É um livro interessante, que se passa no período pós guerra, onde podemos observar uma cultura bem diferente da nossa. As relações sempre pautadas em discrição e polidez.

Achei Sachiko bem estranha e até mesmo egoísta. Só que não dá para tecer grandes julgamentos por não sabermos muito sobre a vida da mesma e pelos possíveis traumas de uma guerra.

Etsuko senti falta de saber como foi parar na Inglaterra.

A verdade é que dá para sentir profundidade nas coisas não ditas ao mesmo tempo que fica uma lacuna proposital, justamente pela forma de comunicação cultural entre os personagens.

Uma visão pálida das colinas foi o primeiro livro escrito por Kazuo Ishiguro e também minha primeira experiência com o autor.

A narrativa mostra dois tempos, o presente na Inglaterra e o mais importante; o passado ocorrido em Nagasaki após a guerra e a reconstrução.

Itsuko, a protagonista da história, mostra sua improvável amizade com uma mulher que vive sozinha em uma cabana com a filha pequena. As realidades são muito distintas, mas Itsuko analisa o comportamento da amiga com a filha enquanto ela mesma está grávida da primeira filha.

Mostrando uma cultura japonesa patriarcal e a realidade do pós-guerra, Itsuko tece suas considerações em relação a seu futuro e a sua família. O tempo presente é alternado com cenas de Itsuko conversando com a segunda filha já adulta, liberta de todos os preconceitos patriarcais do passado.

Uma narrativa que deixa o leitor querendo descobrir mais acerca das personagens, refletindo sobre o papel de cada uma como mulher e como mãe. Com certeza vou querer conhecer as demais obras de Ishiguro.