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Caro Michele

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Resenha Sandra Martins
Cartas de pessoas perdidas querendo se encontrar. Cartas que preenchem uma solidão ou servem de bússola numa rota de fuga. Cartas que contam a história de uma família italiana nos fins da década de 60, começo de 70. Uma Itália sob a iminência de um golpe e o consequente comando fascista.



Michele, seus pais, irmãs e amigos são envolvidos numa trama que mostra com sutileza a invasão fascista no país italiano.



Dentro desse contexto, vemos uma família quebrada: uma mãe solitária e depressiva, um pai ausente e que só tem amor por Michele, duas irmãs em casamentos por conveniência e costume e amigos que completam essa mistura de personalidades também perdidas em seus trajetos.



No decorrer da história, vamos entendendo a razão da fuga de Michele e o afastamento de sua família, dentre outras coisas.



Um ponto interessante no livro são as personagens femininas. Elas que conduzem todo o desenvolvimento da trama, tornando-a mais instigante e mostrando a realidade das mulheres italianas na época.



Natalia Ginzburg escreveu uma narrativa que mostra a mais íntima célula do ser humano, com suas nuances positivas e negativas, seus altos e baixos. Uma leitura curta e muito boa, que nos prende e nos faz ler carta após carta para descobrir o que realmente aconteceu com o protagonista.

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Este livro é o meu segundo de Natalia Ginzburg - eu já havia amado "As pequenas virtudes". Caro Michele é um lindo romance familiar sobre a tentativa de diálogo com o personagem homônimo, no que também acabamos conhecendo as questões de seus interlocutores. Há também o tom político das obras da autora, que considero singulares e essenciais. Sempre são inseridos com muita destreza à narrativa. Com essa família em pedaços, a autora constrói um drama familiar sensível e poderoso na Itália pós-fascismo. Imperdível!

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