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Mariposa vermelha

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Um dos melhores que li já esse ano!
É uma escrita maravilhosa contada de uma forma bem inteligente
O enredo também é bem inteligente e cativante!

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Surpreendentemente viciante, Mariposa Vermelha tem um "quê" de migalhas de Bastardos Inglórios encontram A Forma D'água. A história de Amarílis é um espelho místico de uma sociedade repressiva, onde podemos acompanhar a protagonista em busca de uma certa liberdade através da vingança. Os personagens são cativantes, apesar de sentir falta do desenvolvimento de secundários (principalmente os amigos, e o antagonista da trama). Por vezes senti que faltou espaço pra criar empatia ou entendimento de outras pessoas que cercam Tolú e Amarílis, mas não afeta o aproveitamento da história. Tolú é cativante, talvez mais do que qualquer outro personagem, com o questionamento sobre o que é ser, de fato, um monstro. O livro também traz um gosto de distopias adolescentes dos anos 2000, como Jogos Vorazes, mas não tão bem expandido em suas menos de 300 páginas. Mariposa Vermelha é um livro cujo mundo(s) gostaria de continuar explorando um dia.

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não sabia o que esperar quando peguei Mariposa Vermelha para ler. Vi que a editora havia disponibilizado o ebook e, sem saber a sinopse, número de páginas, ou qualquer outra informação, comecei aquela que seria umas minhas melhores experiências enquanto leitora.

Fernanda Castro nos apresenta Amarílis. A protagonista é uma jovem mulher que vive para trabalhar e seguir as restritas regras da República, um governo que pune todo e qualquer indício de magia. Ela acata todas as ordens, abaixa a cabeça e finge que não há nada de especial vivendo dentro dela.

Não há muitas alegrias na vida de Amarílis. Com um emprego monótono, poucas amizades e muitas cicatrizes, a personagem contenta-se em levar um dia após o outro e faz de tudo para passar despercebida. Mas sua vida muda quando a tecelã se vê diante do homem responsável pela ruína de sua família. E ele, ao contrário dela, leva uma vida luxuosa, com um cargo importante e uma família intacta.

E é ai que entra Tolú.

Tolú é o demônio que nossa protagonista invoca em sua pequena e apertada sala para ajudá-la na tarefa de encontrar e matar aquele homem que destruiu a sua vida e, assim, obter sua vingança. Mas Tolú não é exatamente como ela imaginava que demônios seriam.

Para começar, ele não é lá muito gracioso, como indica sua chegada desastrada e tropeçante na pequena casa de Amarílis. Além disso, apesar de sua aparência, a criatura não impõe muito medo. Tolú é curioso, parece verdadeiramente interessado nos problemas que ela conta e ama ficar observando as estrelas. Ele faz gracinhas e piadas o tempo inteiro e sempre consegue tirar Amarílis da sua zona de conforto, obtendo um vislumbre dos segredos que ela esconde por trás da máscara que usa de maneira tão desesperada.

É impossível não se encantar por Tolú e por todas as mudanças que ele provoca na tecelã. O demônio simpático e gentil consegue, com muito custo, mostrar todas as coisas que a protagonista perde enquanto se esconde. Mais do que isso, Tolú admira Amarílis e quer não apenas que ela se solte, mas principalmente que ela pare de ter medo de ser aquilo que ela é. Amarílis é poderosa e passou tempo demais sob as sombras de uma existência medíocre.

O romance entre os dois é daqueles de dar gritinhos agudos enquanto lê, e eu me diverti demais durante a leitura. A relação começa com muito receio, mas logo passa para um sentimento de confiança e admiração. Amarílis se diverte na companhia de Tolú. Juntos, eles passam por situações que ela jamais imaginou que passaria, se aventuram muito além do que a antiga Amarílis se permitira e ela finalmente descobre como é ter alguém que a quer por perto e que gosta do que ela é, não daquilo que ela finge ser.

Fernanda Castro desenvolve esse romance com cuidado e capricho. As coisas acontecem no momento e do jeito certo e, em paralelo, é claro, está a transformação da protagonista. De uma jovem acanhada, tímida e temerosa, Amarílis se torna uma mulher que abraça o enorme poder que tem e decide que não irá mais se esconder.

Mariposa Vermelha não é a história sobre uma heroína que converte um demônio e o traz para o "bom caminho". É a história de uma mulher que, no desespero, invoca um demônio e termina se tornando algo bem pior que é ele. É uma fantasia com um romance maravilhoso, uma escrita belíssima e um desenvolvimento impecável.

Parabéns, Fernanda Castro. Você escreveu um livro perfeito e eu nunca me recuperarei dele.

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A Fernanda escreve sempre pra mim (não intencionalmente, mas acabou que tem sido assim HAHA). Desde meu primeiro contato com algo dela, láaa no começo da revista Mafagafo (ainda sou apaixonada pela noveleta que foi pra lá), tinha algo na escrita dela que era exatamente meu tipo de história como leitora.
São sempre histórias nas quais as personagens só vão, tem aquele carisma e sempre algo de visceral e tem fantasia. Que sempre traz ali um tempero e umas possibilidades de camadas.
Mariposa foi tudo isso. Eu achei que conseguiria economizar o livro e ler de pouquinho, mas não teve como, fui lendo o máximo possível a cada oportunidade até acabar.
Eu gostei demais que nesse tem uma construção de mundo paralela ali que não esperava, um universo todo que foi um pouco pra longe das outras obras que li dela, e isso deu uma outra faceta. Ao mesmo tempo, eu realmente espero que essa obra seja traduzida pro máximo de idiomas possível pra que todos possam conhecer Amarilis, Tolú, Rosalinda e Antúrio (eu gosto de nomes que seguem um tema).
Acho que o que mais gosto nessa obra (além do romance que sempre funciona pra mim quando vai pra esse caminho) é uma raiva que o move. E que move todo mundo. Tem uma passividade segura que é uma armadilha muito interessante, e aqui é um desarmar pro caos. Um desarmar que gosto muito quando vai pra essa linha do visceral (geralmente é terror que faz isso bem, como quando lemos algo da Shirley Jackson ou A Câmara Sangrenta da Angela Carter), do ódio que move, da redenção que não vai pro moral dos bons costumes da família tradicional. Da redenção pro "bem" que é controlável, manipulável. Porque às vezes a gente precisa de um pouco de destruição e ira pra balancear.

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Foi meu primeiro contato com a escrita da autora e eu não sabia o que esperar e foi uma das melhores experiências.
Eu fiquei obcecada pelos protagonistas. É aquele romance que você se pega torcendo por eles.
Amei acompanhar a transformação de Amarílis em uma mulher forte e extremamente poderosa. Uma história de uma mulher que encontrou seu lado sombrio, seus poderes depois de conhecer Tolu. Uma romantasia fantástica.

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*4,5
Determinada e em busca de vingança, Amarílis, uma jovem que por muito tempo manteve seus poderes adormecidos, invoca um demônio para dar fim naquele que causou a ruína de sua família.
Fernanda Castro tem uma escrita encantadora e uma habilidade de nos imergir dentro da história que me fez não querer largar o livro por um minuto.

A jornada da Amarílis foi cativante e intensa, desde a vida monótona e estrita que ela levava todos os dias indo e voltando do trabalho na fábrica, até aos poucos se aventurar e se arriscar com Tolú e finalmente enxergar quem ela é e se entregar a si mesma (talvez até se corrompendo um pouco?).

O desenvolvimento dos personagens secundários, principalmente a evolução da amizade entre Rosalinda e Amarílis, foi algo que eu não esperava que ganhasse muito foco, mas fico feliz que tenha tido um cuidado especial e tenha concluído de forma que trouxe um desfecho emotivo para as duas.

Sobre o fechamento, não sei o que eu realmente esperava do final, mas confesso que ele me deixou um pouco desapontada. Talvez por ser apressado e aberto sobre o que realmente aconteceria com a Amarílis, mas acredito que um epílogo poderia ter sido a solução.

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Quero agradecer à Netgalley e à editora por disponibilizar a cópia digital em troca de uma resenha.

Resolvi ler esse livro porque achei a premisa muito encantadora ('uma romantasia na qual uma garota sela um pacto com um demônio gostoso em busca de vingança', tipo, tem tudo pra dar bom, né?) mas, apesar de ter gostado da premissa e da primeira parte do livro, a narrativa me perdeu no meio da livro.

Os aspectos negativos foram: eu não consegui adentrar ao mundo, sentir o sistema de magia (?) e me importar com o que acontecia, e de forma alguma eu comprei a construção de mundo apresentada, talvez porque não tenha havido um detalhamento a fundo. A parte em si da fantasia com os desdobramentos políticos (?) e construção de mundo, ao meu ver e pela minha experiência de leitura, não foi tão bem explorada como poderia ter sido.

Os aspectos positivos foram divididos entre a escrita da autora, as interações da Amarílis com o Tolú, o demônio gostoso com sorriso cretino, os primeiros 30% (chef's kiss) e ~partes~ da última parte do livro.

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Experienciar a leitura de "Mariposa Vermelha" foi de uma intensidade sem tamanho. Sem saber muito sobre o que se tratava o livro, li em uma tarde, devorando cada pedaço de frase que Fernanda Castro deixava sobre o papel (ou, no meu caso, o Kindle).

Acho que poderia passar horas falando do quão reais e cheios de camadas são os personagens, sobre o quão vívida e fervilhante é o local criado pela autora para ambientar a cidade em seu estilo meio steam-punk e sobre como o romance duas-caras faz quem lê ter um troço a cada interação, mas não vou fazer isso, porque "Mariposa Vermelha" não é sobre isso.

Esse é um livro sobre uma mãe e sua filha. Eu vibrei lendo cada detalhe da relação cheia de mistérios, da carga emocional passada da geração anterior para a próxima, da sede de vingança que a protagonista Amarílis carrega única e exclusivamente pelo fim da vida da mãe. Um trauma de infância marcado friamente. Um laço para além-mundos forjado no imaginário da filha. Tem poucas coisas que me impactam em livros mais do que bons desenvolvimentos de relacionentos maternos, sejam eles positivos ou não. Esse, tão dúbio e carregado de incertezas da memória de uma criança de 10 anos, é tão bem construído que eu recomendaria o livro só por ele existir ali.

"Mariposa Vermelha" é um livro sobre opressão, resistência, magia e relacionamentos amorosos e familiares intensos.

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Amarílis tem poderes mágicos, mas vive em uma sociedade que persegue pessoas como ela, então passa a vida ocultando seus dons. Um dia, contudo, tomada de raiva após, decide invocar um demônio para ajudá-la a matar uma pessoa. Tolú é o demônio que a atende e a relação entre eles não se desenvolverá exatamente como Amarílis esperava.

A escrita de Fernanda Castro é excelente, algo raro nos jovens escritores brasileiros. A autora domina o idioma, evita clichês e tem uma prosa caprichada (há uns deslizes de colocação pronominal que a revisão poderia ter corrigido, contudo). Eu teria preferido nomes próprios mais diversos, o uso de plantas/flores me pareceu um recurso meio infantil.

Quanto à história em si, achei a premissa fraca, o que talvez fosse resolvido se o livro tivesse mais páginas dedicadas ao background da protagonista - de preferência logo no início, não no meio da trama. A Flor de Lótus, grupo que aparece de forma meio súbita na história, é interessantíssima. Alguns lances poderiam ser mais desenvolvidos, como a própria Flor de Lótus e a personalidade do senhorio da protagonista.

O pretexto que Amarílis usa para entrar em uma certa festa me pareceu frágil, mas pouco antes do evento em si fui convencida de que funcionaria. Creio que a protagonista deveria ter questionado isso mais cedo, especialmente porque quem inventa o pretexto não tinha o mesmo conhecimento que ela e sua amiga Rosalinda para imaginar que a desculpa funcionaria.

Independentemente dessas questões, a história flui muito bem, diverte e prende o leitor. Não há momentos de tédio, e talvez justamente por isso eu diga que alguns pontos poderiam ter sido melhor desenvolvidos. Há um gancho para uma continuação - algo que, em geral, não me interessa, mas agrada muita gente e o mercado editorial aplaude. Apesar do gancho, o final é bastante satisfatório e o suspense criado antes dele é um ponto forte do livro.

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Em "Mariposa Vermelha", Fernanda Castro nos leva por uma envolvente jornada, entrelaçando elementos de magia proibida, vingança e autodescoberta. A trama, ao mesmo tempo delicada e sombria, nos apresenta Amarílis, uma tecelã em Fragária, uma cidade onde a magia é proibida pela opressiva República.
Amarílis, marcada por tragédias familiares, decide confrontar seu passado sombrio ao estabelecer um pacto com Tolú, o Antigo, um demônio que a guiará na busca por justiça. A narrativa, rica em detalhes e repleta de personagens fascinantes, mergulha em horrores mundanos e poderes ocultos, criando uma atmosfera única.
A relação entre Amarílis e Tolú adiciona complexidade à trama, indo além da simples busca por vingança. O demônio se torna um guia, auxiliando Amarílis a enfrentar seus medos e descobrir sua verdadeira força e essência. Essa dinâmica emocional destaca-se como um ponto alto da história, aprofundando a experiência do leitor.
Expresso minha gratidão ao NetGalley e à Editora Suma por proporcionarem uma cópia antecipada deste e-book. Essa oportunidade não apenas enriqueceu minha leitura, mas também permitiu uma imersão ainda mais profunda no universo instigante criado por Fernanda Castro em "Mariposa Vermelha". Uma obra que, além de cativar pela trama, deixa uma marca duradoura pela sensibilidade narrativa e pelos temas explorados.

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Em "Mariposa Vermelha", Fernanda Castro nos conduz por uma jornada envolvente, entrelaçando magia proibida, vingança e autodescoberta. A trama delicada e sombria nos apresenta Amarílis, uma tecelã em Fragária, uma cidade onde a magia é proibida pela opressiva República.
Amarílis, marcada por tragédias familiares, decide confrontar seu passado sombrio ao fazer um pacto com Tolú, o Antigo, um demônio que a guiará na busca por justiça. A narrativa rica em detalhes e personagens fascinantes mergulha em horrores mundanos e poderes ocultos, criando uma atmosfera única.
A relação entre Amarílis e Tolú adiciona complexidade à trama, ultrapassando a simples busca por vingança. O demônio se torna um guia, auxiliando Amarílis a enfrentar seus medos e descobrir sua verdadeira força e essência. Essa dinâmica emocional é um ponto alto da história, aprofundando a experiência do leitor.
Quero expressar minha gratidão ao NetGalley e à Editora Suma por providenciarem uma cópia antecipada deste e-book. Essa oportunidade não apenas enriqueceu minha leitura, mas também proporcionou uma imersão ainda mais profunda no universo instigante criado por Fernanda Castro em "Mariposa Vermelha". Uma obra que, além de cativar pela trama, deixa uma marca duradoura pela sensibilidade narrativa e pelos temas explorados.

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A sinopse me passou a impressão de uma clássica fantasia da relação bruxa/demônio. Mas fui surpreendida. Primeiro, Amarílis: é uma protagonista que carrega um ódio tão grande, que não pensa antes de agir em busca de vingança. Foi muito bacana acompanhar o crescimento dela, ao entender que há limites e consequências.

Tolú... que delícia, ops, incrível! Apesar de poderoso, está preso a regras que irritam Amarílis. Tem um rosto reptiliano, mas vai se camuflar – não consigo não o relacionar ao Lúcifer Moningstar. E as cenas sensuais são bem dosadas e muito bem-feitas. Ele vai ser decisivo para a evolução de Amarílis.

Essa é uma história sobre o desabrochar da protagonista – não espere muito sobre a trama política, ou até mesmo em entender a magia que a ronda. Entrelaçá-la às mariposas, desde sua lagarta até a saída do casulo, é de uma sincronicidade linda!

Enfim, Mariposa Vermelha é uma história sobre poder, corrupção, luto, sobre estar à beira do abismo e voltar. E as pitadas de sensualidade são a cereja do bolo!

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Amarílis vive na cidade de Fragária, sob o domínio da República onde magia é algo proibido e perigoso, se eles soubessem do que Amarílis é capaz com certeza seria morta!
Amarílis trabalha como tecelã em uma fábrica, tem seus amigos, mas vive uma vida incompleta, pois perdeu a mãe muito jovem para uma tragédia e desde então precisou esconder sua magia.

Ao encontrar finalmente o homem que foi responsável pela desgraça de sua mãe, Amarílis resolve invocar um demônio para que a criatura mate o general, mas sua oferenda não é suficiente, então Tolú (o demônio) diz que pode colocar Amarílis no caminho do homem, mas ela que terá de cometer tal ato.

Amarílis quer vingança, mas com o passar das páginas vamos vendo seus medos e anseios, o leitor descobre o que aconteceu com a mãe de Amarílis e seu irmão, e aos poucos entende o ódio que ela sente pelo general. Tolú em sua forma humana é bonito, chamativo e faz com que Amarílis comece a se soltar.

Com uma escrita interessante, o livro vem trazendo uma história de romance entre Amarílis e Tolú, um demônio sarcástico. Tolú deseja que Amarílis se solte mais, ele sabe que ela possui um poder incrível e obviamente deseja ficar mais tempo no mundo humano.
O problema dessa história (fora o foco no romance) é que apesar de Tolú falar que Amarílis é incrível, nós vemos muito pouco disso durante a leitura, mal vemos seu poder e muito menos ela aprendendo a controlá-lo.

Veja bem, eu gostei do Tolú, achei ele interessante, mas confesso que esperava muito mais do livro! Esperava uma história regada de vingança e magia, mas temos muito pouco sobre a magia e uma vingança que se resolve rapidamente e de forma meio besta em um final apressado. Amarílis se perde um pouco no romance com Tolú e acaba deixando a vingança levemente de lado. Se o foco desse livro fosse o lado da fantasia com pequenas pitadas de romance eu teria apreciado muito mais essa história, pois do jeito que está ficou mal explorado o universo fantástico criado.
No mais, achei a capa muito linda e talvez no futuro leia outros livros da autora!

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Segundo contato meu com a autora, e novamente me senti fisgada pela maneira como ela escreve. Eu devorei o livro!

Por embarcar em um jornada de vingança, invocando até mesmo um demônio, esperava mais sangue e trevas nessa história. Sim, esses momentos acontecem, mas fica aquele gostinho de quero mais sabe?

E fiquei muito curiosa querendo saber mais sobre os eventos que levaram a ascensão da República. Eu não ligaria de ler um spin off sobre

E digo aqui sem remorso: Tolú, o demônio, é de longe o melhor personagem dessa história.

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Mariposa Vermelha traz a história de uma jovem bruxa que em busca de vingança, faz um pacto com um ser das trevas. Ela imaginava apenas um acordo de negócios e não que essa decisão fosse ser o pontapé inicial para fazê-la enfrentar fantasmas do passado, superar traumas e, principalmente, se descobrir e aceitar a si mesma.

Os dias de Amarílis são sem sonhos, com medo constante de ser descoberta como herdeira do poder da mãe. Ela tem como amigos um casal, que sempre a incluem em tudo que fazem, mas ela vive como sendo um velha senhora cautelosa na pele de uma moça.

No entanto, quando vê aquele que levou sua mãe ao suicídio, ela arrisca usar seus poderes para obter ajuda de um demônio e assassinar este homem. Surge nesse pacto Tolu, que apesar de seguir o acordo dos dois, ama provocar Amarílis e fazer com que ela deixe de lado a capa de invisibilidade que vestiu por anos. Ele a instiga a sair do casulo.

A relação dos dois é um dos melhores aspectos da história, pois é pontuada por diálogos desafiadores, aventuras ousadas e uma grande carga de sentimentos e tensão sexual. É uma relação que pode render um ótimo romance e cria expectativas no leitor. Em especial por debater a questão de diferenças e se estas podem ser superadas pelo amor.

Além disso, esse universo criado pela autora Fernanda Castro é bem construído e muito convincente, dá para acreditar totalmente nesse mundo de seres mágicos e repressão.

Essa jornada de Amarílis é intensa e cheia de altos e baixo. Fiquei surpresa com a transformação que ela passou durante a história. Quem viu a moça da primeira página, se surpreende com a mulher do desfecho. É empolgante seguir Amarílis. Estejam preparados para uma mocinha que não é boazinha, nem doce. É uma mulher que carrega sombras e sabe ser amiga, mas também a pior inimiga.

Divertido, quente e envolvente!

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Não posso afirmar com todas forças o que esperei quando comecei a ler “Mariposa vermelha”. Uma fantasia que não falava se era urbana ou alta, mas uma fantasia sobre uma jovem que está buscando vingança e que invoca um demônio parecia promissora – fã de fantasia sabe que sim. Conhecia pouco da escrita da Fernanda, mas também não podia dizer que não a conhecia porque li o conto “Não vai ser a primeira, nem a última” presente na revista Suprassuma, que é a revista de ficção especulativa grátis da Editora Suma. Mas eu posso afirmar, com toda certeza que não esperava amar tanto esse livro como amei.

Com uma escrita quase hipnótica e muito delicada, somos apresentadas a Amarílis, jovem de 24 anos que deseja ser simplesmente ordinária, comum e se perder entre o mar de pessoas que andam com a cabeça baixa em Fragária, cidade da República, local que vive sob um regime que perseguiu e matou quase toda população que tinha qualquer vestígio de magia. Fica claro, desde o começo da narrativa, que a jovem tem muito medo de ter “puxado” a mãe, a quem considera que ficou louca e que era uma bruxa com poderes de cura e pequenas poções. Mas calma, estou me adiantando, porque o começo do livro altera o presente e anos no passado para explicar todo passado de nossa protagonista – e fazer com o leitor se apaixone por ela fortemente.

Como mulher, não há nada melhor do que conhecer uma heroína forte e com as motivações certas nos lugares certos, que é justamente o caso de Amarílis. No começo da narrativa, com 24 anos, ela invoca um demônio para a ajudar a matar um homem, a princípio desconhecido do leitor e que nem o nome sabemos. O demônio, que parece um lagarto, grande, atende o chamado da mulher, que nunca, absolutamente nunca, havia feito qualquer tipo de feitiço, empurrando sua magia para o fundo de sua vida, vivendo sempre em uma constante jaula presa dentro de si mesma, escondendo sua verdadeira natureza. Desde o começo fica claro que Tolú, o demônio, irá se divertir enquanto cumpre o acordo que estava selando com um aperto de mão com a jovem: ele seria responsável por colocar Amarilis e um determinado homem frente a frente e a morte dele seria responsabilidade dela, já como a oferenda não foi grande o suficiente para que o próprio demônio fizesse isto.

As regras da magia no universo de “Mariposa vermelha” são claras: não se pode fazer tudo e Tolú teria de conhecer a cidade, aprender mais sobre a futura vitima e assim se infiltrar entre as pessoas para poder conseguir acesso ao tal homem, porque claro que ele era um grande figurão e o demônio não poderia simplesmente o convidar para um chá e Amarílis aparecer para fazer sua tarefa. E também, desde o primeiro momento, o leitor sabe que irá amar Tolú da mesma forma como está aprendendo a amar Amarílis quando o tempo retroage e mostra a garotinha com 4 anos sendo trancada em um armário para a mãe poder receber o amante, um grande figurão da República. Com mais pedaços da vida da protagonista, vamos entendemos que a mãe terminou tirando a própria vida depois que foi abandonada pelo amante por um motivo terrível (vou evitar comentar por motivos de spoilers, é claro) e que, claro, o homem misterioso e que destruiu a vida da garota, apareceu na fábrica na qual ela trabalha – e foi o aparecimento que começou a quebrar o escudo que Amarílis tão bem construiu ao longo daqueles anos, a levando a invocar um demônio, com a resposta de Tolú.

Parecia claro para Amarílis que Tolú não podia simplesmente andar pela cidade sendo um grande lagarto (e ainda com uma mordida na perna) mas o demônio simplesmente vai embora com uma pequena pergunta: qual cor ela prefere entre azul, verde e marrom. Ganhando sua resposta, ele parte, deixando uma Amarílis confusa. Os dias se passam e nada mais dela saber do charmoso (você vai concordar comigo) demônio, o que a leva a acreditar que foi enganada. Em parte até mesmo aliviada, a vida corre em seu trabalho como costureira na fábrica de Pimpinella, onde costuma o dia inteiro fardas para os militares da república.

Os relacionamentos da jovem se resumem a Rosalinda, sua vizinha e uma das “abelhinhas” da fabrica na qual trabalham, alcunha dada as jovens que trabalham como uma especie de secretária/assessora da Dona da fábrica, e Antúrio, o namorado de Rosalinda, que trabalha como segurança no lugar e também faz algumas coisas fora da lei, para conseguir algum dinheiro por fora. Tudo na vida de Amarílis é completamente estéril e monótono, e ela deixa os amigos pensarem que ela tem “alma de velha” enquanto controla o caos em sua cabeça, a magia pulsante querendo sair e se mostrar ao mundo, mas, por medo, a jovem sempre se controla, a ideia de terminar louca igual a sua mãe a perseguindo com força – e também o medo do regime sob o qual vivem. Tudo parecia ter voltado ao seu devido lugar, até que Rosalinda a chama para ajudar a servir café para um homem lindissimo que apareceu na fábrica para falar com a dona. E aqui você, meu caro leitor, já esperava que o homem fosse Tolú, assim como eu também esperei e não me decepcionei nem mesmo um segundo. A partir, temos uma verdadeira jornada para a jovem começar a se libertar de todas as amarras que se colocou.

Toda jornada das personagens é complexa e vai ganhando o leitor mais e mais porque você entende cada um com suas motivações: Amarílis, querendo vingar sua mãe e a perda da vida que conhecia; Rosalinda, a melhor amiga que tenta se mostrar feliz e grata pela vida que tem mas que esconde bem mais dentro de si; Antúrio, o amigo fiel da protagonista e namorado apaixonado da melhor de amiga que aceita ajudar em toda trama criada; e, claro, Tolú, que como um demônio, tem seu próprios interesses a cumprir ao atender aquele chamado e sair de onde estava – e o lugar também faz parte da mitologia criada.

A mitologia de toda magia e demônios criada pela autora é definitivamente um dos pontos altos da trama. A forma como a magia pode muito, mas não tudo, é perfeita porque proporciona as personagens a terem de se movimentarem e tomarem decisões para ajudar no plano, até um final apoteotico que faz com que Amarílis mostre realmente quem é, e não falo isso sobre magia, que, claro, tem um poder importante na jornada dela. Toda a vida da jovem está atrelada justamente a ideia de uma mariposa, algo que se transforma no que realmente está destinada a ser. E estou evitando falar muito porque não quero entregar nada da narrativa, só preciso afirmar, com todas as letras, que se você que me lê, gosta de uma boa história de uma jovem se descobrindo mais forte do que imagina e com um romance não convencional, você precisa ler “Mariposa vermelha”.

Mas, se há algo que preciso apontar como falha na narrativa, é somente a descrição de terminadas passagens, coisa que é algo particular meu e não me agrada: prefiro algo descrito demais do que resumido. Como falei, é uma preferência individual minha e talvez não afeta ninguém mais, o que me faz acreditar que esse livro pode (e vai!) agradar muitos leitores em sua totalidade, com facilidade, justamente pela força que Amarílis tem como protagonista, Tolú como um dos melhores anti-heróis que li nos últimos tempos, Rosalinda e Antúrio como ótimos coadjuvantes, Dália como uma personagem que me causou uma mistura de sentimentos (a pena entre eles) e o General Narciso como um vilão com algumas camadas que não foram expostas – mas, também, sinceramente, não me importei porque odiava o homem e queria que ele explodisse.

E se você está, como eu, se questionando se todas personagens têm nomes de flores ou plantas: sim, tem. Pesquisei em certa altura da trama e pude fazer comparações entre as personalidades das personagens com os nomes das flores ou plantas, e isso deixo para você, caro leitor, também descobrir, assim que embarcar na jornada de uma jovem que queria ser comum, mas não era, e foi capaz de se tornar em uma linda mariposa vermelha, destinada a grandeza, superando os traumas do passado, se fortalecendo, confiando em seus amigos e aprendendo a, enfim, amar, o que a torna uma bruxa completa – ou, melhor, uma mulher.

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Mariposa vermelha é um livro que promete uma narrativa ao mesmo tempo delicada e sombria, um casal inusitado, muita fantasia e certos sustos aqui e acolá. Eu gostei da leitura de um modo geral, mas acho que o livro tem um foco muito grande no romance, em detrimento de aspectos interessantes da narrativa. Acho que se o livro fosse vendido como uma romantasia, por exemplo, as expectativas teriam sido ajustadas de acordo, e o livro atingiria um público muito maior.
Pra mim, elementos interessantes do livro, como a ambientação, a magia em si, e a temática de repressão e politica foram relegadas a segundo plano exatamente porque não esperava um foco romântico tão dominante. Isso não desmerece o livro, ele só não se adequou bem às minhas preferências e às expectativas que tinha depois de ler a sinopse.

Recomendaria o livro para leitores que gostam de fantasia com maior foco no romance.

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Um dos melhores livros que li em 2023 até agora!!!
"Mariposa Vermelha" é uma história que fala de vingança, amadurecimento e sobre abraçar seu poder para encontrar seu lugar no mundo.
Além disso ainda tem um demônio pra lá de charmoso. 😉

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Fernanda, para variar, arrasa demais. A escrita dela é deliciosa, Tolú é maravilhoso e Amarilis passa por uma jornada de coragem para assumir seu lado obscuro. Eu amo esse universo, esses personagens e o final de Mariposa Vermelha. O romance entre a protagonista e Tolú é outra coisa muito boa do livro. A escrita da Fernanda é fluida, potente sem ser rebuscada e deliciosa de ler, ela envolve os leitores de uma forma especial.

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O título mais recente da autora Fernanda Castro chegou pela Editora Suma (que cedeu este exemplar em cortesia). Mariposa Vermelha é uma história sobre magia, vingança e rancor, e ô como é bem contada.

Amarílis é filha de uma tragédia. Ela vive em um mundo onde a magia foi reprimida pelo governo, e pessoas mágicas precisam se esconder ou sofrer destinos terríveis. Sua mãe morreu para um desses destinos, ainda que a magia não tenha sido exatamente a culpa disso. O homem que causou sua morte, no entanto, assombra a vida de Amarílis.

E quando ela encontra uma chance de se vingar pelo que ele causou, ela decide abraçar sua magia para conseguir um poderoso aliado. Amarílis invoca um demônio, e faz um pacto de sangue com ele: ela quer sua ajuda para matar o homem.

Mariposa Vermelha é uma romantasia adulta em volume único com uma história sombria e extraordinária. Fernanda Castro tece uma história de violência, repressão e retribuição da melhor maneira possível e, em 272 páginas, conquista pela criatividade e pelo carisma da sua narrativa.

"Talvez eu tivesse menos medo de morrer do que de perder o controle."

A jornada de Amarílis é de uma intensidade notável. Dividida em três atos, sua história acompanha uma rotina vazia transformada por completo por uma escolha ousada e furiosa. De uma costureira quieta e cinzenta para uma mulher determinada e poderosa, Amarílis se transforma tal qual acontece com o ciclo de vida de uma mariposa - que, inclusive, marca bastante a trama.

Toda a questão com a magia e com os insetos é essencial para entender quem é essa personagem, e quem ela pode se tornar. O jeito com que a narrativa constrói seu desenvolvimento, apresentando viradas surpreendentes e momentos arrepiantes, é a parte mais brilhante do livro.

Se você tá procurando por uma história sobre corrupção e poder, se você quer ler uma protagonista concisa despencando em direção ao abismo sombrio, Mariposa Vermelha vai te encantar.

"Você quer beber a minha loucura? Deixe que eu a sirva em uma bandeja de prata."

A magia, inclusive, aparece sutil aqui. Não tem grandes revelações e explicações, muito mais relegada ao mistério e à construção da sua portadora. O que eu também adorei, porque não é uma história sobre regras e preços. É uma história sobre vingança.

Mariposa Vermelha tem um leque pequeno de personagens por isso, e tem espaço de sobra para desenvolvê-los muito bem. Dos amigos íntimos de Amarílis, que são seu suporte emocional e familiar em um mundo tão vazio e sombrio, ao demônio que aparece de repente e conquista com charme e sorrisos e propostas indecentes.

Tolú, aliás, roubou meu coração. Eu amo um demônio bem escrito, que tem malemolência e gracejos para as horas certas, mas também se mostra consciente e sensível nos momentos essenciais.

O romance se constrói porque Amarílis encontra sua força no sombrio, e Tolú apresenta isso a ela. Aos poucos, o que era um acordo de interesses se torna uma amizade inesperada e, então, uma atração impossível de parar. Quando o romance acontece, é uma explosão.

Mariposa Vermelha tem uma história rápida e criativa que termina no ápice. Eu amo, amo, amo finais abertos e aqui não fui decepcionada. As respostas aparecem, as peças se encaixam, os problemas são resolvidos de maneira inesperada, mas Fernanda Castro não pega na sua mão e te dá um ponto final. Ela aponta na direção certa e te deixa ser criativo com isso. Amo!

A edição da Suma tá um espetáculo, com destaque pra capa da Joana Fraga que entrou pro top 10 de capas mais bonitas da minha estante. Revisão e diagramação também estão ótimas, bem confortáveis e impecáveis pra leitura.

Mariposa Vermelha vai aparecer na minha lista de favoritos do ano, com certeza. Esse livro entrega tudo que eu mais gosto: mocinha corrompida, romance arrebatador, fantasia bizarra e criativa. Termina, e não termina, porque deixa aquele gostinho de quero mais que não é realmente necessário. Tem o final certo, na hora certa. E que beleza por isso!

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