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Coelho maldito

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Uma escrita direta, bonita, histórias profundas e perturbadoras, que me conquistaram. Tem muito material pra gatilho, alguns contos eu tive que pular, mas de modo geral, gostei muito da leitura e de conhecer a escrita da Bora.

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Em coelho maldito o leitor irá encontrar 10 contos que irão incomodar, assombrar, causar repulsa e fazer com que reflita bastante enquanto lê. As histórias transitam entre o terror e a fantasia, encontramos histórias que abordam nosso relacionamento com a tecnologia, relacionamentos familiares e relacionamentos tóxicos.

Foi uma grande montanha-russa de sentimentos essa leitura, a autora nos mostra o caráter destrutivo do ser humano, sua ganância, sua soberba e critica a falta de autonomia da mulher na sociedade (seja no casamento, gravidez ou sua vida no geral).
Confesso que estava bastante empolgada pelas resenhas positivas que li sobre a obra, infelizmente gostei apenas de um único conto, conto esse que dá título ao livro. Contudo, foi uma leitura que me prendeu do início ao fim!

Um dos contos que me animou um pouco apesar de não ter gostado 100% dele, foi "Adeus, meu amor" que conta a história de um personagem que em algum momento se apaixonou por um dos seus androides, existe algo diferente nesse conto, você sente que algo está errado e não sabe exatamente o que é, até ser tarde demais.

Essa foi uma leitura mega impactante apesar dos pesares, alguns contos os assuntos nas entrelinhas são interessantes, mas no geral não me empolgaram tanto quanto coelho maldito. Mas, as metáforas grotescas e assustadoras fazem um bom trabalho nessa leitura, senão fosse assim eu teria largado o livro pela metade, mas acredito que vale muito a pena dar uma chance para a escrita da autora e suas reflexões.

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Coelho Maldito é uma antologia com contos que transitam entre o terror, suspense e fantasia, e que, por trás dos elementos fantásticos, trazem reflexões muito pertinentes sobre a sociedade em que vivemos hoje, nossa relação com a tecnologia, com os outros seres humanos e com nós mesmos.

Apesar de serem contos bem distintos entre si - inclusive nos gêneros -, eu diria que o que todos os possuem em comum são as relações tóxicas - seja entre pais e filhos, entre maridos e esposas, e até entre vizinhos e colegas de trabalho. Coelho Maldito traz o horror na própria natureza humana, no quanto somos capazes de machucarmos uns aos outros - seja através da ganância (Coelho Maldito e A Armadilha), do trauma geracional (A Reunião), ou até mesmo do egoísmo de querer o amor de outro ser inteiramente para si, mesmo que isso custe a autonomia daquele que você ama (Adeus, Meu Amor).

É interessante ressaltar, também, o quanto Coelho Maldito é um reflexo do tempo e lugar onde foi escrito. Sendo uma obra contemporânea de uma autora da Coreia do Sul, a antologia não poderia fugir de temas urgentes na sociedade coreana atual, como o machismo, a falta de autonomia da mulher na sociedade - seja no casamento, na gravidez, ou na vida adulta -, e até perpassando pelo tempo e espaço, como nos contos de fantasia A Armadilha e O Senhor do Vento e da Areia, que são ambientados em tempos mais antigos, mas que igualmente trazem os sofrimentos e desafios da mulher como temas, em maior ou menor grau.

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Uau, estou encantada com a edição e a história é daquelas eletrizantes que não conseguimos largar até o desfecho final! Simplesmente uma leitura incrível!

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Essa coletânea de contos é um black mirror que foi bem escrito e fundamentado. O gore é presente em boa parte do livro mas não tem como objetivo apenas chocar, mas sim como elemento suporte da narrativa apresentada. Escrita fluída e com ritmo bom, não consegui parar de ler desde que peguei o livro hoje de manhã.

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I think I found my new favorite author.

What a joy to find such a wonderful book. This is literally my type of book, well-written tales of horror, science fiction, magical realism, fantasy and a touch of nonsense. LOVE IT TOO MUCH!

I picked up this book casually, without knowing anything about it or the author. I was interested in knowing that they were short stories and also because of the beautiful cover. I was positively surprised by what I found in this reading.

10 very good short stories. 5 of them were 5 stars for me, and the other 5 were between 4 and 4.5. A very positive balance, right?
My favorites were: "Cursed Bunny", "The Head", "Goodbye, My Love", "Snare" and "Ruler of the Winds and Sands". With special emphasis on "The Head" which was simply phenomenal, wonderful, a work of art.

I liked this book so much that I had to record a video to talk about it, so you can tell that I REALLY liked it.
https://youtu.be/5RMARwFw4KY?si=axUt99mX_dfQBHem

Thank you #NetGalley and #CompanhiaDasLetras for the ARC.

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Gostei que os contos podem ser lidos de forma literal, mas também podem ser encarados metaforicamente falando de sentimentos, angústia, mazelas sociais e grandes tragédias.

Um dos meus favoritos foi o conto que dá título ao livro que fala sobre um objeto amaldiçoado que é usado para uma vingança que dá certo, mas também dá muito errado. Pra mim ele foi macabro, melancólico e instigante, tudo na medida certa.

"Adeus, meu amor" foi outro que eu amei e envolve androides, no melhor estilo Black Mirror com revolução de máquinas. Tem um clima tenso no ar o tempo todo que não dá pra identificar de onde vem a bomba apitando, mas ela explode no fim e é muito bom e também muito amedrontador.

"Reencontro" é tristíssimo e envolve fantasmas, os literais e os do passado e também um homem polônes e e menciona a Guerra da Coréia e a Segunda Guerra Mundial. Fiquei impactada com as reflexões sobre pessoas que estão sempre presas no passado.

"A Cabeça" é bizarro, desconfortável e nojento e fala sobre uma mulher que passa boa parte da vida vendo uma cabeça feita com seus excrementos crescer no vaso sanitário.

Tem alguns contos que eu não consegui ter suspensão de descrença o suficiente pra gostar (como o da mulher que engravida de tanto tomar anticoncepcional?????), mas no geral eu gostei, li super rápido e curti os assuntos nas entrelinhas que falam da pressão nas mulheres, maternidade, envelhecer e muito mais.

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Que coletânea! "Coelho maldito" reúne algumas das histórias de horror mais interessantes que já li. Aqui, você vai se deparar com objetos amaldiçoados, manipulação psicológica, fantasmas, sangramento, oferendas, pessoas enlouquecidas e segredos terríveis. Cada conto é muito bem escrito — alguns melhores que outros, claro, mas nenhum abaixo da linha do "bom".

Destaque para o conto-título, "Coelho maldito", que traz a história de um objeto amaldiçoado que desgraça uma empresa. Foi uma excelente abertura! Também me surpreenderam "A cabeça", sobre o alto preço que pagamos por aquilo que deixamos para trás; "Menorreia", sobre como a sociedade julga mulheres o tempo inteiro; e "A armadilha", sobre os males do patriarcado, do capitalismo e da desumanização de pessoas e animais.

Bora Chung sabe retratar bem os males da nossa sociedade por meio de metáforas e histórias assustadoras e grotescas. Muito bom!

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Coelho Maldito é um livro que possui 10 contos que mistura o imaginário popular asiático com requintes de terror.

Particularmente, eu gostei muito do livro, em especial aos contos que são bem gráficos, como o "A Cabeça".

"A Cabeça" me causou um incômodo forte ao ler, o enredo dele, lembrou-me meus mangás de terror japonês. Não eram as mesmas premissas, mas os traços do desenho do mangá (como exemplo os de Jun Ito) me pegou tanto que imaginei o conto com o mesmo estilo. Asgo.

Outros contos, confesso, que me causou confusão e até tristeza, foi o caso de "Dedos Gélidos", que a ficha foi caindo gradativamente. E alguns, só no final se descobria o sobrenatural de fato que havia naquela história.

Bora Chung simplesmente arrasou nesse livro, mostrando varias facetas de sua escrita. Gosto muito das abordagens dos generos por autores asiáticos (a autora é sul coreana), é uma nova visão, ainda mais instigante que a já manjada visal ocidental (principalmente estaduniense).

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Magnifica seria a palavra certa para descrever a experiência desta leitura.
Para saber mais da minha experiência com esse texto, segue o link da minha postagem no instagram sobre.

Grata a Companhia das Letras por me proporcionar a leitura dessa grandiosa obra.

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🩸🐰 Você não está preparado para ler “Coelho Maldito” 👀

Uma luminária de coelho que levou uma família à ruína. 🐰💡

Uma cabeça crescendo dentro do vaso sanitário. 😳🗣️

Uma gestante precisa encontrar um pai para o filho o mais rápido possível. 👩‍🍼😲

Essas são apenas algumas das premissas dos contos da coletânea Coelho Maldito da autora sul-coreana, Bora Chung. ☠️🧠 Esse livro foi um dos finalista do International Booker Prize, os contos narram histórias bem bizarras sob a ótica do terror e realismo mágico (com bastante gore).

Os contos retratam muito aspectos do capitalismo, patriarcado e o papel da mulher na sociedade. E eu gostei MUITO dos 5 primeiros contos, estava vidrada neles e até agora quando penso neles fico maluca! Agora… a história dos 5 últimos eu achei um pouco confusa, não que sejam ruins, mas eu gostei muito mais das outras. Ahhh e a minha favorita foi a da cabeça.

Se você tá afim de um livro para fugir do comum e que te deixe chocado, pensando “meu deus, como essa autora tirou isso da cabeça?” 👀 Coelho Maldito é o livro perfeito para você!

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A linha entre a vida e a morte é mais tênue do que acreditamos.

O primeiro livro de Bora Chung publicado no Brasil é uma coletânea de contos que giram ao redor do insólito, do medo, do amor e da morte. A autora não decepciona em nenhuma das histórias.

O primeiro conto foi meu favorito, a narrativa que dá o título da obra, Coelho Maldito, fala sobre objetos amaldiçoados e vingança. Um simples abajur de coelho é responsável por punir uma corporação, roendo e devorando tudo que importa para os donos, da mesma forma como eles roeram tudo que importava para as pessoas que exploraram.

"'Tudo que é usado em maldição deve dever ser bonito', era o que o meu avô sempre dizia."

A obra de Chung, apesar de ter temas tão variados em cada um dos contos, gira na temática da exploração, seja uma empresa em Coelho Maldito, ou nos ideais femininos da sociedade em Menorreia, e, no que para mim foi a mais cruel e forte de todas as narrativas, os filhos indesejados e os pais que não os queriam em A Cabeça.

"E o que foi que eu aproveitei, hein? Não vivi mais do que os outros e mesmo a pequena felicidade que tive foi toda destruída por sua causa, que não parou de me perseguir! Suportei até agora todo o repúdio e nojo que sentia por você só pelo fato de te vindo de mim. Agora que terminou de formar o seu corpo, não faz mais que a obrigação em desaparecer daqui, levando a culpa por ter me perseguido todo esse tempo e a gratidão por eu ter te criado."

Usando do surreal, do realismo mágico e do estranho, Chung me provocou sensações horríveis durante a maior parte da leitura, quando a esperança surgia era suplantada pela noção de que nenhum fantasma vingativo virá resolver nossos problemas.

A autora teceu linhas aparentemente sem conexão com cada história, para compor uma tapeçaria de agonia e tristeza. Eu não consegui ler mais que dois contos por dia, eles ficavam rodando e rodando dentro da minha cabeça.

Não tenho apontamentos negativos sobre nenhum dos contos, essa antologia não tem altos e baixos, pelo menos para mim, cada história se fixa em você te sugando e deixando as sensações horríveis da vivência social sobre seus ombros, pensando o quanto daquela fantasia é verdade.

Uma mãe pode ver sua filha como um monte de excrementos.
Filhos podem sofrer pelas ações cruéis dos pais.
Uma mulher pode perder tudo por causa do marido traidor e ainda sair de errada na história.
Uma gravidez nem sempre é uma benção.
Os fantasmas podem habitar esse mundo não por assuntos inacabados, mas por traumas, tão humanos quanto nós, apenas mortos.

Recomendo que cada leitor que ame terror, insólito e até mesmo tenha um pé no gótico, leia Coelho Maldito e desfrute da mente aterrorizante de Bora Chung.

Resenha publicada no: http://www.revelandosentimentos.com.br/2024/02/livro-coelho-maldito.html
By Ingrid Rodrigues

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Coelho Maldito da coreana Bora Chung é uma coletânea de contos de ficção especulativa, cujos contos passeiam por várias vertentes do gênero, como fantasia, ficção científica, terror e realismo mágico. Os contos utilizam elementos fantásticos para tratar de assuntos bem humanos como perdas, vinganças, amor e apresentam o que há de melhor em um conto: histórias concisas que conseguem em poucas páginas nos assombrar ou encantar.

Dos 10 contos do livro, 8 achei extraordinários (um grande feito, considerando que a maioria dos livros de contos possuem qualidade bem variável entre eles).

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Já tinha ouvido falar da autora pelo livro Bunny, mas não conhecia o trabalho dela.

A reação que tive ao ler o primeiro conto, que dá nome ao livro, foi de confusão. Fiquei procurando algum sentido por trás da bizarrice, achando que tinha deixado passar algo. Ao continuar a leitura, percebi que alguns contos só existiam para serem esquisitos e bizarros mesmo.

Dos 10 contos, creio que só não gostei de uns 2. Os outros me surpreenderam bastante, tanto pelas cenas inusitadas e estranhas, quanto pela profundidade e reflexão que a autora as vezes conseguia trazer em tão poucas páginas.

Cicatriz com certeza foi o meu favorito. Uma bela representação de como o ser humano pode ser ruim e ganancioso a ponto de não se importar ao abusar física e psicologicamente de outra pessoa.

A Armadilha também teve um efeito similar em mim, me deixando com ódio e de coração partido diante de todo o abuso.

Vale também citar os contos: A Cabeça, pela criatividade da autora em transformar um monte de excremento humano em vilão, e Reencontro pela beleza e tristeza dos protagonistas ao se encontrarem e procurarem uma forma de se libertarem do passado e serem felizes.

Foi uma leitura que me trouxe muitos questionamentos. Que, apesar da confusão gigantesca após cada conto, me fez refletir sobre o que havia lido, e que me proporcionou um ótimo período de lazer.

Mesmo assim, tive alguns problemas com a escrita da autora, ou possivelmente a tradução, que as vezes me parecia amadora. Alguns trechos acabavam sendo repetitivos e até desnecessários, alongando um conto que poderia ser melhor executado se fosse mais curto.

No geral, o livro me agradou bastante. Fiquei curiosa para conhecer outros trabalhos da autora. Obrigada a Companhia das Letras e a Editora Alfaguara pela confiança e oportunidade de ler o livro antecipadamente ❤️

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“Coelho Maldito”

Em sua primeira publicação fora da Coréia, Bora Chung nos presenteia com essa coletânea de contos que vai do bizarro ao insólito, do terror à ficção científica, do medo ao drama, com uma narrativa que nos prende e nos faz refletir por dias.

O primeiro conto, que nomeia o livro, traz uma visão interessante à questão dos objetos que trazem uma maldição ( e uma crítica às grandes corporações). Muito bom, porém seguido de contos ainda melhores, que arrepiam e gelam nossas almas.

Na verdade, todos os contos trazem algo mais, muitas vezes versando sobre a condição feminina ( “A cabeça” é o conto que mais me arrepiou e me fez refletir), maternidade, gravidez e traição, além de estarem abertos a muitas outras possíveis interpretações e reflexões.

Outros tópicos, como patriarcado, suicídio e luto permeiam os diferentes contos, todos independentes entre si. Desta forma, o leitor pode escolher entre ler vários contos de uma só vez e ir a nocaute, ou ir saboreando aos poucos.
De qualquer forma que sejam lidos, os contos de Bora Chung vêm para impactar. Só espero que as outras obras da autora possam ser também traduzidas.

Agradeço à autora, à editora Alfaguara/ grupo Companhia das Letras e Netgalley pela disponibilidade dessa cópia avançada para apreciação.

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A linha entre a vida e a morte é mais tênue do que acreditamos.

O primeiro livro de Bora Chung publicado no Brasil é uma coletânea de contos que giram ao redor do insólito, do medo, do amor e da morte. A autora não decepciona em nenhuma das histórias.

O primeiro conto foi meu favorito, a narrativa que dá o título da obra, Coelho Maldito, fala sobre objetos amaldiçoados e vingança. Um simples abajur de coelho é responsável por punir uma corporação, roendo e devorando tudo que importa para os donos, da mesma forma como eles roeram tudo que importava para as pessoas que exploraram.

"'Tudo que é usado em maldição deve dever ser bonito', era o que o meu avô sempre dizia." (p. 4)

A obra de Chung, apesar de ter temas tão variados em cada um dos contos, gira na temática da exploração, seja uma empresa em Coelho Maldito, ou nos ideais femininos da sociedade em Menorreia, e, no que para mim foi a mais cruel e forte de todas as narrativas, os filhos indesejados e os pais que não os queriam em A Cabeça.

"E o que foi que eu aproveitei, hein? Não vivi mais do que os outros e mesmo a pequena felicidade que tive foi toda destruída por sua causa, que não parou de me perseguir! Suportei até agora todo o repúdio e nojo que sentia por você só pelo fato de te vindo de mim. Agora que terminou de formar o seu corpo, não faz mais que a obrigação em desaparecer daqui, levando a culpa por ter me perseguido todo esse tempo e a gratidão por eu ter te criado." (p. 42)

Usando do surreal, do realismo mágico e do estranho, Chung me provocou sensações horríveis durante a maior parte da leitura, quando a esperança surgia era suplantada pela noção de que nenhum fantasma vingativo virá resolver nossos problemas.

A autora teceu linhas aparentemente sem conexão com cada história, para compor uma tapeçaria de agonia e tristeza. Eu não consegui ler mais que dois contos por dia, eles ficavam rodando e rodando dentro da minha cabeça.

Não posso dizer que o meu favorito foi o que mais me marcou, esse lugar coube a Menorreia, até porque eu estava menstruada enquanto lia esse, a dor, o desconforto de uma menstruação desregulada e o medo da gravidez me acompanharam durante toda a história. A cobrança para ter filhos, a necessidade de ter um pai, qualquer um que seja e o final inquietante ficaram comigo no banho enquanto tentava amenizar a cólica e pensava: Deus, eu não terei filhos, nunca!

Não tenho apontamentos negativos sobre nenhum dos contos, essa antologia não tem altos e baixos, pelo menos para mim, cada história se fixa em você te sugando e deixando as sensações horríveis da vivência social sobre seus ombros, pensando o quanto daquela fantasia é verdade.

Uma mãe pode ver sua filha como um monte de excrementos.
Filhos podem sofrer pelas ações cruéis dos pais.
Uma mulher pode perder tudo por causa do marido traidor e ainda sair de errada na história.
Uma gravidez nem sempre é uma benção.
Os fantasmas podem habitar esse mundo não por assuntos inacabados, mas por traumas, tão humanos quanto nós, apenas mortos.

Recomendo que cada leitor que ame terror, insólito e até mesmo tenha um pé no gótico, leia Coelho Maldito e desfrute da mente aterrorizante de Bora Chung.

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As histórias contidas neste livro são super intrigantes e originais. Algumas são bastante nojentas e grotescas, com temas de retribuição e consequências para os protagonistas. Recomendo para quem gosta de "short stories" perturbadoras. Coelho Maldito é uma leitura bem interessante.

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O conto do título do livro foi um dos que mais gostei, tiveram vários contos ótimos de ler e fluidos mas tem alguns que foram bem fracos e tem um que desisti no caminho de tão chato que estava, mas no geral é bom o livro.

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Eu já havia lido esse livro em inglês e gostei bastante.
Muitas coisas beiram o bizarro, o que me interessa muito. Por ser uma coletanea de histórias curtas, algumas acabam sendo melhores que as outras e é por isso que a nota do livro não foi mais alta.
Não tenho nada o que reclamar da tradução - Ela está excelente.
Apesar de achar a capa roxa icônica, a ilustração da edição brasileira também está linda!
Acabou de sair mais um livro da autora lá fora (Your Utopia) e espero que a editora traga pro Brasil também!!

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Quanto mais eu leio literatura coreana, mais eu me apaixono. Um livro pra ser guardado com carinho e ser relido várias vezes ao longo dos anos. Já tinha ouvido falar muito dele e não pude conter o meu entusiasmo quando vi a edição brasileira que tem, na minha opinião, uma capa muito mais bonita do que a versão em inglês.

Coelho maldito é uma coletânea de histórias que beira o realismo mágico e o bizarro. Curtas e com personagens sem nome, eu pude aproveitar cada narrativa com uma profundidade que não tinha esperado mas que foi extremamente bem-vinda. Adorei poder sentar e mergulhar completamente em uma história do início ao fim em apenas algumas páginas. Recomendo esse livro para aqueles que querem diversificar suas leituras com algo um pouco estranho, um pouco místico, um pouco fantasioso, mas altamente divertido. Também considero uma ótima introdução ao gênero, pois as histórias são independentes umas das outras, então o leitor pode ler o quão rápido (tudo de uma vez) ou devagar (uma por vez) quanto quiser sem perder nada.

Apesar de já ter lido vários livros coreanos, não conheço nada das crenças da cultura, supertições ou folclore, mas há um quê de místico permeado nas histórias que me faz imaginar que pelo menos parte delas apresentam tais elementos, o que tornou a leitura ainda mais interessante. Agora não só continuo pensando nas histórias que li, mas me vejo querendo mais, querendo descobrir mais da cultura coreana que certamente inspirou certos elementos das histórias e, principalmente, mais livros da autora.

Obrigada Netgalley e Companhia das Letras pela oportunidade de ler a cópia avançada desse livro.

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