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Arlindo

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Há algo em Arlindo que me impede de conseguir falar sobre ele com propriedade. Não acho que existam palavras o suficiente para expressar como essa Graphic Novel aparentemente simples pode ser tão importante e poderosa.

Para quem não o conhece, Arlindo é um jovem que sonha em encontrar seu lugar no mundo e ele bem que tenta fazer isso apenas vivendo como ele acha que sempre deveria ser, mas na cidadezinha do Rio Grande do Norte onde ele mora parece que as pessoas tomaram decisões sobre ele antes mesmo dele saber o que elas significavam e isso o impede de ter uma vida plena mesmo com muito esforço.

Arlindo é simplesmente isso, mas como essa história pode se tornar tão poderosa?

Porque somos condicionados a isso desde que nascemos. Porque, assim como acontece com Arlindo, as pessoas tomam decisões sobre quem somos antes mesmo de nós sabermos o significado disso, antes que possamos descobrir por conta própria. Crescemos em uma sociedade que escolhe jogar para escanteio tudo que é diferente mesmo que nos esforcemos cada vez mais para estarmos inseridos no que eles chamam de felicidade plena. Não importa quantas vezes tentemos, não importa que sequer sabemos o que somos, eles acham que sabem e nos excluem por isso.

Luiza de Souza utiliza dessas concepções sobre quem somos para escrever sobre a pureza de um jovem que vê o mundo como deveria ser visto, que age como todos devem agir: sem medo. Ou pelo menos tenta agir assim, já que nem todos colaboram para que isso aconteça.

Arlindo é uma graphic novel necessária e poderosa porque ela nos mostra, como o próprio Arlindo diz, que a gente se tem e essa é a única sensação de pertencimento que deveria importar. Mostra como não estamos errados em existir e como crescer pode ser difícil em uma sociedade cada vez mais retrógrada, mas quando a gente tem amigos que não ajudam, pelo menos uma pessoa que nos apoia e quando a gente se tem é porque tá tudo bem e, caso não esteja, é porque vai ficar.

📜 "Talvez, se tudo fosse diferente, eu não teria essa vontade de correr, de ir embora, que bate o tempo todo. Mas se fosse assim, eu não seria quem eu sou. E essa não é uma opção."

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Fazia tempo que eu não lia uma HQ tão gostosa e com uma mensagem tão importante.

Me identifiquei com Arlindo e muitos momentos e isso foi um plus para eu me apegar à leitura.

A história é, além de muito realista, super envolvente. As ilustrações são LINDAS e eu terminei a leitura querendo abraçar todos os Arlindos do mundo.

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*Thank you Netgalley and the publisher for providing me with a copy of this book for review, all opinions are my own*

I think I liked this book because it is very Brazilian, it's a very important story because it talks a lot about what it's like to be gay in Brazil (at least in my opinion and my vision of a straight woman).
I thought the story was a bit shallow but I loved the illustrations, I think the colors made everything prettier and combined a lot with the story's vibe!

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Uma das leituras que pude fazer sendo parceira da Companhia das Letras foi "Arlindo" da @ilustralu.

Conheci essa história quando a # do primeiro beijo está nos trending topics e resolvi começar a ler, mas estava tendo um pouco de dificuldade para acompanhar de forma digital, então quando vi que sairia a versão em livro fiquei muito feliz.

Nessa história acompanhamos Arlindo, um garoto que precisa enfrentar muito preconceito e esconder quem realmente é em alguns momentos, pois as pessoas ao seu redor - vizinhas ou até mesmo o seu pai - estão sempre dando um jeito de mostrarem o seu preconceito.

A leitura é rápida e emocionante. Os quadros coloridos, com rosa e amarelo predominantes, te envolve de uma forma que você quer saber se esse garoto conseguirá enfrentar o mundo, pois é muito fácil se identificar e gostar do Arlindo. Além disso, as referências aos anos 2000, como as músicas da Pitty, deixa tudo mais agradável, trazendo lembranças da nossa própria época de escola. Provavelmente se você não foi um Arlindo, estudou com um e as lembranças virão.

É uma leitura que vale muito a pena, recomendo demais!

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Sabe quando você sente que não se encaixa em lugar nenhum? Este é Arlindo, um garoto cheio de sonhos, esforçado, que ajuda a mãe a complementar a renda da família e a cuidar da irmazinha. Ele é um bom aluno, amigo e vizinho, mas apesar de todas essas qualidades, não é aceito pelo pai e nem pela comunidade onde mora, em Rio Grande do Norte, por ser gay.

É nesse contexto que a ilustradora Luiza aborda temas como homofobia, bullying e relacionamento abusivo. Ela retrata a verdade das dificuldades em que a comunidade LGBT+ encontra não só em se aceitar, como assumir sua identidade para família e amigos.

Com páginas recheadas de representatividade, referências ao mundo pop dos anos 2000, cultura e linguagem nortista, Arlindo nos ensina muito sobre respeito, amizade e empatia. Os diálogos remetem a muitas reflexões e me identifiquei muito com o ambiente da história. Foi nostálgico relembrar a época do Orkut, MSN e as letras de Sandy e Jr. O final não é o que eu consideraria ideal, mas deixa um quentinho acolhedor no coração.

Recomendo a todos que querem ler uma história fofa, reflexiva, com bastante representatividade e mensagens de esperança!

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Dica de leitura : Arlindo @editoraseguinteoficial - Livro cedido pela @companhiadasletras através do @netgalley

🗣Por mais que o mundo insista em dizer o contrário. Saiba que você não está sozinho.

Nessa quinta fria 🥶 a indicação é de um quadrinho que vai esquentar o coração de todo mundo.

Arlindo é um menino sensível, amável, prestativo, sonhador e que quer apenas se respeitado. Porém nesse caminho ele encontrará pessoas como seu pai, que o faz guardar seus sentimentos e reprimir suas vontades. Tornando sua vida um tormento e o fazendo se sentir o tempo todo errado. Mas também há pessoas como sua mae e sua avó, onde ele encontra apoio e palavras de carinho. O fazendo entender que independente das dores que lhe afligem, também há aqueles que distribuem só amor.

Arlindo é uma hq que nos leva aos anos 2000, com Rio Grande do Norte como cenário e uma playlist que vai de Sandy Júnior a Pitty. E claro que, como uma boa Cringe Eu pirei e meus pés muitas vezes saíram do chão ( segue a referência 😉) …

O traço da hq é simplesmente demais. As cores nos faz viajar pra dentro da história. Na qual você lê em poucas horas e termina com um quentinho no coração e com vontade de guardar o personagem num potinho.

Arlindo retrata bem o preconceito, o bullying e o relacionamento abusivo vivido em muitos lares. Sério, queria da uns sacode naquele pai rsrsrs ….
Mas tbm nos deixa a mensagem que o que nos faz humano não é a opinião que temos sobre determinado assunto, de determinada pessoa e sim o amor que nutrimos por ela e a forma como a acolhemos. E que independente do “problema” nunca estamos sozinhos na caminhada. Sempre teremos alguém que irá nos amparar e nos fazer sentir amados.

DIGA NÃO AO PRECONCEITO
DIGA NÃO AO BULLYING

◾️Agora é com vocês. Já leram ?! Qual foi a última hq que leram ?!

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Hoje venho indicar um quadrinho que li em poucas horas e me conquistou pela sensibilidade, referências aos anos 2000 e personagens bem construídos, além do traço marcante e as cores em neon presentes na edição. Abordando amizade, relações familiares e os primeiros amores, Arlindo encanta do início ao fim, deixando o coração cheio de amor.
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"Talvez, se tudo fosse diferente, eu não teria essa vontade de correr, de ir embora, que bate o tempo todo. Mas se fosse assim, eu não seria quem eu sou. E essa não é uma opção".
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⭐ Protagonista carismático - Arlindo é um adolescente do interior do Rio Grande do Norte que entre as aulas do ensino médio, os treinos de atletismo e às sextas feiras de filmes com as amigas, também ajuda a mãe com a produção de brigadeiros para festas. Fofo, divertido e muito carismático, me senti amiga dele ao acompanhar seus surtos com os crushes (ao som de Sandy e Junior, claro), senti vontade de assistir filmes com ele e protegê-lo de todos os comentários negativos.
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⭐ Lealdade - Inseparáveis, Arlindo e Mari se conhecem desde crianças, desde lá, criaram códigos secretos, vivem ouvindo as mesmas músicas e amam os mesmos filmes. Com a chegada de Lis à escola, há pouco mais de 1 ano, eles formam um trio maravilhoso, é lindo ver a relação de cumplicidade e confiança entre eles.
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⭐ Sandy e Junior - além de servir como trilha sonora para diversas cenas, as músicas da dupla também são um local de refúgio e segurança, são nelas que o protagonista encontra apoio e conforto para quando se sente só. Durante a leitura, é impossível não cantar junto as músicas!
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⭐ Além disso, amei todas as referências, sejam sobre os anos 2000, bem como um pouco do Estado do Rio Grande do Norte, foi uma leitura que ganhou um espaço super especial no meu coração. Vale também destacar a atenção aos detalhes em cada quadrinho, seja as emoções dos personagens, bem como a construção dos cenários, com o botijão de gás com uma roupinha de crochê, as locadoras de dvds, as lan houses e as fachadas das casas.

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Arlindo é uma história extremamente tocante sobre família, sexualidade, crescimento e encontrar a si mesmo.

A história gira em torno do cotidiano de Arlindo: suas relação familiares, seus amigos, crushes, e todas as pessoas que marcaram sua vida, seja para o bem ou para o mal.

Acredito que todo mundo que é LGBTQIA+ vai se identificar com algum pedacinho dessa história. A relação complicada com o pai, que quer que o filho "vire macho", a mãe que cuida, a avó que acolhe. Eu me identifiquei principalmente com o retrato da vivência do interior: a opressão de se viver numa cidadezinha pequena, longe dos grandes centros e majoritariamente composta por pessoas religiosas e mais "mente fechada". As fofocas que rolam nessas cidades onde todo mundo conhece todo mundo, principalmente em relação às pessoas que fogem do padrão e não se encaixam de alguma forma. A vontade de de sumir e de fugir de um local que te sufoca. Arlindo traz todas essas sensações, principalmente através da personagem Amanda, sua tia lésbica que deixou a cidade anos atrás.

"Eu sempre Imaginei como seria existir num lugar em que minha família fosse outra, em que as pessoas fossem outras. Desde que eu me entendi por gente eu senti essa agonia, essa vontade de fugir. (...) Talvez se tudo fosse diferente, eu não teria essa vontade de fugir, de ir embora o tempo todo."

Mas Arlindo não se prende somente à narrativa do personagem principal que dá nome à HQ. A história acompanha também Lis e Mari, as melhores amigas de Arlindo. Juntos, os três irão dividir experiências comuns à adolescência, como o primeiro amor e a dificuldade de se encaixar na escola (e às vezes, na própria família). Além disso, ganham destaque outros personagens que se interligam aos principais: Luís Felipe, um antigo amigo de infância de Arlindo que retorna à cidade, e Pedro, um garoto novo na escola.

Arlindo é, acima de tudo, uma história sobre aceitação. São jovens no processo de se descobrir e entender a si mesmos, e aprendendo a resistir em meio a uma sociedade machista, LGBTfóbica e enraizada em antigos preconceitos. A autora entrega, em seu final, tudo que todo jovem LGBTQIA+ precisa receber: um pouco de esperança nesse mundo difícil em que vivemos.

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Recebido em cortesia da Editora Seguinte, Arlindo é um quadrinho da ilustradora brasileira Ilustralu recheado de cores vibrantes, mensagens de amor e aceitação e referências aos anos 2000. Uma história para guardar no coração.

Arlindo é um garoto apaixonado por Sandy e Júnior. Morador de uma cidadezinha do interior do Rio Grande do Norte, ele quer se encontrar no mundo e se sentir à vontade em sua própria pele, mas é difícil fazer isso com a intolerância na voz de seu pai e das pessoas ao seu redor. O quadrinho acompanha a rotina de Arlindo e a novidade na escola, um aluno simpático chamado Pedro que pode fazer o coração do nosso protagonista bater mais forte.

Eu me apaixonei demais por tudo nessa história. Os traços são maravilhosos e fofos, as cores vibrantes de amarelo e rosa destacam sentimentos, olhares e detalhes que fazem dessa HQ uma jornada tão familiar - coisas bem brasileiras, coisas bem anos 2000 - e tão querida. A jornada do Arlindo é doce, triste e importante.

É uma jornada de se entender consigo mesmo e também com o mundo. É aquela montanha-russa de sentimentos da adolescência envolvendo o primeiro amor, a primeira crush, a primeira revelação de que opa, você está gostando daquela pessoa, e agora? Mas, para Arlindo, também tem os percalços porque ele é um garoto gay em uma cidade intolerante, com um pai intolerante.

Ainda que não se esconda totalmente dos sentimentos, ele se ressente com medo do que vai acontecer caso os nomeie. Meu coração se partiu inúmeras vezes pela maneira vívida e dolorosa com que a ilustração encaixava com os diálogos feridos do protagonista.

Mas, apesar dos momentos de dor, a vida é feita de todo tipo de surpresa positiva também. Com a chegada do novo colega, Arlindo encontra um amigo e algo mais. Pedro é divertido, entende suas referências e parece pertencer ao mundo do protagonista mais do que ele mesmo percebe.

Pouco a pouco, vamos acompanhando os olhares e sorrisos se transformando em alguma coisa mais; mas até onde isso vai? É recíproco? Estamos interpretando corretamente ou a crush do Arlindo está falando mais forte?

É uma surpresa, e uma surpresa muito agradável.

Além do protagonista, gostei que a Ilustralu também trouxe dilemas envolvendo seus coadjuvantes. Coisas da juventude tratadas com sensibilidade, como deve ser. Descobertas, revelações, paixonites, dores do crescimento. É uma história para todas as idades; fala com quem está vivendo isso, traz nostalgia para quem já passou por ela (a velhice bateu em mim quando vi o quadrinho do MSN, saudades melhor forma de comunicação possível!).

Toda a questão com a família do Arlindo é muito delicada e tem muita sensibilidade na hora de ser trabalhada. A mãe dele, um doce de gentileza. A irmãzinha, animada e fofa. E o pai, uma sombra da qual o personagem não consegue se afastar completamente porque ainda o ama - mas é aquele tipo de amor que a gente sabe que machuca, porque a pessoa do outro lado está te machucando. E a avó, que pessoa mais adorável, que vontade de abraçar!

Gostei muito das melhores amigas do Arlindo, Lis e Mari. Ambas as personagens vivem suas histórias paralelas ao do personagem principal e isso acrescenta ainda mais profundidade às discussões que a trama levanta. Amei a amizade da Lis e do Arlindo, principalmente, e como eles se entendiam além das palavras, com gestos e sorrisos e abraços.

A edição da Seguinte tá um luxo. A capa dura é linda, e todas as artes da Ilustralu criam uma obra primorosa. O tipo de quadrinho pra você ficar babando em acabamento, cores e traços.

Arlindo é uma história simpática e real sobre aceitação, sobre família, amizade e amadurecimento. Eu gostei de tudo que encontrei na história, e com certeza indico para quem procura uma jornada para aquecer seu cora

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Falar de Arlindo é falar de vivências. De nostalgia. De memórias. É falar de lembranças minhas, suas, de outras pessoas muito parecidas conosco. É falar da beleza que é não estar só.

A história de Arlindo é realmente uma história que poderia pertencer a muitas pessoas e foi justamente nesse ponto que a HQ se conectou a mim, porque me vi muito na pele de Arlindo em muitos momentos - inclusive não vendo só o passado na adolescência, mas também o presente. E ler Arlindo é como receber um abraço, um afago.

Luisa conseguiu - com um traço lindo e um roteiro simples, mas muito bem pensado, dinâmico e fluído - criar toda essa sensação de acolhimento que é tão necessária para jovens LGBT+. A sensação de Arlindo de não estar errado em existir e não estar sozinho nessa passa das páginas pro leitor e o acolhe em todo momento. É realmente impossível não se apaixonar por essa HQ, não torcer por Arlindo e não desejar páginas e mais páginas dessas personagens!

<i> Muito obrigado à editora Companhia das Letras pelo envio de uma cópia digital através do Netgalley </i>

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🗨️ A HQ "Arlindo" é ambientada nos anos 2000 e faz muitas referências à época, o que proporciona uma sensação muito prazerosa de nostalgia. Se você curte história em quadrinhos e anos 2000, essa é uma boa indicação. A narrativa é muito cativante, você torce a todo momento pela felicidade do protagonista. Falando nele, podemos observar que Arlindo é um menino muito amável e esforçado, a trajetória dele é repleta de altos, como os momentos felizes vividos com os amigos, e baixos, demonstrado pelo preconceito sofrido por fazer parte da comunidade LGBTQIA+. A história em quadrinho passa uma mensagem muito bonita, a de que, independentemente do que aconteça em nossa vida, sempre haverá alguém que estará ao nosso lado e torcerá pela nossa felicidade.
⚠️Gatilhos: Bullying, homofobia.
Por @varlene.santos

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Bem levinho de ler, as ilustrações são lindas e as cores vivas também...
A história em si não me prendeu tanto assim, mas foi legal para passar o tempo.

Gostei.

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Esses quadrinhos são a coisa mais fofa!!! Amo amo amo o estilo, amo os personagens, amo as referências culturais (Sandy & Junior também fez parte da minha formação como gente) e amo a história de Lindo! Obrigada Netgalley e editora pela cópia ❤️

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Arlindo, a webcomic que conquistou milhares de leitores no Twitter, agora tem versão impressa pela Editora Seguinte, que tem sido uma das principais casas quando falamos de representatividade no mercado literário brasileiro. A obra é um trabalho da Luiza de Souza (mais conhecida como @ilustralu) e não poderia ser mais fofa, nostálgica e brazuca.

Na história nós conhecemos o Arlindo, um adolescente do interior do Rio Grande do Norte, super fã do Sandy & Junior e que vivencia diversos problemas, como encarar os preconceitos enquanto descobre e aceita sua homossexualidade. O protagonista é extremamente carismático, desajeitado e emocionado, do tipo que faz muita gente se identificar por aí.

Ao lado de suas duas melhores amigas, de seu novo paquera e de sua família, o leitor é convidado para conhecer de perto todo esse processo de construção de identidade e desconstrução de tabus, sem romantizações: Arlindo é uma HQ divertida e colorida, mas que também sabe quando é hora de dosar a comicidade para retratar com maior veracidade algumas durezas da vida real.

Essa história se torna ainda mais especial graças a seu contexto histórico, que leva o leitor de volta aos anos 2000 para reviver momentos históricos para aqueles que foram crianças/adolescentes na época — referências quais que infelizmente podem não causar tanto impacto no público mais jovem, mas que ainda os possibilita a aprenderem um pouco mais sobre a geração anterior.

Dentre essas, a música marca forte presença, com Sandy & Junior, Pitty e RBD liderando as playlists e o cotidiano dos personagens, seja no disc-man ou no MP3 player, tecnologia de ponta para a época, tal como as típicas lan houses e locadoras (saudades!). Até os códigos secretos inventados para trocar bilhetinhos durante as aulas despertam memórias no leitor brasileiro. Um verdadeiro registro histórico!

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Resenha | Arlindo | @editoraseguinteoficial | @ilustralu | 5🌟❤️/5🌟


📄 Oi seguimores, como vocês estão? Hoje é dia de resenha.


📝 Como começar essa resenha, Arlindo é uma HQ que todos deveriam ler. Sim, esta é uma das obras mais lindas e necessárias que já li em toda a minha vida.

📝 Com uma narrativa fluida, leve e totalmente real, Arlindo nos traz pautas necessárias com um ar bem real. Arlindo é um jovem que está passando pela adolescência e possui dúvidas sobre si mesmo. Durante a leitura entendemos tudo que ele sente e, já adianto, você, irá se emocionar.

📝 A autora delineou uma história com tanta realidade que eu me vi em tantos momentos da narrativa e acredito que muitos leitores também irão se sentir assim, ainda mais pela pauta que é empregada.

📝 Além do tema principal da obra, Arlindo aborda também a homofobia, o bullying, o discurso de ódio que é ouvido diariamente em muitos lugares, infelizmente, tudo isso delineado com a atmosfera dos anos 2000 - 2010. A trilha empregada, os hits e as referências com toda a certeza fará você voltar no tempo. E, como eu fui adolescente lá nos 2010, realmente me vi relembrando alguns momentos.

📝 Arlindo trata também sobre a amizade, o amor, a descoberta de si e como o apoio das pessoas pode fazer toda a diferença na vida de alguém que se sente tão sozinho. Saliento que mesmo sendo uma HQ, você precisa estar preparado, porque em muitos momentos você irá fechá-la e vai chorar. Sim, eu chorei demais lendo esta obra. Principalmente nas passagens do protagonista com sua mãe.

📝 Arlindo é uma história atemporal sobre amor, amizade, representatividade e respeito. Sem sombras de dúvidas uma obra que deveria ser leitura obrigatória para todos, pois você não irá terminar a leitura sem refletir sobre como o amor pode ser fundamental e que palavras podem machucar quando são ouvidas. Sempre bom termos cuidado com o que falamos, não sabemos o que o outro carrega dentro de si.

📝 Com um final que nos aquece o coração, Arlindo se encerra nos mostrando que devemos ser felizes sendo nós mesmos.


📖 Livro cedido em parceria com a @editoraseguinteoficial pelo e-book no @netgalley.

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Arlindo – ou Lindo, como as pessoas mais próximas o chamam – é um adolescente leal aos amigos, gentil com as pessoas e muito cúmplice da mãe, que trabalha fazendo doces. Porém, existe uma face da sua intimidade que o aflige e que ele não consegue revelar: Lindo é um rapaz gay. Vivendo no Rio Grande do Norte e tendo um pai extremamente machista (o próprio estereótipo de “cabra macho”), é comum para o protagonista ouvir comentários negativos sobre outras pessoas que já assumiram sua sexualidade, o que causa um sofrimento constante em seu coração. Ao longo das páginas, o leitor acompanha as aflições de Arlindo e sua transformação enquanto busca se encontrar – no mundo e em si mesmo.

Arlindo é uma HQ que provoca uma identificação imediata em quem cresceu nos anos 2000. Não faltam referências à época, da trilha sonora a hábitos como ir até uma locadora e escolher um filme, por exemplo. Quando Lindo e sua tia cantam Sandy & Junior, o leitor canta junto. Quando Lis, uma das amigas mais próximas do protagonista, coloca “Na Sua Estante” para tocar, a voz da Pitty vem automaticamente à mente. Arlindo nos leva para uma época em que conversar com o crush no MSN depois da meia-noite era uma prática comum, que passávamos menos tempo nas redes sociais e mais tempo de pernas pro ar com os amigos e, é claro, nos faz lembrar de como é ser um adolescente que ainda não sabe muita coisa sobre si mesmo e sobre o mundo.

Apesar das cores felizes e do traço fofo, existem cenas em Arlindo que são capazes de transmitir com intensidade a dor causada pela homofobia. O que conheço do lado mais machista da cultura nordestina (pelo meu falecido pai, que era de lá) me faz enxergar muitas semelhanças com esse lado da cultura gaúcha (de onde sou) no que diz respeito à masculinidade tóxica. O pai de Arlindo, cujo nome ele passou ao filho (que é Junior), destila seu preconceito sem pensar duas vezes. Quando um amigo gay de Lindo é agredido, seu pai acha que o que aconteceu “foi pouco”. Ele intimida o filho até mesmo quando o menino está ajudando a mãe na cozinha pra que ela não fique sobrecarregada. Esses são exemplos de situações muito reais que inúmeros jovens LGBTQIA+ sofrem diariamente pelo simples fato de serem quem são. Em Arlindo a homofobia é exposta desde suas camadas mais “superficiais” até medidas mais extremas.

Mas, apesar de ter algumas cenas tristes como essas, Arlindo é uma HQ alto astral e que enche o nosso coração de amor. O leitor acompanha de perto Lindo ter seu primeiro crush correspondido e torce pra que tudo dê certo entre eles. O jovem, que nunca tinha revelado esse lado de si, encontra um espaço seguro para trazer seu verdadeiro eu à tona, e isso é muito bonito de ver – além de ser inspirador pra quem possa estar na mesma situação. E a representatividade não termina no protagonista, pois a HQ também tem espaço para outros personagens terem suas questões trabalhadas. Com isso, a história vai avançando para um lugar no qual os personagens conseguem encontrar colo e segurança uns nos outros, substituindo o medo e a solidão por uma sensação de pertencimento. ❤

Arlindo é uma história em quadrinhos linda e acolhedora que fala sobre a coragem de sermos nós mesmos e a busca pelo nosso lugar no mundo. A HQ traz uma mensagem poderosa sobre não ser errado ser quem somos, porque (como diz Amanda, tia de Lindo) “tudo que a gente tem é a gente”. Histórias assim deveriam ser lidas por todos, pra que a empatia prospere e pra que todos tenham o direito de viver a vida plena que merecem. 🌈

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A força de Arlindo, para mim, está na identificação. Claro que alguém que seja da comunidade LGBTQIA+ terá muito mais pontos em comum, mas mesmo quem não é deve ter visto alguns elementos desse enredo acontecer com alguém próximo. Espero que tenha sido as partes boas, mesmo sabendo ser mais provável ter visto a face do preconceito e intolerância.

Arlindo passa por essa fase com toda a apreensão justificada, afinal o pai dele é preconceituoso e machista como a sociedade continua perpetuando, e o clima na sua casa não poderia ser pior. Ele encontra conforto nos amigos, mas no ambiente escolar também não é um lugar seguro para ele. Creio ser esse conjunto de situações o que mais me deixava triste, porque ele e suas amigas estavam sempre tentando viver a própria vida, mas cheios de questionamentos por conta das pessoas com quem conviviam

Se aceitar e entender que tem todo o direito de existir como é com certeza é uma das lições mais bonitas da HQ e eu fiquei tocada com a força que ela passa. Quando Arlindo encontra apoio de pessoas que ama eu fiquei tão feliz quanto ele: nada melhor do que se amar e ser amado por quem nos é importante.

As referências aos anos 2000 me deixaram com um sorriso nos rosto, pois passei pela fase lan house e vídeo locadora, ainda sou fã de Sandy e Junior e me diverti muito com os amigos imitando as danças. E, nossa, usei muito o MSN, mesmo que tenha começado a fazer isso no início da vida adulta. Saudades.

A IlustraLu consegue com seu traço divertido e roteiro sensível conquistar quem lê e tratar de temas recorrentes e ainda importantes de serem discutidos. Eu gostei demais de ler, de ter ver uma autora nordestina ser tão bem sucedida, de relembrar da luta de alguns amigos, de me sentir amiga do Arlindo.

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Arlindo chegou pra mim em uma noite fria. Eu nunca tinha ouvido falar dele antes da enorme campanha feita pela Editora Seguinte para seu lançamento e desde que soube, fiquei curiosa pra saber mais.

Então ele chegou com suas imagens mega coloridas, seu rostinho fofo e seus olhos com coraçãozinhos e lá estava eu, na segunda página, já completamente entregue aquela história e seus personagens e querendo mais e mais.

Eu não esperava que Arlindo fosse me fazer chorar, mas ele fez. Só que ele também me fez sorrir e me deixou com aquele quentinho no coração que apenas sentimos quando um livro nos toca profundamente e nos deixa mais leves.

“Eu não tô errado em existir!”

É o que ele diz em algum ponto da GN e, realmente, Arlindo, você não está. Nem você e nem ninguém está errado em existir e ser exatamente como é, amar exatamente quem ama. E o mundo seria um lugar muito melhor se as pessoas se dessem conta disso. Se dessem conta de que amor é amor, não importa quem você ama e sim que você realmente ame.

Obrigada, Arlindo por ter aparecido na minha vida e me dado um quentinho gostoso no coração. Obrigada, Ilustralu por essa história maravilhosa de amor, aceitação e entender que não estamos sozinhos no mundo. E obrigada, Editora Seguinte por me proporcionar essa leitura.

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E não está mesmo, Arlindo, você é a coisa "marlinda" que existe!

Não tem como não se apaixonar por esta HQ super hiper mega fofa. Nela a gente conhece Arlindo um garoto do ensino médio que vive os dilemas próprios de um adolescente tentando encontrar seu lugar no mundo e ser aceito, enfrentando o preconceito da família, dos colegas e outras pessoas. Ele simplesmente não entende porque não pode ser e se sentir bem em ser ele mesmo.

Arlindo é um rapaz batalhador que ama a família, adora conversar com a melhor amiga Lis que o entende como ninguém e sofre com a culpa de não ser como o pai machista quer que ele seja. A trama começa com ele já tendo que encarar um grupo de rapazes que fazem piadinhas sobre ele e um certo "cavaleiro numa armadura" vindo salvá-lo ( pausa pra suspiros). Daí seguimos sua jornada de dúvidas, certezas e luta rumo aos Felizes para Sempre.

Essa deliciosa e divertida história em quadrinhos ultra colorida, recheada de músicas mostra de forma clara, simples, singela e leve um pouquinho da vida das pessoas que estão presas na caixinha imposta pela sociedade e desejam se libertar.

Eu de cara já fiquei total in love com a capa e peguei sem nem ler sinopse e amei de paixão apaixonada a história que é exatamente meu número: clichê nostálgico infanto-juvenil que se passa na escola sem mimimi, com muita ginga e suspiros.

Não conhecia os traços de Luiza de Souza, mais conhecida por @ilustralu, agora virei fã da forma como ela consegue tanto com as ilustrações como com a músicas (nova pausa para suspiros) e a escrita fazer a gente sentir cada sensação e viver intensamente cada cena destes personagens cativantes fosse de alegria ou tristeza, fosse de corações partidos ou de declarações de amor. O final teve um quê de surpresa, notas de previsibilidade e foi super bem amarrado num mega laço de fita ultra romântico.

Eu devorei as 200 páginas em horas e terminei com um grande sorriso no rosto e desejando que todo mundo lesse esta história.

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Lindo e necessário.

Arlindo é daqueles livros curtinhos que carregam uma bagagem enorme.

Abordando temas como homofobia, machismo, bullying, amizade, auto aceitação e amor. A narrativa traz lições importantes e necessárias.

"Um livro sobre não estar só" o resumiu muito bem.

Com um traço e uma narrativa simples, a autora conseguiu passar, com êxito, a mensagem que queria.

Indico Arlindo às pessoas de todas as idades. É impossível não se apaixonar. ❤

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