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Futuro ancestral

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Futuro ancestral é um livro não-ficção escrito pelo autor Ailton Krenak, corresponde a Editora Companhia das Letras, sendo de literatura nacional. Eu consegui o ebook quando eu era parceira da editora pelo NetGalley. Eu escolhi essa leitura para estudar para uma prova que irei fazer que tem no edital. Eu já li desse escritor Ideia para adiar o fim do mundo para uma matéria da USP. Esse escritor é um filósofo indígena muito conhecido.

⁠"Se o colonialismo nos causou um dano quase irreparável foi o de afirmar que somos todos iguais."

Será que nós estamos muito preocupados com o futuro? E esquecemos a origem, a ancestralidade. Florestania. Futuro. Ancestralidade. O livro é pequeno mas bastante reflexivo sobre a sociedade atual. Ele pertence ao povo Krenak. O livro é divido em cinco partes: Saudações ao rios, Cartografia para depois do fim, Cidades pandemias e outras gerigonças, Aliança afetiva e Coração no fim da terra. A principal questão são assuntos ambientais.

"O futuro é ancestral e a humanidade precisa aprender com ele a pisar suavemente na terra.”

A primeira parte ele aborda sobre a importância dos rios, relacionando como tem gente que poluem os rios. A segunda parte ele foca na origem. No texto três ele fala que é possível acabar o mundo do que acabar o capitalismo. No texto quatro ele relaciona cidadania com florestania e no quinto e último texto Krenak fala sobre a questão da educação e do futuro. Krenak nos traz muitas reflexões e mensagens que vale serem analisadas e pensadas.

“Contamos histórias de países e cidades diferentes. Mas elas são muito parecidas e, portanto, têm o mesmo impacto. Espero que esse filme venha rodar o mundo inteiro e impactar as pessoas, para que consigam entender a nossa história, a história com “H” maiúsculo, história de realidade do que vivemos”

Eu gostei desse livro, apesar de não gostar tanto de livros de não-ficção nesse no mês de Abril eu li vários de não-ficção para estudar saindo da zona de conforto e refletindo com livros que não pensei que iria ler em Abril, mas eu li. Pretendo ler mais livros do Airton Krenak. Para quem gosta dos assuntos citados nessa resenha, eu recomendo esse livro. Uma leitura rápida. Que faz pensar sobre o meio ambiente e sobre atualidades. Eu indico.

“Não podemos nos sentir tristes, porque somos parte de algo grande que une a todos. Por isso, somos uma pedra no sapato”

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Já havia lido do Ailton Krenak O Amanhã não está à venda e é sempre bom demais lê-lo/ouvi-lo. Ailton consegue em poucas palavras nos fazer refletir sobre como temos errado como civilização, como coletivo e é um misto de esperança e desesperança, porque ele nos convida a fazer diferente, sugere caminhos, mas quando levantamos a cabeça, parecem coisas das quais nos distanciamos cada vez mais.
Ailton é contundente e firme, mas sem perder a ternura, sem esquecer o afeto, sem perder a poesia. Somos convidados a questionar a forma como educamos/formatamos nossas crianças, como olhamos para os rios, as florestas e a terra, como deturpamos o conceito de coletivo e principalmente em como pensamos em futuro querendo olhar apenas para o que há de vir, que é incerto (ou tragicamente certo do fim), e esquecemos de olhar para trás. Somos apresentados a conceitos (quase utópicos) de florestania (ao invés de cidadania) e confluências (que abraça mundos diversos que podem se afetar abrindo possibilidades para outros mundos). São tantos ensinamentos e reflexões importantes em tão poucas páginas!!
Pegue um chá, um cafezinho e se sente com Ailton Krenak para uma conversa das boas! Vale cada segundo da leitura!
Algumas citações do livro:

“(...) mas não podemos nos render à narrativa de fim de mundo que tem nos assombrado, porque ela serve para nos fazer desistir dos nossos sonhos, e dentro dos nossos sonhos estão as memórias da Terra e de nossos ancestrais.”

“Faz um tempo que nos convencemos de que somos essa coisa excelente chamada gente e ficamos sem querer nos espraiar em outros organismos para além dessa sanitária e higiênica figura humana. Essa configuração do corpo catada hoje por muitos é apenas uma instituição pobre fabricada por uma civilização sem imaginação.”

“Os brancos que me perdoem, mas eu não sei de onde vem essa mentalidade de que sofrimento ensina alguma coisa. Se ensinasse, os povos da diáspora, que passaram pela tragédia inenarrável da escravidão, estariam sendo premiados o século xxi. Eu não tenho nenhuma simpatia por essa ideia, não quero aprender nada às custas de sofrimento.”

“Hoje, na maior parte do tempo, o planejamento urbano é feito contra a paisagem.”

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leitura necessária para todos os brasileiros e todas as brasileiras! krenak é um pensador fundamental para entendermos nossa história e constituição como povo e também para (re)pensarmos o futuro.

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Em uma copilação de 5 textos feita pela Rita Carelli, o autor Ailton Krenak tenta nos alertar para o resgate do passado e da sabedoria dos povos originários a fim de salvar o nosso futuro.
Com um texto de fácil entendimento, o leitor vai viajando pelas palavras, entendemos a importância dos rios e observamos também o impacto da pandemia em nossas vidas.

Os textos abordam temas como educação, natureza, desastres ambientais, ancestralidade e até mesmo capitalismo. Foi uma grata surpresa para mim ler pela primeira vez algo do autor e sentir aquele puxão de orelha enquanto lia, ao mesmo tempo que ele nos alerta para o futuro, também dá esperança para um futuro melhor, mas é possível que talvez o ser humano não tenha o compromisso necessário para preservar e salvar o meio em que estamos inseridos!

Se você gosta de textos curtos, envolventes e que te façam refletir sobre a humanidade, esse é o tipo de leitura certa para você.

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Mais uma vez, Ailton Krenak traz comentários brilhantes e importantes em seus textos. Gostei muito da escrita e das reflexões que vieram através da leitura. Recomendo esse livro.

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Futuro ancestral

Denuncia ao desmatamento, que prejudica e destrói as florestas e os rios.

Quando o homem não respeita os demais seres vivos, se colocando em uma situação de superioridade, ele está fadado a perder suas origens.

Nesse livro, percebemos que estamos nos afastando dos encantados, relegando a cartografia de sentimentos a um lugar de descaso.

O autor acredita no conceito de que não se aprende nada com a dor, e por isso ele sabe que o mundo começou sem os humanos e vai terminar sem eles. Pois não temos o compromisso necessário da preservação do meio em que estamos inseridos.

Outra ideia apresentada, e a necessidade de uma reformulação do ensino, levando nossos jovens a terem uma maior convivência com a natureza, a respeitando e aprendendo a cuidar dela.

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Mais um trabalho excelente de Ailton Krenak e, na minha opinião, o melhor dele.
Essa é uma coletânea de textos que o autor montou abordando diversos temas como educação, natureza e, especialmente capitalismo. Acima de tudo, Ailton nos convida a olhar para o passado para entendermos o futuros, nos conectarmos com nossos ancestrais e apreender as relações entre ser humano e mundo que hoje, em parte, perdemos.
É um texto muito conciso e preciso. O autor tem essa habilidade de puxar nossa orelha e tocar na ferida, sem perder o senso de esperança e compreensão de que ainda podemos mudar e nos conectar com nossas origens é parte fundamental desse processo.

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Não há como começar esta resenha sem afirmar que “Futuro ancestral” é uma leitura essencial e precisa para todas as pessoas. Em um compilado de 5 textos (“Saudações aos rios”, “Cartografias para depois do fim”, “Cidades, pandemias e outras geringonças”, “Alianças afetivas” e “O coração no ritmo da terra”) feitos por Rita Carelli, temos o regaste do passado e da sabedoria dos povos originários em uma tentativa de salvar nosso futuro. E não poderia ser mais preciso e necessário tudo, absolutamente tudo que está neste livro.

Para começar, acredito que preciso falar um pouco sobre Ailton Krenak: líder indígena, filósofo, poeta e ambientalista, nascido na região do vale do rio Doce, território do povo Krenak, e é internacionalmente reconhecido, sendo uma das maiores lideranças do movimento indena brasileiro. Estes textos foram retirados de diversas falas de Ailton (inclusive um deles, fora feita na Flip 2021, em uma mesa virtual) com impacto profundo em quem lê, com uma visão de vida simples e preciosa – sim, preciosa, capaz de fazer o leitor pensar em temas que apesar de tão importantes, não são pesados com a importância e relevância que precisamos dar no dia a dia.

Como são textos retirados de falas, a linguagem é simples e direta, sem qualquer dificuldade de chegar ao leitor da forma mais coesa possível. Não há dificuldade alguma em entender a mensagem principal: precisamos reaprender com os povos indígenas o que parece ter se perdido em algum ponto de nossas vidas tão atribuladas.

Parece tão simples assinalar a importância dos rios ou discorrer sobre o impacto da pandemia em nossas vidas, mas, sinceramente, no meio de nossas vidas atuais, não são coisas que pesamos e entregamos o tempo necessário para pensamentos porque a vida está muito rápida e o homem muito longe da natureza – exatamente o oposto do que era quando começamos, seculos atrás. O livro ainda entrega muito sobre a luta dos povos originários e que são necessárias para todos conhecerem.

A visão que temos aqui beira a simplicidade: o mundo e o planeta no qual vivemos deveria ser cuidado e compartilhado por todos nós que aqui estamos – e sabemos bem que não é isto que acontece diariamente. Não há simplicidade no modo com o qual vivemos hoje, mas pode ser justamente uma volta ao passado e na ancestralidade que nos salve de um eminente desastre ambiental, enquanto a saída parece, de toda forma, tão simples: olhar para o passado para salvar o futuro.

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