável.

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Um livro essencial para leitores LGBTQ+. A Clara escreveu uma história apaixonante e delicada sobre duas garotas que vão se encontrar pela primeira vez após certo tempo de amizade online.

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