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A fina flor de Stanislaw Ponte Preta

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A sessão de crônicas sempre foram uma das minhas prioridades quando pegava um jornal impresso para ler. Então, imaginem minha felicidade ao me deparar com um livro repleto delas? Foi uma leitura bem rápida, pois não conseguia para de ler.

Stanislaw Ponte Preta é o pseudônimo do multi artista Sérgio Porto. Em "A Fina Flor de Stanislaw Ponte Preta", somos brindados com uma seleção de suas crônicas dos mais variados assuntos, mas, o que mais chama a atenção é seu humor ácido, irônico e sarcástico. Dono de uma narrativa inteligente, ao ler suas crônicas, parecia que estava em uma varanda escutando o próprio contado as histórias. Sua escrita é bastante visual. Enfim, fui fisgado desde a primeira página.

“Nos países subdesenvolvidos a mendicância é uma miséria. Seu Júlio que o diga. Era um cego dos melhores, mas largou a carreira na certeza de que, mais dia menos dia, vai ter muito mais gente pedindo do que dando esmola.” Posição 2360

Um dos pontos positivos foi me fazer relembrar a época em que abria o jornal impresso, e ia direto para o caderno que continha a parte de humor e jogos. As crônicas sempre me davam uma sensação de leveza, e lendo essa seleção senti algo semelhante. Outro ponto interessante foi o cunho crítico à política e burocracias/mazelas da sociedade da época.

“E chamaram os bombeiros. O Corpo de Bombeiros é aquela corporação pobre, sem recursos, onde os soldados ganham pouco e somente têm funções arriscadas: Apagar incêndios, salvar vidas, enfrentar desabamentos, catástrofes, etc. Pra que risco de vida, não é mesmo? Afinal, essa verba bem que pode ser desviada para o Cerimonial do Palácio Guanabara, para o transporte (em carros oficiais) dos secretários sem pasta, com pasta, empastados e que pela manhã enfrentam bravamente as ondas de Ipanema, Leblon e adjacências em sadios banhos de mar. Mas deixa isso pra lá que o assunto é outro.” Posição 4337

Já o ponto negativo, pelo menos para mim, foram alguns termos considerados politicamente incorretos hoje em dia. Entendo que, na época, a utilização deles eram aceitas, mas hoje, soam um pouco mal. Talvez um consenso entre as partes envolvidas (detentor dos direitos e a editora), para troca desses termos/tratamentos, ou até mesmo a não seleção de determinada crônica para impressão poderia resolver, mas, como falei anteriormente, foram coisas que me incomodaram como leitor. Longe de mim querer censurar algo.

Em relação a parte gráfica, gostei. A capa é simples, mas legal. A diagramação interna não tenho muito o que comentar, pois li em e-book. Não encontrei erros.

Indico a leitura para quem aprecia algo leve, com humor irônico/sarcástico, e que esteja querendo se recuperar de alguma ressaca literária.

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