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Controle

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Esse foi meu primeiro contato com a escrita de Natalia Borges Polesso, embora já conhecesse a autora e tivesse curiosidade sobre suas obras.

Eu gostei da forma como a narrativa foi construída e, principalmente, achei interessante e muito importante ver a perspectiva de uma personagem com epilepsia, e também por tratar de relações homoafetivas entre mulheres. Senti que a narrativa acabou não se aprofundando muito, mas talvez tenha a ver com a proposta, já que a própria personagem parece viver de uma forma um tanto "superficial", no sentido de que ela parece "passar pela vida" sem fazer muita coisa, reflexo de sua relação pessoal com a doença.

A única coisa que me incomodou foi a quantidade de frases em inglês. A vida da personagem está muito entrelaçada à sua relação com a música, mesmo antes de suas crises começarem, e depois se intensifica por ser uma espécie de escudo em relação ao resto do mundo, portanto, é compreensível que ela evoque as canções que sente que representam sua vida e seus sentimentos. Porém, mesmo que eu fale inglês e seja capaz de compreender bem, não consigo deixar de pensar o quão cansativo pode ser para alguém que não compreende ou que compreende pouco o idioma fazer uma leitura como essa.

No mais, foi uma leitura interessante e agradável. Crianças dos anos 80 e até algumas dos anos 90, como eu, provavelmente vão se identificar muito com Nanda, seus amigos, suas brincadeiras, etc., principalmente com a música, em especial para fãs do New Order.

Agradeço à editora e à Netgalley por disponibilizarem a cópia antecipada em troca de um comentário sincero.

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lindo e doloroso acompanhar maria fernanda em seu processo de autonomização. meu primeiro contato com a escrita da natalia e foi uma experiência incrível conciliar a leitura com as músicas do new order no fone de ouvido. quero ler as outras coisas dela <3

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Uma menina chamada Nanda que tem epilepsia, chega na fase adulta e percebe que nunca viveu nada que quis por causa da doença e proteção em excesso dos pais.

É um livro com escrita linda, reflexivo, tem muitos pensamentos, opiniões e desabafos da protagonista. É melancólico e as palavras são bem colocadas, a autora sabe bem com deixar uma cena intensa e me manteve presa do início ao fim.

A sexualidade é inserida de forma natural, fazendo parte da vivência e das descobertas da Nanda, da vontade de ser quem ela realmente é e ter uma vida plena. Não é o ponto principal do livro, eu até prefiro assim, mas com certeza é uma parte importante.

Tem um excesso de palavras em inglês, várias linhas com letras de música que eu até entendo o porquê de estarem lá, a Nanda ama música, mas não curto tanto, acho que quebra o ritmo um pouco. Fora que em inglês já basta os inúmeros livros estrangeiros.

Mas no geral é uma história ótima, adorei!

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Controle é uma mistura de prosa e poesia. É uma história que convida quem lê a se aventurar na jornada de Nanda, uma jovem que descobre ter epilepsia ainda no início da adolescência, e como é não poder controlar seu próprio corpo impacta na capacidade de gerir a própria vida ao longo dos anos que se seguirão.

A escolha da autora em narrar a história em primeira pessoa nos aproxima da protagonista e nos faz sentir toda sua confusão, medos e desejos. A leitura se desenrola de maneira rápida, e para quem cresceu nos anos 90 e início dos anos 2000 é praticamente impossível não se identificar com a trilha sonora, as referências da cultura pop, as brincadeiras da infância.

De forma resumida a obra criada pela autora Natalia Borges Polesso fala sobre o que é viver sem ter controle do próprio corpo, mas desejando profundamente poder vivenciar uma vida sem controle, podemos assim dizer. É um livro que nos desperta o olhar de empatia, assim como nos leva a refletir sobre nossas próprias vivências.

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