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A narrativa de A estrada se desenvolve através de um pai e seu filho pequeno lutando em um mundo pós-apocalíptico, sombrio e sem esperanças. Por qualquer motivo, seja uma guerra nuclear ou um colapso ambiental, o planeta se transformou em trevas. Todos os dias, os dois personagens enfrentam a morte, a fome, a doença, o frio extremo e a desesperança. Não há um objetivo a longo prazo, apenas a necessidade de sobreviver, em um espaço desconhecido e coberto de cinzas.
Eles caminham penosamente por uma estrada deserta que parece não levar a lugar nenhum, empurrando todos os seus bens materiais e recursos em um carrinho de compras, uma tarefa bastante inglória em meio ao caos, mas não há quaisquer outras escolhas para eles, que não seja continuar a existir um dia após o outro, se agarrando a um “fogo”, uma crença de que a vida possa melhorar.
A estrada trata-se de um livro sombrio, claustrofóbico e aprisionador, contado como se fosse um longo pesadelo. A maioria dos diálogos entre os dois personagens principais trata de garantir que o outro esteja bem, afinal, não há muito o que conversar quando se vive fugindo, traumatizado e em enorme estresse. Permanecer vivo é tudo o que importa. Não ser capturado e devorado por gangues canibais é a prioridade.
Que leitura ótima e perturbadora! Explorada entre a humanidade e a selvageria, tudo soa como uma tentativa inútil e dolorosa de sobreviver em um mundo já morto. A narrativa de Cormac McCarthy é extraordinariamente sutil e concisa. Leiam!