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Member Reviews

A autora demonstra sensibilidade em sua escrita, utilizando lirismo e uma organização cuidadosa de palavras, espaços, ausências e vírgulas (e seus opostos), para construir uma narrativa envolvente sobre três mulheres, seus passados, presentes e futuros. Cada personagem, em diferentes fases da vida, apresenta uma maneira única de vivenciar e interagir com as demais. A participação em um encontro presencial da autora agregou valor à experiência de leitura de suas obras, em especial a esta, que foi proporcionado pelo Piquenique Literário.
E lembremos sempre que "o circo está na cidade".

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It's certainly the best book in Aline Bei's trilogy. A tough narrative intertwined with poetry and philosophy. The title perfectly captures the book's central theme. Aline Bei presents a mature and sensitive style of writing. The graphic design is excellent, as is the innovative way she writes the story.

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"Uma delicada coleção de ausências" é o terceiro livro de Aline Bei, autora de "O peso do pássaro morto" e "Pequena coreografia do adeus".

Mais uma vez, Aline nos presenteia com uma escrita poética, que nos envolve na beleza de cada palavra escolhida, enquanto descreve as dores da vida cotidiana.

Aqui, a autora traz uma história familiar marcada por inúmeras ausências que atravessam gerações e acabam por moldar quem cada um é no presente.

A partir de 3 gerações de mulheres - Bisavó, Avó e neta - embarcamos em uma trama sobre perda, abandono, abuso, envelhecimento e o papel da mulher na família e na sociedade.

Uma narrativa sensível sobre a brutalidade da vida!

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Como sempre, Aline Bei traz uma narrativa intensa e cotidiana, baseada no pessoal que se torna universal.

Tecendo a coleção de ausências, a autora mostra quatro gerações de uma família: Filipa ( a bisavó ), Margarida ( avó que inicia a narrativa ), Glória ( a mãe), e finalmente Laura ( a neta que é deixada para ser criada pela avó Margarida).

O texto é impactante, pontuado por vírgulas ( já característico da autora) que aqui se mostra ainda mais potente por evidenciar os silêncios e as ausências.

As situações cotidianas vividas por avó e neta ( e posteriormente pela bisavó) vai trazendo camadas de lutas universais às mulheres, e nos confronta com temas como violência doméstica, abusos e perdas. O texto flui bastante, mas nos obriga a parar para refletir a todo momento.

Com certeza uma leitura que ressoa por muito tempo após ser terminada, e que pode ser relida para ser melhor apreciada. Principalmente pelo fato de trazer um final tão arrebatador e chocante que nos faz questionar o sentido de pertencimento e liberdade.

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Vírgula. Comumente utilizada para separar elementos, dar pausas e distanciar termos. Aline Bei faz bastante uso de vírgulas, para além da utilização gramatical ou sintática, mas também para a construção de sentido da narrativa de “Uma delicada coleção de ausências”. A vírgula é um sinalzinho minúsculo persistente que nos deixa na expectativa de algo que está faltando e que será colocado logo mais na sentença. A ausência se tornando manifesto. A bendita da vírgula me deixa na espera de que aquilo que falta ser completado pela próxima colocação na sentença.

Porém, na narrativa, o que precisa vir depois da vírgula não se apresenta. Fica ausente e com isso a ausência se torna presença. A vírgula aqui bastante utilizada é um recurso para criar a atmosfera da falta presente que percorre todas as páginas do livro. São mulheres que precisam encontrar um caminho diante de uma existência toda de agruras, silêncios e vírgulas. A espera se tornando vazio e a ausência se tornando presença.

As delicadas vidas da bisavó Filipa, da avó Margarida, da mãe Glória e da neta Laura são costuradas por seus laços de sangue e pelos silêncios, pois a vida familiar dessas mulheres são marcadas pelos embates e o consequente silêncio, para mais, são mulheres que precisam lidar com uma história familiar feita pelo desencontro, desentendimento, perdas e abandonos. A ausência passada adiante pelas gerações como uma herança que desenha quem essas mulheres se tornam.

Essa é a minha primeira leitura de Aline Bei, penso que talvez possa estar atrasada por ter lido só agora, contudo, percebo que existe o tempo dos livros. O tempo de “Uma delicada coleção de ausências” foi agora e não poderia ter sido mais propício. Foi uma leitura bastante tocante, daquelas que te comove lá de fininho no fundo do coração para melhor comover, e tudo isso pela poesia que Aline Bei dá o tom.

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As ausências, faltas e o silêncio destroem vagarosamente as relações familiares, a auto estima e a alegria na vida de quatro mulheres de uma mesma família. Poucas dores são tão profundas quanto a do abandono, que causam lacunas descomunais na vida de quem se sente rejeitado, e as mulheres dessa família sentem essa ausência, embora tentem seguir em frente.
Aline narra a vida de Filipa, Margarida, Gloria e Laura, quatro gerações de mulheres marcadas por diversos tipos de ausências: de proteção, de escolha, de afeto.
Margarida, a personagem principal, cuida da neta Laura depois que a filha Gloria abandona o lar. Filipa, a bisavó, vai embora por não conseguir lidar com o ressentimento de ter uma família destruída. Apesar da atmosfera de amor que envolve Laura, a criança, sentimos todas as dores dela em uma vida de questionamentos e silêncio, da criança que é abandonada por pai e mãe. Aline, que á uma escritora que tem o dom de comover o leitor, expõe todas essas dores de forma profunda, tecendo uma rede de conflitos familiares que são muito presentes na vida das mulheres. Aliás, Aline nos lembra que mesmo em tempos e lugares diferentes, as mulheres sempre sofrem os mesmo problemas e carregam os mesmos medos. O final é devastador e nos faz questionar se somos realmente livres.
Essa resenha será postada nas plataformas Instagram (@abilbiotecadamica), Skoob, GoodReads e Amazon Reviews.

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Uma narrativa pungente e comovente sobre três gerações de mulheres marcadas por silêncios, traumas e vínculos familiares quebrados. Aline Bei entrega mais uma vez uma escrita poética e dolorosa, com personagens femininas potentes e vulneráveis ao mesmo tempo. Com um estilo fragmentado que já é característico da autora, o romance traz camadas de violência velada e explícita, afetos ausentes e memórias que doem como feridas abertas. O final é especialmente impactante e me deixou emocionada. Uma leitura que permanece ecoando depois da última página.
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