Quando tive contato com esse livro pela primeira vez, eu tinha cerca de 16 anos. Embora me lembrasse de boa parte da história foi muito interessante revisitar essa obra com um olhar (espero) mais adulto.

Uma coisa que tinha passado batido por mim antes são as inúmeras referências que King faz ao conto A máscara da morte rubra, que eu só fui ler recentemente. Esse conto retrata pessoas confinadas de maneira forçada e que resolveram fazer uma festa depois de muito tempo.

Nessa releitura pude perceber melhor os dramas de Jack Torrance, que luta constantemente contra seu vício em bebidas e que tenta fazer do seu emprego no hotel Overlook o ponto de virada na relação com sua esposa e filho.

Como muitos sabem, o autor lutou por muitos anos contra o alcoolismo, então as descrições que ele faz acerca da luta de Jack contra a vontade de finalmente tomar um trago depois de muito tempo são tão angustiantes que até eu, que não bebo, me senti aflita junto com o personagem.

Sei que várias pessoas que leram esse livro não gostaram das muitas descrições que o autor faz do hotel e de uma festa em específico, mas para mim, essa repetição enriqueceu ainda mais a história.

Ficar confinado por meses em um local imenso, praticamente sozinho, deve ser horrível por si só, e são com esses detalhes, além do ritmo lento do livro, que me fez perceber como o hotel está afetando a cabeça dos personagens aos poucos, principalmente a sanidade do Jack.

O Overlook é um local marcado por tragédias, e que parece ter vida própria. Ele afeta os personagens de maneira individual, e quase nenhum evento é explícito. Ele parece saber que ao fazer isso, irá gerar duvidas no relato de quem vivenciou tal evento. Por ser marcado por seus próprios demônios internos, Jack é a pessoa perfeita que o hotel encontra para influenciar de maneira maligna.

Eu não acho esse livro assustador no sentido de haver cenas aterrorizantes. Mas ele é sim, medonho, ao demonstrar que o pior monstro que existe é o ser humano.

Reler esse livro só reafirmou o que eu já sabia: o iluminado é mesmo uma obra prima atemporal!

Não precisa nem de palavras pra esse!
King é o rei mesmo!
Eu amo a adaptação também. Uma ótima pegada pra quem curte temática terror nesse mês de outubro

Acho que a essa altura até quem nunca leu O iluminado conhece a história do escritor e sua família que vão passar o inverno presos num hotel por causa da neve e a espiral de loucura causada por seus "habitantes". Um dos clássicos do mestre sem duvidas (mesmo não sendo o meu preferido).

Jack Torrance é um pai de família, professor, com aspirações a escritor. Ele também é alcoólatra e numa tentativa de mudar sua vida e se tornar um melhor pai e marido ele aceita um emprego um tanto inusitado: ser zelador de um hotel que fica isolado por quase todo o inverno, acompanhado por sua esposa e por seu filho, um garoto com a habilidade de ver os mortos.

Enquanto a criança se assusta com os habitantes do hotel e suas mortes traumáticas, seu pai vive uma vida paralela onde é manipulado pelas forças do hotel.