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Pessoas normais

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Esse foi meu primeiro contato com a escrita da autora e com audiobook, tenho outro livro da Sally, recebido em parceria com a Companhia das letras e pretendo lê-lo em breve. Esse era um livro que estava na minha lista de desejados a muito tempo, quando surgiu a oportunidade de receber um audiobook, escolhi logo este, mas confesso que me decepcionei um pouco, a escrita da autora é muito boa, entretanto a forma como o livro aborda os assuntos da vida me deu muita raiva, as vezes sentia vontade de sacudir os personagens, a solução para todos os problemas ou era sentar e conversar ou fazer uma sessão de terapia, eu compreendo que a autora descreve dessa maneira por se tratar de "pessoas normais", mas isso me fez distanciar da história. Gostei bastante dos saltos temporais, essa questão me envolveu bastante, pois gosto dessas mudanças.
O livro descreve muito bem os problemas das pessoas vivendo vidas comuns, dramas normais do ensino médio e faculdade, como se pudesse ser eu ou você, Marianne e Connel tem uma história de anos, eles poderiam ter uma linda história de amor, mas pela imaturidade, ou talvez maturidade demais para não magoar um ao outro, não continuaram juntos.
Alguns personagens foram muito bem escritos, com muitas camadas, entretanto pareciam que eles eram o que eram e não podia mudar mesmo vendo o crescimento e as decisões de cada um deles. O problema foi a descrita nua e crua (intencional da autora), mas os problemas psicológicos que os dois passam e a falta de comunicação não foram tão bem desenvolvidos, eu gostaria de ter visto uma busca pela melhoria das dois, ao invés do relacionamento tóxico mesmo com o passar dos anos.
A leitura é bem fluída e é bem interessante a história de ambos desde o colegial.

Esse livro seria muito bom para quem deseja estuda psicologia, lhe ajuda a entender um pouco mais sobre a mente e as relações humanas.

Esse foi um livro que não funcionou muito para mim, mas talvez seja por estar em um momento de vida onde a história e os personagens não se encaixaram para mim. Quem sabe daqui a alguns anos eu leia em outro formato e possa aproveitar mais essa leitura.

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Uma história de encontros e desencontros, desventuras de jovens que poderiam ter resolvido tudo com uma boa conversa sincera. Esses desencontros são potencializados por questões de classe e pela falta de maturidade que acompanha a juventude.

Mas, acima de tudo, um bom retrato da geração millennial, de como estamos completamente malucos e isso é completamente normal.

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Visceral e possui uma escolha interessante de narrativa. É um pouco difícil de lidar no começo, mas é uma ótima história e explica o sucesso editorial.

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Em Pessoas Normais temos uma história de amor que permeia vários anos em uma relação conturbada que vai das vivências do ensino médio as experiências universitárias, mas mais do que um romance romântico, ao acompanharmos os personagens Marianne e Connell vamos nos deparando com tecituras da narrativa que evocam a sociedade contemporânea, explorando de forma sarcástica vários "silêncios", "maus entendidos", consciência de classes sociais, abuso familiar, problemas psicológicos, machismo, maternidade solo, autodescoberta, habilidades sociais. De certo modo Pessoas Normais é um volume que dá uma nova roupagem as velhas histórias românticas envolvendo jovens e adultos de forma a conversar com esses indivíduos hoje.

Sem dúvida Sally Rooney encontrou uma nova forma de escrever literatura jovem, sua estrutura narrativa é diferente da maioria dos livros para jovens que encontramos por aí e os dilemas e temas que a autora propõe abrange todo o universo jovem com muita força de identificação, pois todos - apesar de suas singularidades e de se acharem que são melhores ou piores que os outros - não passam de "pessoas normais".

Os clichês dos livros jovens no panorama de Sally Rooney e de outros escritores que já li fogem do padrão do felizes para sempre e mostram o que pode ser a "vida real" de verdade, preparando o leitor para as próprias frustrações cotidianas.

Marianne é a típica menina rica, com uma família complexa e que para se proteger acaba se fechando numa bolha, passando a impressão de que é superior, tornando-se impopular na escola e sendo considerada feia e esquisita - alguns dos estereótipos sociais que estão presentes dentro de todas as escolas. Já Connell é um jovem de classe baixa, sua mãe é doméstica e mãe solo, porém ele é inteligente e enturmado na escola, sendo popular - uma forma de máscara para esconder seus pensamentos e sentimentos. Ambos começam uma relação no ensino médio, mas por conta de vários silêncios e desentendimentos eles terminam de maneira abrupta e com mágoa.

Tempos depois os dois se reencontram na faculdade e aqui há uma reviravolta e inversão de papéis, agora Connell é o jovem que não se encaixa, não tem amigos e é tido como esquisito e já Marianne é popular, enturmada e com vários amigos e até um namorado.

Quando os caminhos de ambos se cruzam já esperamos que os dois fiquem juntos, certo? Porém, esse casal ainda terá que passar por muita coisa e são essas coisas que fazem o enredo ficar interessante, intimista, reflexivo, sarcástico e cheio de criticidade. A vida de Connell e Marianne não é fácil e percebemos desde o começo do livro que ambos seriam pessoas que mereciam fazer terapia, porque há várias questões emocionais e psicológicas que abrange ambos.

Sim, até mesmo essa questão abordada por Sally Rooney em Pessoas Normais é algo fenomenal, pois problemas psicológicos até bem pouco tempo era considerado tabus, porém atualmente, na sociedade que vivemos podemos dizer que é atípico a pessoas que não sofre com algum problema de ordem psicológica, Pessoas Normais afirma que nosso psicológico é afetado de inúmeras maneiras no decorrer do tempo.

Quando menciono isso estou me referindo a influencias internas e externas. Ou seja, somos afetados pela forma como nos relacionamos com os outros, como os outros nos veem e sobretudo por nossos relacionamentos sejam familiares, amorosos e de amizade.

A forma como Sally Rooney coloca os pensamentos dos personagens, a forma como eles observam os acontecimentos e sua perspectiva e ponto de vista sobre diversos assuntos é real, reflexiva e deixa tanto os personagens como os leitores cientes de que Pessoas Normais é um retrato fiel de nossa sociedade, sentimentos e vivências, pois de alguma forma já sentimos, refletimos ou pensamos o que está sendo explorado no romance.

Definitivamente, Pessoas Normais é um livro que merece ser lido e quiçá relido em outros momentos de nossas vidas, pois acredito que dependendo da fase que o lemos podemos ter uma relação e uma recepção ao volume de uma forma completamente nova, trazendo, consequentemente, novas perspectivas de leitura e outras reflexões.

Pessoas Normais não é um livro clichê e por isso ele é tão interessante porque nos mostra situações imprevisíveis em livros de romance, mas mostra situações mais reais e isso pode agradar muitos leitores, mas também pode não ser interessante para quem busca leituras para fugir da realidade.

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Fui pega de surpresa por esse livro. Sinceramente não achei que fosse gostar tanto, visto que tanta gente elogia a série mais que o livro. Os personagens são reais e humanos, acho que o titulo coube muito bem aqui. A escrita é intensa e cheia de significado, fiquei tocada com o final e um pouco triste também, mesmo assim amei

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Precisei digerir essa leitura antes de ousar avaliá-la e dar minha opinião.
No final decidi pelo 5 * pela originalidade e pelo quanto me impactou, embora pudesse ter sido 4 sem problemas, pois não consegui me livrar de uma sensação de estranheza, até mesmo desconforto, ao longo de toda a leitura .
A primeira coisa que me impressionou neste livro foi descobrir que os diálogos não eram marcados com os scripts a que estou acostumado. Esse fato já me obrigou a me adaptar à leitura de uma forma particular. Além disso, a estrutura é caótica, pois o autor salta de uma cena do presente para outra já no passado sem nem piscar. O salto no tempo em cada capítulo é outra coisa surpreendente e a destacar. A história avança sem nenhum padrão estabelecido. Talvez se passem 6 semanas em comparação com a cena anterior, tipo 6 meses, e isso dá ao romance um ritmo que não permite que você fique entediado em nenhum momento.
Pode-se dizer que a história é simples, já que sua premissa é bastante comum: jovens que não se enquadram, cada um com seus traumas, tanto em busca de seu lugar no mundo quanto em busca do amor. No entanto, nada é simples neste romance.
O estilo da autora é aparentemente simples, mas seu uso das palavras é tão preciso quanto um bisturi. Em poucas frases, com diálogos curtos, em uma única cena, tantas emoções se transmitem, tantas reflexões sobre a vida, sobre as fragilidades humanas e nossa incapacidade de comunicação, que fico sem palavras. É uma história dura e terna de uma forma nada explícita, mas escrita com uma profundidade que comove forçosamente e que ao mesmo tempo me fascinou e incomodou.
Sem dúvida, um dos livros mais peculiares que li em muitos anos e que adorei descobrir.

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"Como era estranho se sentir tão completamente sob o controle de outra pessoa mas, ao mesmo tempo, como era normal. Ninguém pode ser totalmente independente dos outros, então por que não abrir mão da tentativa, ela ponderou, ir correndo na direção contrária, depender dos outros para tudo, deixar que dependam de você, por que não. Sabe que ele a ama, já não se questiona sobre isso."

É difícil demais falar sobre "Pessoas Normais" porque ele é um livro difícil. Não difícil pela escrita, mas justamente por retratar tão bem e de forma tão crua e tão real uma coisa tão normal: os relacionamentos amorosos.

O livro conta a história de Connell e Marianne, jovens que, durante o ensino médio, começam a viver um relacionamento amoroso no interior da Irlanda. E, com o passar do livro, vamos acompanhando o crescimento deles e dos sentimentos que carregam.

A parte mais difícil de falar sobre esse livro é tentar traduzir de alguma forma o quão incrível ele consegue ser. A escrita da Sally é muito boa mas também muito apática, às vezes ela chega a ser quase "chata", e é aí que eu acho que mora sua genialidade.

Sabe quando você vive algo em sua vida, algo que realmente mexe com você, e isso tem toda a sua intensidade? Mas sabe também quando alguém te conta algo e não tem toda a intensidade de quem sentiu, mas sim uma certa apatia? E, com o tempo, cria empatia? Foi exatamente isso que eu senti com o livro! Toda a intensidade existe na vida dos personagens mas quem te conta é um terceiro narrador, então requer um esforço para que você se conecte com esses personagens e sinta o que eles sentem. E o que eles sentem é... a realidade, as peculiaridades do dia a dia, tudo dentro do nosso "normal". Justamente quando você finalmente sente é que tudo faz sentido, é que você se conecta a eles, reflete e se identifica, seja com o amor ou com a dor, é quando você vê como algumas sensações/experiências carregam uma certa "universalidade".

Pensar também sobre a aplicabilidade da palavra "normais" nessa história também é muito genial, porque tudo que os dois protagonistas sentem que não são é "normais", mas eles são, com suas dores, sofrimentos e crescimentos naturais aos humanos, cada um com sua "anormalidade"/vivência.

Não é um livro fácil, tem sua peculiaridade, seu ritmo mais morno mas também uma escrita tão crua e tão verossímil que é difícil de não se conectar e sentir empatia pelos personagens, por mais horríveis (ou humanos) que eles sejam. E eu, definitivamente, recomendo essa história.

Muito obrigado ao grupo Cia das Letras pelo fornecimento de uma cópia digital através do Netgalley

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Pessoas Normais simplesmente não é pra mim. O estilo de escrita da Sally Rooney é fácil de acompanhar depois que você se acostuma, o problema para mim foi o fato de ele ser muito seco e meio sem vida. Eu entendo que nós estamos lendo sobre personagens extremamente introvertidos e cheios de questões complicadas que os impedem de entender os próprios sentimentos. Mas eu me recuso a acreditar que a vida interior deles seja esse deserto que a gente lê.

Nada é muito aprofundado nessa história, o que é uma pena, porque muitos assuntos pesados que poderiam ser explorados com maior nuance são apenas apresentados pra gente em um capítulo para nunca mais serem mencionados no livro. Eu achei difícil realmente me conectar com a Marianne e com o Connell por esse motivo. Eu queria ter lido mais sobre as famílias deles, pelo menos.

No geral foi uma boa experiência e consegui ler um dos livros favoritos da Taylor Swift.

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A melhor leitura que fiz esse ano. Simplesmente fantástica, me identifiquei horrores com a Marianne e com o Connell, adorei a escrita da autora, chorei horrores com a história e a adaptação também é perfeita. Amei

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A leitura de Normal People absorve o leitor não pelas personalidades magnéticas das personagens, pela promessa de grandes reviravoltas ou um desfecho inesperado. Seus movimentos são, de certa forma, previsíveis. E é assim, de certa forma, que uma constante sensação de desconforto impede que o leitor se desconecte da narrativa.

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O livro vale muito a pena. A narrativa é leve, construída por diálogos e liga muito aos tempos atuais. Definitivamente recomendo e me interessei pela autora.

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Foi uma experiência interessante ler e ver a série ao mesmo tempo. Sally Rooney mostra a que veio nesse novo romance.

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Finalmente, eu li o livro Pessoas normais, da Sally Rooney e quero compartilhar com vocês o que achei e contar minhas impressões sobre essa leitura. Era um livro que tinha muita curiosidade em ler, desde que havia aparecido para mim pela primeira vez lá no Goodreads. O título original foi a primeira coisa que me chamou a atenção. E depois, quando lançou no Brasil, a comunidade leitora não parava de comentar sobre, o que acabou atiçando ainda mais essa curiosidade por ele.

O livro Pessoas Normais é o tipo de leitura que curto muito: história de pessoas. No livro vamos conhecer a trajetória do relacionamento amoroso de Connell e Marianne, desde a escola até os anos da faculdade, passando pelos diversos momentos que estiveram juntos como um casal ou como amigos. A gente vai acompanhar o desenvolvimento e amadurecendo deles dois saindo da inocência e ingenuidade da adolescência para as dúvidas e confusões da juventude e tempos da faculdade.

O livro está dividido em capítulos de tamanho médio: em alguns, temos o narrador mostrando o que se passa na vida e também na mente de Connell. Já em outros capítulos, temos o mundo de Marianne sendo contado. O tempo é cronológico, mas usa do recurso de feedback para contar alguns fatos que estiveram presentes entre um capítulo e outro para dar contexto no que está acontecendo no presente.

O enredo foca na relação dos dois, na dificuldade em se relacionar um com o outro. Outro ponto que temos na história são as aflições de ambos personagens com todas as coisas que envolvem o começo da vida adulta: os medos, frustrações, decepções, e também o que está mais presente no livro: o de se preocupar com o que os outros acham.

Como falei antes, Pessoas Normais é o tipo de livro que curto muito ler. Sei que a história teve algumas controvérsias e aquele tipo que divide opiniões. Sally Rooney tem aos poucos marcado o seu nome na literatura irlandesa com suas obras que falam sobre coisas reais, sem muito floreios. Cornell e Marianne são pessoas facilmente encontradas na rua. Provável que somos um pouco deles também

A narrativa é crua, quase rústica e acho que é isso que traz a parte interessante dessa obra. Fala de intimidade, de relação, de medo e frustrações sem sentimentalismos. E ao mesmo tempo tudo é tão cheio de sentido, tão concreto. Há uma linearidade no decorrer da história, não temos altos e baixos no enredo ou um <em>plot twist</em> de arrancar os cabelos. É quase monótono e mostra que boas leituras não precisam de reviravoltas extravagantes ou finais grandiosos.

O livro já foi adaptado para série e você pode conferir na plataforma de streaming Starzplay. Li alguns relatos que muita gente só conseguiu entender a história e intenções do livro depois de assistir a série.

Pessoas Normais é um livro que pode tirar o leitor da zona de conforto referentes a modelos de histórias que fazem sucesso e é uma super dica para quem curte romance contemporâneo e está atras de leituras como essa.

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Pessoas normais foi um livro bem difícil para mim. O hype em cima desse livro foi enorme, ainda mais quando se começou a falar sobre a série de TV. Eu nunca tinha lido uma narrativa como da autora, e isso foi só um dos pontos que me incomodaram.

Essa é a história de Marianne e Connell, e de como eles se conhecem na adolescência e vão construindo a relação até a fase adulta. Marianne conhece Connell porque ele é filho da empregada e está sempre na sua casa. Connell não se sente bem com a atração que rola entre eles, porque Marianne é estranha, e ninguém gosta dela na escola. Enquanto ele é popular e conhece todo mundo, ela é quieta demais e passa muito tempo lendo. Só que mesmo achando ela estranha, ele não consegue ficar longe, porque sente que só consegue ser ele mesmo com ela.

Quando o tempo passa, e eles se encontram na faculdade, os papéis mudam e ela passa a ser popular e querida. Vindo de uma família rica, ela consegue se enturmar mais facilmente e ele passa a ser só um cara comum na faculdade. Mesmo assim o relacionamento deles continua durante anos, e isso simplesmente não funcionou para mim.

Primeiro porque a história não tem diálogos, eles são inseridos na narrativa, não existe a pausa para a gente ver o que é história o que é dialogo, está tudo junto e você precisa lidar com isso. Essa forma de escrita não me deixou mergulhar na história. Depois porque os personagens vão crescendo mas continuam com pensamentos infantis e não tem profundidade nenhuma. É um relacionamento estranho, que não parece evoluir, e isso me irrita. Eles estão sempre em dúvida se querem ficar juntos ou não, e em dúvida sobre a própria vida de um jeito chato e sem propósito. Em determinado momento um desejo sexual é explicado de forma tão errada que simplesmente não consegui ler mais. Tentei entender o quanto as pessoas amaram, mas para mim nada funciona nesse livro. Não acho que a autora seja original, o ponto de vista dela é bem nichado e não fala por uma geração inteira, como li em muito lugares. Foi um livro esquecível, e não sei se vou dar outra chance para a autora.

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“Pessoas Normais” foi uma leitura para mim que trouxe uma grata surpresa. Talvez porque eu não esperasse muita coisa e porque eu tinha lido muitas resenhas desse livro, então minhas expectativas estavam um pouco baixas. Confesso que fiquei feliz quando descobri que a história trazia mais do que eu imaginava.
Connell e Marianne se conhecem há um tempo, e de certa forma são amigos. Porém quando estão em público eles fingem que não se conhecem, por medo do que podem comentar sobre eles. Essa é a história de duas pessoas que não sabem qual o seu lugar no mundo, e que mesmo com o passar do tempo e todas as dificuldades da vida sempre recorrem um ao outro.

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“As pessoas podem mudar as outras de verdade.”

Pessoas Normais, escrito por Sally Rooney, conta a história de Marianne e Connell, duas pessoas completamente diferentes. Marianne é solitária e vem de uma família rica e cruel, enquanto Connell é seu exato oposto, de origem humilde, mas o garoto estrela da escola. Ambos se ignoram, no entanto, Lorraine, mãe de Connell, trabalha como empregada para a família de Marianne, o que ocasiona uma aproximação inesperada dos protagonistas e um romance secreto de colegial. Os cenários mudam com o ingresso dos jovens na faculdade, no entanto, Connell e Marianne sempre acabam retornando um para o outro.

Primeiramente, eu gostaria de dizer que a escrita da autora é simplesmente maravilhosa. Li grande parte do livro sem nem perceber, com uma facilidade incrível. Entretanto, o enredo da obra acabou sendo um grande empecilho, mesmo com toda a minha curiosidade referente a história. A premissa de trazer um romance “real”, sem todo aquele clichezão, com a parte ruim, é boa, mas só se ela for bem desenvolvida. Durante o livro, Sally apresentou diversas problemáticas que rodeavam os dois protagonistas, mas acabou esquecendo de aprofundar esses tópicos, como a violência doméstica sofrida por Marianne, a ansiedade de Connell, entre outros, e ficou assim.

Mesmo com isso, eu consegui sentir simpatia pelos personagens principais de maneira individual. É possível reconhecer o quanto a relação familiar abusiva de Marianne a moldou no futuro, tornando-a dependente e submissa de qualquer pessoa que a dê o mínimo de atenção. Assim como é bem delineado o sentimento de Connell com relação ao contexto socioeconômico da sua realidade, a qual é muito diferente daquela vivida por Marianne, em todos os pontos do relacionamento. O leitor consegue entender o que os personagens estão sentindo nestes pontos. No entanto, ficou impossível gostar dos dois juntos. Marianne e Connell nunca tiveram, ao meu ver, capacidade de manter um relacionamento. O casal anda em círculos constantemente, não resolvem seus problemas e tudo é, grande parte das vezes, respondido com um não sei. Quando a dinâmica começa a melhorar, o livro acaba.

Quanto aos personagens secundários, não tem como você formar uma opinião muito concreta. São vários e aparecem pouco, sem dar tempo de conhecê-los de verdade. O máximo que é possivel fazer é associar se aquela pessoa é boa ou não. Por exemplo, Lorraine parece ser uma mulher extraordinária, ao mesmo tempo que Alan, irmão de Marianne, é cruel e maldoso.

Por fim, ficou claro pra mim que Pessoas Normais é um livro bom, mas mal desenvolvido e superestimado. A história não conecta o leitor e o que salva é o quanto que os personagens conseguem cativar quem lê, bem como a escrita fluida da autora.

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Esse livro simplesmente não sai da minha cabeça e já faz meses que li. Um livro que aborda sobre saúde mental, política, relacionamentos (amorosos, familiares, de todos os tipos). A autora fala com muita sensibilidade de emoções complexas e delicadas, como a necessidade de preencher expectativas que nós mesmos projetamos, e isso faz com que a gente sinta as dores dos personagens como se fossem nossas. Fazia muito tempo que não me identificava com protagonistas como aconteceu com Marianne e Connell. É com certeza um livro que vai ficar comigo por muito tempo.

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Eu não aguentei e comprei a versão física. O livro é viciante e em pouco tempo já estava entregue a narrativa. Uma trama sobretudo sobre amizade, diferenças, amadurecimento e várias reflexões que adoro tanto encontrar através dos livros.

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“Pessoas Normais” tem uma premissa de romance bem clichê. Marianne é uma adolescente, pouco popular e bem deslocada na escola. Do outro lado temos Connell, a estrela do time de futebol do colégio. Os dois são completamente apaixonados um pelo outro, mas por inúmeros motivos um deles preferem manter o relacionamento em segredo. Parece ser um romance bem simples, mas ainda na adolescência desses dois acompanharemos as dores, angústias, erros e acertos durante o primeiro relacionamento.

“Quando conversa com Marianne, ele tem uma sensação de completa privacidade. Poderia contar qualquer coisa a seu respeito, até as coisas estranhas, e ela jamais as repetiria, ele sabe. Estar sozinho com ela é como abrir uma porta para fora da vida normal e fechá-la depois de passar.”

Um ano depois ambos vão par a faculdade e o papel s inverte. Agora Marianne encontra o seu lugar no mundo, enquanto Connell se torna um rapaz tímido e cada vez mais recluso. Os anos vão se passando e apesar da proximidade, e dos sentimentos que sentem um pelo outro eles tem um relacionamento completamente conturbado e tóxico.

O melhor para esses dois seria ficar distante, mas ao mesmo tempo essa distância machuca de uma forma imensurável. Esse romance é construído em meio a encontros e desencontros, erros, acertos e de uma forma bem crua e dolorosa.

Sem dúvidas esse foi um dos livros que mais mexeu comigo no ano passado. Nessa história não temos uma pessoa que seja melhor do que outra. Connell e Marianne são personagens completamente problemáticos e que por não conseguir externar os seus sentimentos fazem com que o relacionamento dos dois vá piorando cada vez mais.

Não espere por um livro com grandes acontecimentos e reviravoltas, e sim um livro com personagens muito humanos e que erram constantemente. Torci muito para um final feliz, mas no caso dos dois, o que seria um final feliz?

“Havia francamente desejado morrer, mas nunca havia sinceramente desejado que Marianne se esquecesse dele. Essa é a única parte de si que almeja proteger, a parte que existe dentro dela.”

Confesso que “Pessoas Normais” não é um livro que vai agradar a qualquer leitor, seja pela forma que ele é escrito, pela personalidade de cada um dos personagens, por ser uma narrativa mais lenta, porém cheia de significados.

Sem dúvidas foi um livro que me tirou da zona de conforto, mas que me trouxe uma experiência bem positiva e agora não vejo a hora de ler o outro livro da autora que já foi lançado aqui no Brasil.

“Pessoas Normais” conta com uma adaptação em formato de série que está disponível no Brasil na plataforma Starzplay.

Por Bia Sousa

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Peguei Pessoas Normais para ler por causa do hype envolvendo a adaptação da obra para a série televisiva: Normal People. Mas, Sally Rooney me surpreendeu de forma positiva pela forma como conseguiu criar personagens tangíveis e que ressoam tanto no eu do leitor. Quer seja Marianne com sua baixa estima que lhe faz achar que tudo o que lhe acontece de ruim ela merece, ou Connell que por falta de crença em seu potencial, não acredita que algo de bom possa lhe acontecer. Dois mundos, de classes sociais distintas, que se entrechocam no ensino médio e seguem se esbarrando na vida adulta. Uma história de amor conturbada, fragmentada pelas inseguranças e pelas espirais de autodestruição em que ambos se jogam.

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