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Operação Paddock

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E se a Mulan fosse uma mulher negra que corresse na formula 1?

Operação Paddock é um dos melhores livros de romance adulto que eu já li em um bom tempo! Mesmo passando por um escândalo que lhe tira um contrato na formula 2, Petra Brown decide não desisti do automobilismo.
Já seu irmão gêmeo, João, vive ao contrário: contratado como piloto reserva, João se vê obrigado a correr quando o titular se machuca. Porém ele detesta as pistas e só permanece no esporte por pressão do pai, um magnata do esporte.
Eles se parecem muito e então é quando um plano arriscado nasce: Petra vai se disfarçar de João e disputar o campeonato no lugar dele.
O plano parece perfeito, mas há um obstáculo: Oliver Knight, o charmoso colega de equipe de João que faz balançar o coração de Petra e pode desmascarar os irmãos antes de todo mundo. O risco é alto, e, se forem descobertos, as consequências podem ser devastadoras. Será que vale arriscar tudo pela chance de realizar um sonho?

Além das cenas picantes de tirar o fôlego, esse livro trata muito sobre questões raciais, feminismo e a luta pelo sonho quando nada mais parece fazer sentindo. Amei demais o romance entre a Petra e o Oliver, ele é leve mas ao mesmo tempo com um olhar bem adulto e sem joguinhos infantis. Arquelana arrasa na sua escrita e deixa todo que a leem, com gostinho de quero mais <3

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“Gostar de você é muito fácil, Petra, mas a nossa vida é difícil.”
⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️❤️

Eu sabia que esse livro seria um favoritado, afinal eu estava esperando ele a mais de um ano, mas definitivamente eu não estava pronta pra todas emoções que eu sentir durante essa leitura.

🏎️ Arque trabalhou a saúde mental de uma maneira tão cuidadosa e não só sobre a situação do John mas como outras pessoas lidam com familiares doentes que isso vai ser algo pra te trazer lágrimas

🏎️ a relação da Petra e John é aqueles irmãos que a gente ama (e queria inclusive um conto ou bônus dele até), a forma como eles se protegem foi uma das minhas coisas favoritas no livro

🏎️ Sou completa e totalmente rendida pelo Oliver desde antes de ler sobre ele e durante a leitura ele só conseguiu render cada vez mais coraçãozinhos sobre ele, talvez o único erro dele foi l no começo e depois quando ele fala sobre eu ainda recuperei o que me fez ficar brava com ele.

Não dá pra enumerar o quanto eu amei esse que foi o melhor livro da Arque até hoje e seja se você vai estar na bienal ou em qualquer lugar aproveita que amanhã lança essa obra prima e vai ler ❤️

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Operação Paddock é um romance contemporâneo adulto escrito pela autora Arquelana, e lançado aqui pela Editora Paralela (que cedeu este exemplar em cortesia). Explora a história de uma piloto de Fórmula 1 que resolve se disfarçar para concorrer no lugar do irmão.

Petra é piloto de Fórmula 2. Com uma carreira promissora, ela não esperava por uma notícia falsa abalando todos os seus contratos e patrocínios. Mas é o que acontece. Seus sonhos desmoronam de uma hora para a outra, e o que parecia um futuro promissor se perde com essa bomba.

Mas nem tudo foi por água abaixo. Seu irmão, João, é piloto de Fórmula 1 e detesta tudo. É ele quem vai assumir o lugar do titular, ou deveria ser. Petra e John têm uma ideia mais interessante para lidar com a situação de uma piloto apaixonada estar sem correr, e um piloto insatisfeito precisar correr: ela vai trocar de lugar com ele.

Operação Paddock tem uma vibe bem parecida com a do filme Ela é o Cara, que eu particularmente amo mais do que tudo. Então essa leitura foi uma diversão só.

Eu não sou fã de esportes, e Fórmula 1 é um dos que mais me dá sono, mas foi surpreendente como esse livro não me entediou em momento algum quando trazia as corridas para o holofote da história.

Foi muito legal acompanhar esse corre doido da Petra tentando se provar em um meio tão majoritariamente masculino. Não apenas como mulher, mas como mulher negra. Mesmo disfarçada, ela faz história, não desistindo por um percalço que jogaram sobre ela.

Operação Paddock mostra como a misoginia e o racismo imperam em cenários de esporte, e faz muito bem em dar força e determinação à sua protagonista.

O romance da história acontece com o parceiro de equipe da Petra, o Oliver Knight. Os pontos de vista dele são legais porque dão mais dinâmica pra trama, e abrem mais margem para que a gente, do ponto de vista de leitor, acompanhe tudo que estão sentindo nas interações e nas possibilidades. A química entre os dois, também, salta das páginas.

É um romance adulto, como eu comentei. O que significa que tem cenas de sexo explícitas, +18 mesmo. Da minha parte, vocês sabem que eu tenho preguiça porque prefiro o slow burn que demora 500 páginas pra um segurar de mãos! Maaaas tenho certeza que vai agradar demais quem ama romance hot, porque é muito bem escrito.

Operação Paddock é uma história sobre força feminina, romance inesperado e sobre a adrenalina das corridas e competições. Foi minha primeira leitura da Arque, e com certeza vou esperar por muito mais dela!

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❝E eu te odeio mais ainda por ser tão importante para mim, por ter ocupado um espaço tão grande no meu coração que sequer consigo te imaginar fora dele,nem agora. Mas te odeio de verdade por não conseguir te odiar mesmo que tentasse.❞
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Além da sua família,a coisa que Petra Magnólia Brown mais ama é ser piloto de Fórmula 2,quando seu contrato não é renovado por causa de uma polêmica, petra se vê completamente perdida.
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Tudo que João Magnólia Brown odeia é o autódromo e ser piloto reserva de Fórmula 1, quando o titular se machuca, João entra em pânico e pede para sua irmã gêmea trocar de lugar com ele, um plano perfeito. Só que Petra não contava com um detalhe,Oliver Knight, colega de equipe de João, que pode pôr seus planos e seu coração em risco.
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Que delícia de livro, obrigada Arquelana por me proporcionar isso. Ótimo livro para curar uma ressaca literária, só não li rápido porque foi uma semana corrida por aqui. Tem muita representatividade e mostra algumas dificuldades de uma mulher negra em um esporte machista e racista.
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Teve horas que fiquei brava com a Petra por ser tão cabeça-dura e com outros personagens também, no fim, cada um deles achou uma forma de lidar com suas questões.
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E assim como a Petra, fiquei apaixonada por Oliver Knight, me arrancou sorrisos sinceros.
Adoro um clichê com um mocinho que faz de tudo pela mocinha e luta por ela.
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E atenção, apesar da capa super lindinha é um livro para maiores de 18 anos.
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Plot considerado clichê por ter filmes que o usam, mas eu não acho tão usado porque poucos sabem construir algo assim! Este é um livro muito bem desenvolvido, com cenas envolventes, quanto mais você lê, mais quer continuar, porque é crescente. Personagens com evolução e apaixonantes. Super recomendo!

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Sabe quando você escolhe um livro imaginando ser um romance bem água com açúcar, mas acaba surpreendido com os rumos que as coisas vão tomando? Pois é! Isso aconteceu com “Operação Paddock”.

Logo de cara, a autora já mostra o quão turbulenta é a vida de nossa protagonista Petra Magnólia Brown. Uma mulher preta e bissexual, e que, por mais talentosa que seja, ainda encontra diversos obstáculos em uma profissão dominada por homens brancos (Automobilismo, principalmente a Fórmula 1).

João Brown, seu irmão gêmeo, tem uma saúde mental um pouco abalada, e sua situação piora, quando recebe a notícia que terá que substituir um dos pilotos principais de sua equipe. Em um momento de desespero, João tem a brilhante ideia de trocar de lugar com sua irmã, que é apaixonada pela profissão, dando início a “Operação Paddock”.

Em meio a todo esse plano, Oliver Knight (protagonista masculino) surge em cena para balançar o coração de Petra. Será que a “Operação Paddock” vai dar certo? Petra conseguirá resistir ao charme de Oliver? Petra conseguirá superar todos os obstáculos profissionais e finalmente iniciar sua carreira na principal categoria do automobilismo? Essas e outras questões vão sendo desenvolvidas nesse romance cativante.

“Era irritante saber como tinha sido fácil para as outras pessoas destruírem o que levei anos para construir. Três fotos. Nada mais. Fazia um mês e meio desde o escândalo, um mês e meio desde que minha carreira fora pelos ares.” Posição 75

Um dos pontos positivos fica por conta dos personagens. Durante toda a leitura fui criando uma relação de amor e ódio com eles, principalmente com Petra (ao decorrer da trama, entendi os motivos que a fizeram ter essa personalidade). Fiquei satisfeito quando a autora relatou nos agradecimentos, que tentou criar personagens mais reais possíveis, com erros e acertos, e nunca sendo totalmente bons ou ruins, apenas humanos como qualquer um de nós (embora alguns tenham só erros, e esses não têm desculpa. São dispensáveis para a humanidade. Risos).

Outros pontos positivos que destaco são as cenas hot (com riqueza de detalhes, então não é indicado para menores de idade); a ambientação da maior parte da história (bastidores da Fórmula 1); o desenvolvimento das relações interpessoais, sejam profissionais, amorosas e/ou familiares; e os temas atuais abordados, principalmente machismo e racismo (uma pena saber que, vira e mexe, ainda nos deparamos com esses casos absurdos).

“O pior de tudo é que fiz um esforço tão grande para não ser aquela pessoa, o estereótipo latino que os americanos, a mídia em geral e o automobilismo tinham. Tentava me amoldar à imagem de garota europeia perfeita, e o que consegui? Uma vida inteira sem deixar que qualquer pessoa se aproximasse de mim, com medo de que os tabloides descobrissem sobre meus relacionamentos, com medo de que me excluíssem, levando junto um pedaço da Petra que a mídia não conhecia.” Posição 154

Como todo romance, as partes clichês não podiam faltar. Temos muitos aqui e a mistura de temas reais com algumas cenas que fogem um pouco da realidade, me causaram uma certa estranheza, mesmo sabendo que se trata de uma releitura de “Mulan” e “Ela é o Cara” (mas deixo claro que foi uma sensação apenas minha).

Em relação a parte gráfica a editora está de parabéns. A capa é bonita (me passou a sensação de ser algo bem leve, mas as cenas hot dizem o contrário) e a diagramação interna é simples, mas agradável aos olhos. Não encontrei erros.

Finalizo a resenha indicando aos amantes de um romance com direito a clichês, cenas hot e abordagem de temas atuais.

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Um dos melhores livros do ano sem sombra de dúvidas. Arquelana arrasou demais e ela construiu personagens imperfeitos mas reais cheio de camadas e foi TUDOOOO

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Eu amo todos os livros que já li da Arquelana e Operação Paddock não foi diferente! Não sou uma pessoa 100% ligada a corridas automobilísticas, mas não atrapalhou a experiência, a Arquelana consegue contextualizar sem te deixar entediado. Gostei muito, muito mesmo dessa história, amei os personagens, principalmente a Petra, que é uma protagonista que vou guardar com muito carinho. A forma como o desenvolvimento dos personagens foi feito, mostrando que todos tem defeito, mas sem cair naquele conto de "todo mundo tem defeito então vocês vão ter que lidar com as pessoas mais IMBECIS já escritas", e o romance...meu deus...o ROMANCE. Provavelmente Petra e Oliver são meu casal favorito de 2023, até mesmo hot (que sinceramente sou uma pessoa meio tanto faz pra isso) foi INCRÍVEL. Arquelana eu te amo e saiba que te tenho como uma madrinha.Obrigada ao NetGalley e a editora pelo envio da arc em troca de uma resenha honesta.

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simplesmente apaixonada!! arquelana foi gigante nesse livro
escrita envolvente e de fácil entendimento, recomendo demais essa leitura!!

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Gosto muito da escrita da autora e esse livro está insuperável de tão bom!

Só tive vontade de sacudir a protagonista em poucos momentos e eu realmente gostei muito dela. Senti seus medos e crises de ansiedade junto com ela e é bem raro um autor conseguir mostrar isso em um livro. Ela também é bem competitiva.

Foi bem desafiador para a protagonista se fazer passar pelo irmão gêmeo. E ver o quanto ela se esforçou e voltou a respirar enquanto estava na pista.

O pai da Petra e do John é um personagem extremamente tóxico, que só piorou muitas coisas na vida desses dois, inclusive separando eles e fazendo comentários machistas sobre qualquer coisa que nossa protagonista fizesse.

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Tive a oportunidade de ler “Operação Padoock” antes de ser lançado (será 1º de setembro próximo) em parceria com a Editora Paralela, então fica aqui meu muito obrigada pela confiança e oportunidade. Acho que o melhor jeito de começar a falar sobre este livro é repetir os avisos que a própria autora, Arquelana, coloca no início do seu livro: “… contém episódios de violência, transtorno alimentar (compulsão), menção a episódios depressivos e sexo explícito.”. Dito isso, também reforço de que os temas são realmente sensíveis, como a compulsão da personagem principal, Petra, e também o conteúdo adulto das cenas Hot, que foram, sem sombras de dúvidas, Hot – então, você, pessoa que me lê, tenha em mente que esse livro requer determinada maturidade para leitura pelos dois motivos citados. O conteúdo é realmente adulto.

Por fim, se você não entende nada de Fórmula 1, que é o cenário de fundo deste livro, te afirmo que não precisa ser nenhum expert no assunto para acompanhar o mundo das corridas automobilísticas apresentados na narrativa. Confesso que hoje em dia não dou a mínima para corridas porque passei pelo trauma de ser criança e acompanhar a morte de Ayrton Senna, mas me peguei recordando de algumas coisas que ficaram guardadas na memória, como, por exemplo, os nomes das pistas (Imola!) e ainda as diversas menções a FIA, a Federação Internacional do Automóvel, responsável pela organização das corridas, e ainda me ensinou coisas que não sabia, como, por exemplo, o termo ‘Paddock’, que dá o título do livro, que é uma referência aos: “bastidores das corridas, onde ficam os pilotos e as equipes fora da pista — e onde o verdadeiro drama acontece.”, como bem diz a autora. Enfim, meu ponto é: se você está interessado em ler o livro e não entende nada sobre corridas, você pode ler sem prejuízo algum; e se você gosta de corridas e sabe tudo sobre, a narrativa lhe dará mais prazer ainda.

O que mais me chamou a atenção no livro, desde que sua pré-venda se iniciou e até postei em nossas redes sociais, foi a referência a “Mulan”, que é a minha história favorita da Disney. Tenho uma leve queda por histórias de mulheres fortes que não precisam serem salvas, tipo Mulan e a Princesa Leia de “Star Wars” e vocês, que acompanham o site, sabem disso. A outra comparação a história é ao filme “Ela é o cara”, aquele com Amanda Bynes Channing Tatum (que é baseado em “Noite dos Reis”, de Shakespeare), e, a certa altura da trama, ainda mencionam “Operação Cupido”, filme com Lindsey Logan, e que é baseado em um filme homônimo mais antigo ainda, de 1961, que é baseado em um livro alemão. O que todos isso tem em comum? Todos tem alguém se passando por outra pessoa, e, claro, é mesmo o mote central do livro.

Mas “Operação Paddock” não se trata exatamente só sobre uma irmã que está tomando o lugar do irmão gêmeo: é um romance que envolve diversas outras questões muito, muito importantes, como, por exemplo, a representatividade preta dentro da Fórmula 1, trazendo diversos personagens LGBTQIAPN+ no centro da narrativa, sem esquecer os conflitos de uma família de pais separados, que ficou cada um com a guarda de um filho, e o impacto que isso gerou em Petra e João, os dois irmãos centrais da trama. Mas, como já falei, o livro é um romance e é o relacionamento de Petra com Oliver que dita o ritmo da narrativa.

A história começa com Petra lidando com as consequências de simplesmente ser mulher e piloto em um meio altamente tóxico e machista. Piloto da Fórmula 2, não teve seu contrato renovado ao tirarem fotos dela com outro piloto em ângulos que sugeriam algo mais e ignorarem o fato de que havia outra pessoa com eles na mesa e que só tinha ido ao banheiro. Ao mesmo tempo, seu irmão, João – ou John, como o chamam internacionalmente, está em desespero ao entender que terá de se tornar um dos pilotos principais da Assuero Racing Team, já como, até ali, era reserva, mas Andreas Kuhn, o segundo piloto da equipe, quebrou a perna. João sofre com sua saúde mental e definitivamente não queria ser mais um piloto de fórmula 1, mesmo que temporariamente até a volta de Andreas. Nunca tendo amado correr como a irmã, João abraçou a profissão na vã tentativa de manter próximo e receber a aprovação do seu pai, Howard Brown, um poderoso empresário do ramo.

Chorando no colo de Petra, João está tendo uma crise de ansiedade enquanto a irmã olha a TV, que está reprisando o filme “Operação Cupido” e em outro canal justamente uma reprise de “Ela é o cara” – e a ideia nasce para John: trocar de lugar com a irmã. Com feições parecidas e vozes também, já tendo trocado de identidade quando eram mais novos, os gêmeos chegam a conclusão de que conseguirão fazer aquilo se ficassem com o mesmo corte de cabelo e Petra usasse peruca quando fosse aparecer como ela mesma. Tudo parece simples e fácil: João ficaria bem e longe das pistas e Petra iria correr, sua grande paixão. Mas tudo só tem a aparência de fácil, porque Oliver Knight, o companheiro e primeiro piloto da equipe de João, não está nem remotamente com vontade de ficar longe de Petra.

Claro que o leitor já entendeu que Petra e Oliver irão se envolver, mas fiquei surpresa com o rumo da narrativa sobre como o relacionamento de ambos se desenvolveu – e, claro, não falarei nesta resenha para não estragar a experiência de leitura de vocês, mas me permitam somente dizer o quão saudável e bom foi ler o romance entre essas duas personagens.

Mas, como também já mencionei, há outros pontos importantes acontecendo na trama e um deles é o machismo com o qual Petra lida diariamente. Preta e bissexual, a jovem no começo dos seus 20 anos já passou por vários momentos absurdamente difíceis e tinha seu estilo de direção considerado ‘agressivo’, mas que, como John, subitamente passou a ser considerado ‘destemido’. A forma como a autora leva situações que todas as mulheres passam em praticamente todas as profissões foi algo que realmente me conquistou e que desejei ter mais espaço ainda dentro da trama, junto com todo racismo que os 3 personagens passam. Em uma determinada passagem, Oliver tem uma mensagem racista grafada em seu carro e o leitor sente a frustração de não poder dar ao racista o que ele merece, podendo sentir a também frustração das personagens ao lidarem com as autoridades e situação dentro da narrativa. Há ainda a homofobia, que também está presente em diversos pontos na trama, lembrando ao leitor que muito há ainda o que se fazer para avançarmos em inclusão em determinados esportes.

Outro ponto que realmente desejei mais foi o núcleo da família Brown. Com uma mãe brasileira e forte, os irmãos lidam com o pai como podem, já como John tenta ganhar o amor do pai à todo custo e Petra, criada pela mãe no Brasil, se sente distante do homem. Um capítulo que a personagem fala sobre seu relacionamento (ou a falta dele) com seu pai até chegar à uma dolorosa conclusão é meu trecho favorito da trama. Entender como os relacionamentos (ou, mais uma vez, a falta deles) afetam qualquer pessoa na forma como se veem ou se relacionam com outras pessoas é algo que gosto bastante e a escrita foi muito, muito exemplar.

Acima de todos esses outros enredo que acontecem simultaneamente a trama de troca de identidades, “Operação Paddock” é realmente um livro de romance que tem uma personagem quebrada e falha no centro se apaixonando por um cara que sabe quem é e está disposto a ficar do lado da mulher que escolheu sem medo das consequências, fossem quais fossem, sem amarras e sem qualquer tabu. Foi um prazer ler um casal que se apoia e aprendeu a confiar um no outro em meio a tantos obstáculos, mas, mais do que isso, foi maravilhoso ler e acompanhar Petra chegar lá e se tornar a mulher que ela queria e merece ser, e, como fica claro, só há uma, mesmo envolvida em uma operação de troca de identidades – e que aprendeu que é justamente por ser única que é tão especial.

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