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Macunaíma

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"Macunaíma" é um dos mais conhecidos clássicos da nossa Literatura. Conta a história de um herói sem caráter algum, e que tem como principal característica, a preguiça. Mário de Andrade, através de uma rapsódia, vai tecendo a formação do Brasil, utilizando provérbios e folclores nacionais. O mais interessante é que vamos reconhecendo "características brasileiras" nas ações e índoles das personagens.

“Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o insitavam a falar exclamava:
- Ai! Que Preguiça!... e não dizia mais nada.” Posição 656

Outro ponto interessante é que, mesmo sendo publicado em 1928, muitas situações, infelizmente, ainda estão presentes em nossa sociedade atual. Isso mostra que as mazelas são antigas (violência contra a mulher é uma delas), e muito pouco se faz para resolvê-las.

Um dos pontos que não me agradou como leitor, foi a característica de aproximar a forma escrita da forma falada. Isso travou bastante minha leitura, sem falar em muitos termos aos quais não conhecia, e sempre parava para pesquisar o significado delas.

“- Olha, si algum passo cantar não secunda não, mano, sinão adeus minhas encomendas!
O herói mexeu a cabeça que sim. Maanape atirava com a sarabatana e Macunaíma recolhia por detrás do zaiacúti a caça caindo. Caça caía com estrondo e Macunaíma aparava os macucos macacos micos monos mutuns jacus jaós tucanos, todas essas caças.” Posição 1158

Entendo a importância e relevância dessa obra não apenas na nossa Literatura, mas na nossa História também. Mas, confesso que, a obra não me cativou como leitura de entretenimento. Ainda assim, defendo a leitura desses clássicos na vida. São belos instrumentos para entendermos melhor o contexto histórico da sociedade na época, e fazer um paralelo com a atual.

Finalizo a resenha indicando para quem gosta de clássicos literários com forte teor nacionalista, amantes do nosso Folclore e História do Brasil.

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Se você é brasileiro ou você já ouviu falar de Macunaima e do Mario de Andrade, caso ainda não tenha você vai muito em breve na sua vida escolar, e antes de falar sobre uma dos maiores clássicos modernos eu queria conversar por dois minutinho sobre o tipos de leitura que livros nos permitem.

Para a maioria das pessoas ler é um ato de prazer, nossos livros favorito são escolhidos pela experiência de leitura que a estórias nos trazem, partindo dese principio fica mai fácil entender porque a grande maioria tende a torce o nariz para a maioria do clássicos, já que nosso primeiro contato com clássicos mutias vezes é por conta das leituras obrigatórias da escola; se você assim como eu gosta de e aventurar em gêneros completamente diferentes a dica é , ao ler, reler ou redescobrir um clássico escolha com muita paciência a edição , pois foi assim que eu deixei de odiar a leitura de Macunaima.

" No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói da nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é a que chamaram de Macunaíma."

Esse paragrafo aí em cima já nos dá o tom da narrativa , do vocabulário e da construção de tratamento do personagem que vamos acompanhar. Depois de passar 1 semestre inteiro na companhia da Macunaima estudando literatura brasileira na faculdade cheguei a conclusão que o que nos afasta desse clássico não é porque o texto é difícil , mas é porque não conhecemos nossas origens, raízes e palavras, é muito fácil no mundo da internet absorvemos no nosso vocabulário qualquer palavra estrangeira , porque então é tão difícil e incomodo descobrir o significado de palavras de origem Tupi ?

Mario de Andrade certamente é um dos maiores nomes da semana moderna de 1922 e como foi uma pessoa que transitou entre a escrita , musica e as artes plasticas podemos encontrar essa grande mistura e influência em Macunaima, as descrições gráficas do Macunaima durante a leitura muito se encontra com traços que conhecemos dos quadros famoso da semana de 22, o jeito malandro e debochado do personagem rompe com o movimento literário anterior, a migração que o personagem faz do campo a cidade reforça o movimento modernista que coloca a cidade como 'centro do mundo'.

O plot central dessa narrativa é a de um personagem mítico, uma mistura de diversas lendas indígenas, que nasce feia e desde criança apresenta comportamento sexuais muito exacerbados, a narrativa tem tons épicos já que narra um longo tempo da vida de Macunaima que hora está no presente, hora se apresenta no passado, sem seguir uma ordem muito cronológica.

Essa é sem duvida uma leitura que vai te desafiar nos termos de logica, se você decidir descobrir quem é Macunaima vai ter que aceitar o fato de que ele pode morrer duas vezes na mesma história, que mesmo nascendo preto retinto em uma fonte pode tornar-se branco; a magica nessa narrativa não está na história em si apesar que você pode rir de inúmeras situações que o protagonista se enfia enquanto tenta resgatar sua pedra, está em ir descobrindo todas as alegorias que o texto esconde, o quanto todo o povo brasileiro tem de macunaima. O famoso jeitinho brasileiro nunca pareceu tão brasileiro quanto em Macunaima .

Definitivamente essa edição faz a diferença entre odiar a historia, entender a historia e querer te la na estante, os textos de apoio são fundamentai!

Resenha completa em Prateleiradecima.com.br

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