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A vida não é útil

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“Temos que parar de nos desenvolver e começar a nos envolver.”
O livro foi escrito a partir de reflexões que Ailton Krenak fez durante o primeiro ano pandemia, quando os acontecimentos ainda eram uma grande incógnita. Leio o livro em abril de 2024, cerca de um ano após o fim da pandemia por COVID 19 e pensando que a gente poderia ter aprendido alguma coisa com os quase três anos se sofrimentos e tantas perdas, mas infelizmente não aprendemos nada. Antes mesmo de a pandemia ter tido seu final decretado, nós já nos encontrávamos devorando o mundo e uns aos outros.
O tom de Ailtoin nesse livro é realista e pessimista. E não tem como ser realista e não ser pessimista, porque realmente temos falhado como humanidade, nos comportamos como hóspedes extremamente mal-educados desse planeta.
O livro foi escrito a partir de entrevistas e lives nas quais o autor participou durante o primeiro ano da pandemia (2020), portanto não haverá um aprofundamento das reflexões que o autor propõe, mesmo assim recomendo muito a leitura não só desse livro, mas de toda a obra de Ailton Krenak e outros autores indígenas. É sempre uma oportunidade de sair das nossas bolhas e recebermos um convite a olhar o planeta e os outros seres com outros olhos. Olhos mais gentis e respeitosos.
Algumas citações:
“Estamos a tal ponto dopados por essa realidade nefasta de consumo e entretenimento que nos desconectamos do organismo vivo da Terra.”
“Somos povos, tribos, constelações de gente espalhados pela Terra com diferentes memórias de existências.”
“Foi impressionante, durante a pandemia, como aceitamos a convocatória para ficar em casa e fazer distanciamento social. Salvo alguns excêntricos, todo mundo que pôde concordou com ela. Ora, se somos capazes de ouvir um comando desses, todos ao mesmo tempo, de permanecermos em casa, por que não seríamos capazes de ouvir o comando de parar de predar o planeta?”
“O sistema capitalista tem um poder tão grande de cooptação que qualquer porcaria que anuncia vira imediatamente uma mania.”
“(...) a sociedade precisa entender que não somos o sal da terra. Temos que abandonar o antropocentrismo; há muita vida além da gente, não fazemos falta na biodiversidade. Pelo contrário.”

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An account of the conduct of our life and the ecosystem we inhabit, written in a sincere and sometimes shocking way.

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Didático e direito. Krenak traz suas reflexões sobre educação ambiental, um tema já "batido" para muitos, mas expande o discurso ao estabelecer links de sua vivência em cultura na narrativa posta no ensaio, e que não foge da escrita de suas outras obras. É um livro sobre utilidades, escrevivências e um grito para que acordemos e deixemos de lado as preocupações materiais que talvez sejam o que nos fazem humanos, mas acabam sendo o que nos mata e nos distancia de nossa mãe pachamama.

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Uma das leituras mais profundas é difíceis do ano, me fez pensar em propósito, em trabalho, em vida, em como lido com meu dia a dia. Visceral, didático e claro. Krenak é um ótimo autor, mesmo que algumas coisas nesse conjunto sejam um pouco repetitivas. Suas ideias são poderosas e precisam alcançar mais gente.

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Durante a leitura, lembro de ter achado a postura do autor um pouco arrogante, já que ele parecia desprezar a Ciência moderna e acusá-la de ser um braço do capitalismo. Embora muitas vezes os recursos científicos sejam utilizados de maneira a favorecer o sistema financeiro vigente, todo o avanço que temos hoje (e digo avanço no sentido de coisas boas) devemos basicamente à Ciência. É só olhar o que o negacionismo tem provocado na nossa sociedade par ter uma dimensão do problema.

E essa posição de Ailton me deixou profundamente chateada, pois eu já havia lido outros trechos de conversas e escutado entrevistas com ele e que muito haviam me agradado. Depois de um tempo, preferi acreditar que talvez tivesse ocorrido uma falha de comunicação, entre o que ele quis dizer e o que eu acabei entendendo.

Isso foi no final de agosto. Como a leitura se aplica a mim hoje, em novembro de 2020?

Todos sabemos que este não tem sido um ano fácil. Para mim, além de pandemia e questões políticas e sociais, ainda pesou muito o lado pessoal. Muita coisa aconteceu, questionamentos surgiram e esse tem sido um período de reconstrução da minha própria identidade. E, ultimamente, tem uma frase que sempre volta à minha mente: “a vida não é útil”!

Estamos todos (ou quase todos) muito acostumados a buscar sentido em tudo: na vida, nos encontros com as pessoas, na borboleta que pousou em nosso ombro, no espelho que se partiu… mas a verdade é que nem tudo precisa ter um sentido.

Ailton Krenak fala muito sobre como o seu povo lida com questões existenciais: o homem é tão parte da natureza quanto qualquer outro animal ou mesmo as plantas, os rios e as pedras. Quando se fala sobre a vida não ter utilidade, é que ela não precisa ser grandiosa, não existe uma missão. Estamos vivendo como os animaizinhos, pequenos diante da natureza e sua imponência, insignificantes diante da grandeza do universo.

Talvez, o que realmente devesse ficar desse livro é que nós precisamos parar de achar que somos o centro de tudo. Tanto o indivíduo perante a humanidade, quanto a humanidade perante o planeta. Sequer nos vemos como parte da natureza e isso é absurdo!

Precisamos voltar a olhar o outro, aceitar que existe algo maior que o bicho homem, e nem falo em sentido metafísico, mas sobre a própria natureza. Precisamos entender que podemos não estar aqui para ver o mundo se recuperar dos nossos desatinos, que a vida não foi feita para que trabalhemos dia e noite e depois nos rendamos a um consumo desenfreado para preencher nossos vazios.

Talvez, tudo o que precisemos seja pisar no freio, voltar a nos relacionar com a natureza e valorizar o que realmente é importante nessa vida sem utilidade definida.

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"Estamos viciados em modernidade. A maior parte das invenções é uma tentativa de nós, humanos, nos projetarmos em matéria para além de nosso corpos. Isso nos dá sensação de poder, de permanência, a ilusão de que vamos continuar existindo"

Ler Ailton Krenak é sempre um choque de realidade. Um choque não pelo ineditismo do que se fala, mas por fazer você parar alguns minutos e ler determinadas coisas que o seu cérebro provavelmente já pensou sobre mas o nosso estilo de vida nunca nos permitiu refletir. A sabedoria de Ailton, que é um professor e ativista indígena, sem dúvidas deve ser de conhecimento geral. E se sua fala já causa um desconforto reflexivo necessário, com "A Vida não é Útil" não seria diferente.

Esse livro, assim como o anterior do autor, é uma reunião de textos produzidos a partir de palestras, entrevistas e falas de Ailton. Porém, dessa vez, o livro vem com uma motivação: refletir sobre o Covid-19. Não são reflexões sobre a doença em si, mas no momento atual da pandemia, aonde estão desesperados pelo mínimo senso de "normalidade" que sentíamos em nosso passado (e governantes e pessoas de poder procuram moldar essa imagem de "novo normal"), Ailton utiliza a paralisação sofrida para provocar reflexões sobre como estamos tratando a Terra e como tratamos a nós mesmos, compartilhando suas posições e saberes sobre o assunto. E, a partir disso, é notável como um assunto em comum junta todos os textos: a humanidade.

"Eu não percebo esse momento que estamos vivendo como uma situação-limite, acho que o que estamos passando é uma espécie de ajuste de foco no qual temos a oportunidade de decidir se queremos ou não apertar o botão da nossa autoextinçãoz mas todo o resto da Terra vai continuar existindo"

Nesses 5 ensaios, o autor debate diversos pontos que conectam ou desconstrem o que seria o conceito de humanidade em si e, principalmente, como ele afeta o modo como levamos a vida. Ailton Krenak debate acerca de diversos temas tomando como ponto de partida essa ideia de "humanidade". Entre muitos, há debates sobre como as tecnologias vendem uma invenção de "salvamento do planeta" quando de fato não cooperam para isso; debates sobre como essa ideia de humanidade, que constantemente busca uma ideia de progresso, ignora a pluralidade de povos que a compõe e como esses povos estão lidando com o planeta; e debate sobre como estamos tão imersos nesse estilo de vida que acredita estar buscando sempre uma utilidade na ideia de produtividade, sem de fato entender seu sentido.

Enfim, "A Vida não é Útil" é um livro curto, mas poderoso. A linguagem de Ailton é concisa, simples e direta e, eu acredito, que seu objetivo não seja você se lembrar das falas ditas pra reproduzí-las para outras pessoas, mas sim internalizar essas ideias, ler, se chocar e absorver os ensinamentos do autor numa busca por mudança no modo como lidamos com a vida e com nosso planeta. Mesmo que a maior parte do meu ser seja habitada por desesperança e descrença numa efetiva melhora da humanidade, as palavras do autor reverberam na tentativa de buscar um mundo melhor.

Recomendo demais a obra e, caso tenha um interesse em experimentar, a editora liberou um dos textos desse livro, "O Amanhã não está à venda", para ser lido gratuitamente na Amazon. Agradeço à Cia das Letras pelo fornecimento de uma cópia em ebook através da plataforma netgalley.

"Quando aparecer um deserto, o atravesse"

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Livro maravilhoso e necessário! Já havia lido "o amanhã não está à venda" e gostei muito. Os textos de "A vida não é útil" são extremamente atuais e impactantes. Uma leitura fundamental que faz pensar sobre nossa relação com o planeta, a natureza e, então, a vida.

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“Por que insistimos em transformar a vida em uma coisa útil? Nós temos que ter coragem de ser radicalmente vivo, e não ficar barganhando a sobrevivência.”

Sabe aquela pergunta: estamos vivendo ou apenas existindo? Talvez aqui poderíamos mudar para: estamos vivendo ou apensar nos aproveitando dos recursos – que são finitos – da natureza? Ou então: estamos vivendo ou apenas usando a vida como simples utilidade para a sobrevivência?

Não exatamente com essas questões, mas com a mesma essência, Ailton Krenak nos convida a refletir sobre o nosso lugar no planeta nessa obra com cinco textos resultantes de um compilado de entrevistas, palestras e lives. Ao falar sobre o que temos feito com a Terra, como temos vivido nela, o ativista indígena retoma suas indagações sobre o que é ser humanidade nos dias de hoje.

É difícil não se deixar hipnotizar pelas palavras doces, de cadência mansa, até às mais inflamadas pela indignação não contida, ao ler sobre como estamos abusando do meio ambiente. Segundo Ailton, nós estamos viciados em modernidade, já não sabemos viver sem os recursos que vieram com o progresso da tecnologia, mas esse mesmo progresso tem literalmente comido a Terra para garantir nosso conforto desde o nascimento, esquecendo do detalhe de que tudo tem um fim.

No cenário de pandemia, ele coloca a humanidade como conhecemos e a Covid-19 lado a lado e, apontando os dados causados por cada um, mostra quem é a verdadeira praga e que o tal “fim do mundo” não começou com o vírus. Também comenta sobre a necessidade de nos reconfigurarmos para continuarmos aqui, de reconectar com nossa ancestralidade, de parar de desenvolver e começar a se envolver.

O discurso de Ailton não é recente e, ainda assim, é pouco ouvido ou ao menos levado a sério. Afinal, o que pensar de alguém que diz ser parente de um rio, que conversa com as árvores, pertencente a um povo que se recusa a sair de uma área de risco em decorrência de um crime ambiental? Porém, suas palavras são sábias e deveriam ser ouvidas (ou lidas) por muita gente. Por isso eu indico esse livro, sem contraindicações.

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Acredito que todos os livros do Ailton, são como um tapa na cara da sociedade, e com esse, não foi diferente.
Ailton aborda os temas que estão em alta, traz reflexões para a vida e percebemos o quão inutil pode ser nossas ações para determinadas colheitas futuras.

Sou suspeita a falar algo na verdade, pois sou apaixonada na escrita dele e esse como todos os outros, não decepciona em nenhum momento.

Obrigada NetGalley, esse livro é maravilhoso.

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"Eu me pergunto quantas Terras essa gente precisa consumir até entender que está no caminho errado."

Eu li mais cedo esse ano Ideias para adiar o fim do mundo, do mesmo autor, e, apesar de ter curtido, me incomodei com alguma coisa a respeito do formato dele. Acho que essa ideia de transcrever palestras e entrevistas, tirando o contexto em que elas foram dadas, me deixou confuso. Aqui, apesar dos cinco textos serem baseados em entrevistas e lives feitas pelo Ailton Krenak, o texto é bem mais claro e direto.

"Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos. Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do Banco Central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, com a economia deles. Ninguém come dinheiro."

Esse livro traz reflexões sobre a pandemia, sobre o modo como estamos vivendo e sobre como temos essa certeza de que somos criaturas tão superiores que o resto da natureza e da vida na Terra não importa tanto quanto nós. Gostei de todos os textos e das provocações do autor. Senti um sentimento de impotência enquanto lia, o que não é culpa do livro, mas de todo esse sistema que criamos para que um grupo muito seleto de pessoas tenha poder sobre nossa vida.

"Governos burros acham que a economia não pode parar. Mas a economia é uma atividade que os humanos inventaram e que depende de nós. Se os humanos estão em risco, qualquer atividade humana deixa de ter importância. Dizer que a economia é mais importante é como dizer que o navio importa mais que a tripulação."

Gostei MUITO da leitura e recomendo! Para quem quiser ter um gostinho do livro e não puder comprá-lo agora, a editora disponibilizou um dos textos, O amanhã não está à venda, em eBook de graça.

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Depois de ter lido “Ideias para Adiar o Fim do Mundo” e “O Amanhã não está à venda”, me convenci de que tudo que Ailton Krenak publicar vou querer ler. E foi assim que cheguei à leitura de “A Vida não é útil”. Assim como as duas outras publicações, este é uma adaptação de palestras/entrevistas e/ou lives dadas por Krenak. Dessa forma, ainda que adaptadas para textos, a oralidade deixa sua marca no livro. Aqui, encontramos inclusive o texto de “O Amanhã não está à venda”, razão pela qual até fico mais aliviada por não ter feito uma resenha à parte para ele. E, sinceramente, esse foi o texto que mais gostei de todos que li do autor, o que, creio, já vale a pena a leitura dessa seleta de textos reunidos em “A Vida não é útil”.

Àqueles que não sabem, “O Amanhã não está à venda” foi escrito durante a pandemia do COVID-19, e nele, Ailton Krenak tece duras e necessárias críticas ao comportamento humano destrutivo de seu próprio lar (nossa Terra). Este é, para mim, o texto mais claro do autor, que tem um verdadeiro cunho de carta, e talvez por isso eu o aprecie em sua forma escrita. Não que os demais textos não sejam excelentes (como os de “Ideias para Adiar o Fim do Mundo”), mas ele se destacou realmente por sua lucidez em comparação aos outros.

Em “A Vida não é útil”, ele retoma suas reflexões e discursos gerados em meio à pandemia, criticando nossa equivocada noção de humanidade, nosso consumismo compulsivo e descontrolado, nossa falta de escuta e respeito àqueles que sempre tiveram o que ele chama de “memória ancestral”, ou seja, que pensam nas florestas, por exemplo, como entidades.

Você já leu algum texto de Ailton Krenak? Se ainda não leu, deveria. É o tipo de leitura muito rápida, que pode incomodar, mas ao mesmo tempo nos fazer repensar nossa relação com o mundo, nossas atitudes e, claro, nossa ideia de humanidade. É tarde para mudarmos? Com certeza, mas pior será não mudarmos nada depois da pandemia. Concorda?

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4,75/5

Assim como em seu livro anterior 'Ideias para Adiar o Fim do Mundo', Ailton Krenak nos entregou cinco textos impactantes, reflexivos e muito atuais. Destrinchando os impactos da pandemia de Covid-19 no mundo, Krenak continua a nos afrontar com suas ideias anti-consumistas, e filosofias já abordadas antes, como: O que é ser humano? Qual o sentido da vida, se ela tiver um sentido? O que nos conecta com nossa ancestralidade?

Em 'Não se Come Dinheiro', meu texto favorito do livro, Krenak entoa mais uma vez o altíssimo consumismo da população, os impactos da pandemia e a relação dela com o dinheiro, afinal, não há dinheiro que compre de volta uma vida perdida.

"Não é preciso nenhum sistema bélico complexo para apagar essa tal de humanidade: se extingue com a mesma facilidade que os mosquitos de uma sala depois de aplicado um aerossol. Nós não estamos com nada: essa é a declaração da Terra."

Em 'Sonhos para Adiar o Fim do Mundo', o autor fala mais sobre a podridão atual do ser humano, da falta de empatia, e uma reflexão sobre um novo modo de viver pós-pandemia, na esperança que isso não seja apenas uma crise, mas um momento de renovação na humanidade.

"Destruir a floresta, o rio, destruir as paisagens, assim como ignorar a morte das pessoas, mostra que não há parâmetro de qualidade nenhum na humanidade, que isso não passa de uma construção histórica não confirmada pela realidade"

Em 'A Máquina de Fazer Coisas', o assunto abordado é mais filosófico: o que significa ser humano? Ter humanidade? Nos sentimos com um pertencimento à nossa vida? Isso casado à modernização constante da tecnologia, que traz ao ser humano a sensação de que as coisas ficarão melhores no futuro. Mas será que realmente irão

"Continuamos usando todos os artifícios da tecnologia, da ciência, para endossar a fantasia de que todo mundo vai ter comida, todo mundo vai ter geladeira, todo mundo vai ter leito hospitalar e todo mundo vai morrer mais tarde. As pessoas hoje querem nascer em hospitais e depois viver blindadas quanto à possibilidade de morrer. Isso é uma falsificação da vida."

Em 'O Amanhã Não Está a Venda', Ailton dialoga sobre o significado 'espiritual' da pandemia, e a esperança de vivermos um 'novo normal' a partir daqui. Esse texto está disponível gratuitamente na Amazon e uma resenha dele já foi feita aqui.

"O que estamos vivendo pode ser obra de uma mãe amorosa que decidiu fazer o filho calar a boca pelo menos por um instante. Não porque não goste dele, mas por querer lhe ensinar alguma coisa. 'Filho, silêncio.'"

Em 'A Vida Não é Útil', o texto que considero mais radical no livro, a ideia transmitida é de que a vida que nos foi dada é uma dádiva, e muitos encaram a vida para ter uma utilidade, um propósito, e a frustração que isso pode fazer. Ele também conversa mais sobre o corte de laços com nossa ancestralidade.

"Por que insistimos em transformar a vida em uma coisa útil? Nós temos que ter coragem de ser radicalmente vivos, e não ficar barganhando a sobrevivência. Se continuarmos comendo o planeta, vamos todos sobreviver por só mais um dia."

Em seu objetivo, 'A Vida Não é Útil' cumpre muito bem seu papel, ainda mais nos tempos atuais, mas ainda considero 'Ideias para Adiar o Fim do Mundo' uma obra mais impactante. De qualquer forma, como tudo o que Ailton Krenak escreve, é uma leitura indispensável. Agradeço a editora por disponibilizar um ARC em troca de uma resenha sincera sobre a obra via Netgalley.

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Os livros de Ailton Krenak sempre me fazem pensar sobre a relação que nós, humanos, temos com o planeta e como isso reflete nos impactos que causamos a ele, desde a construção do sistema a costumes que temos no nosso dia-a-dia.
O autor também traz importantes reflexões sobre a pandemia e como o momento que estamos vivendo impacta outras formas de vida. Adorei o livro e estou ansioso pra ler mais dele.

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